Duas fazendas que pertenceram ao ex-presidente João Goulart, falecido em 1976, estão à venda no interior do Rio Grande do Sul. Uma fica no município de Itaqui e é avaliada em R$ 173,9 milhões e outra fica em Itacurubi e é avaliada em R$ 80,7 milhões. A venda é por iniciativa da família Goulart e não envolve questões judiciais.
A primeira etapa do leilão terminou na última sexta-feira (28), sem interessados. A segunda vai até 11 de agosto, às 15 horas. O leiloeiro responsável já aceita lances por meio digital. Até a manhã desta segunda-feira (31) não constavam lances no sistema.
A Fazenda Cinamomo fica no 4º distrito de Itaqui, a 35 quilômetros da BR-287 e a cerca de 100 quilômetros das cidades de São Borja, Alegrete e Santiago. Faz divisa com o Rio Itú, tem 2,7 mil hectares (90% da área agriculturável) e está avaliada em R$ 173.900.787,20. Atualmente é utilizada para criação de gado.
Já a Fazenda Presidente João Goulart fica a 22 quilômetros da sede do município de Itacurubi (no passado emancipado de São Borja) e a cerca de 70 quilômetros de São Borja, Bossoroca e Santiago. Não possui sede. Tem 2,1 mil hectares (55% para agricultura e 45% para criação de gado) e está avaliada em R$ 80.716.195,20.
Natural de São Borja, João Goulart foi o 24º presidente do Brasil e cumpriu mandato de 1961 a 1964, quando foi deposto depois que o Congresso Nacional declarou o cargo vago (a sessão foi anulada em 2013). Herdeiro político de Getúlio Vargas, Jango foi vice-presidente nos governos de Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros, entre 1956 e 1961.
Depois da renúncia de Jânio, o gaúcho assumiu a Presidência após a Campanha da Legalidade, liderada pelo cunhado e então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola.
João Goulart morreu em 1976, em uma de suas fazendas, na Argentina, no que foi divulgado à época como um ataque cardíaco. Em 2013, a pedido da Comissão Nacional da Verdade, os restos mortais do ex-presidente passaram por perícia, que apontou como “inconclusiva” a causa da morte.
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