ENSINO SUPERIOR

Audiência pública debate o papel das universidades comunitárias gaúchas

Encontro na Feevale também discutiu a facilitação do acesso ao ensino superior

Publicado em: 17/08/2023 01:58
Última atualização: 22/08/2023 08:40

A Universidade Feevale sediou, na noite desta terça-feira (15), a sexta audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Além de Novo Hamburgo, as audiências foram realizadas, desde maio deste ano, em Caxias do Sul, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Cruz Alta e Santa Maria.


Papel das universidades comunitárias foi tema de encontro na Feevale Foto: Andrieli Siqueira/Feevale

A atividade, que teve como tema o papel das universidades comunitárias e a facilitação do acesso ao ensino superior, foi organizada pela Feevale, Unisinos, Unilasalle e PUCRS. Essa foi a última audiência pública realizada em instituições de ensino para embasar um relatório que será elaborado pelo Legislativo estadual e pelo Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) sobre as universidades comunitárias.

O documento será o resultado final da Comissão Especial das Universidades Comunitárias do RS, proposta pelo deputado estadual Rafael Braga e instituída em 11 de abril. O órgão, que é temporário, está discutindo o papel das universidades comunitárias no Estado. Os principais pontos levantados nas audiências públicas serão apresentados nos próximos dias. A partir disso, serão gerados projetos de lei e políticas públicas voltadas à permanência dos estudantes, oferta de bolsas de estudo e ampliação de editais de pesquisa e extensão.

Tema relevante para a sociedade

A audiência pública evidenciou a relevância das universidades comunitárias para a sociedade. O deputado Rafael Braga, que presidiu o encontro, falou que agora a Comissão Especial das Universidades Comunitárias do RS trabalhará na elaboração do relatório, para que o documento oriente as políticas públicas e proporcione o aumento da qualidade no ensino superior e o desenvolvimento do Estado. “As universidades comunitárias ajudam a desenvolver os municípios, as regiões e o Estado. Vimos isso, por exemplo, durante a pandemia, quando as instituições auxiliaram as prefeituras nas ações de combate à Covid-19”, afirmou.

Por vídeo, o vice-governador Gabriel Souza falou na criação do programa Professor do Amanhã, no qual o Estado oferecerá mil bolsas para universitários em cursos de licenciatura oferecidos pelas universidades comunitárias. O projeto de lei, iniciativa pioneira no Brasil, foi enviado à Assembleia e será submetido à votação. “Nosso objetivo é, além de estimular um ensino cada vez mais qualificado e conectado com os desafios do mundo atual, apoiar as instituições comunitárias, que são estratégicas e tanto contribuem para Rio Grande do Sul”, destacou.

O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, que é vice-presidente do Comung, lembrou o importante papel das universidades comunitárias e disse que é necessário respaldo político em todas as esferas. “Muitos jovens poderiam estar na universidade, fazendo a diferença no mercado de trabalho, na inovação e no empreendedorismo, inclusive criando novas alternativas de crescimento de receitas. É necessário um olhar mais atento para esse grande ativo da sociedade gaúcha, que é formado por alunos, professores, funcionários e uma excelente estrutura dessas 14 universidades, espalhadas em todo o Estado”, ressaltou.

Envolvimento dos estudantes

Representando o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Feevale, Marcos Filipe Alves da Cruz defendeu uma política de bolsas para a inclusão e permanência de alunos. “Temos, aqui na Feevale, mais de 20 Diretórios Acadêmicos, com mais de 150 membros, todos eleitos de forma democrática para representar os diversos cursos. É fundamental que o Estado cumpra com a lei que já existe e destine parte dos recursos para as instituições comunitárias. Nós, estudantes, sempre estaremos juntos na luta pela democratização e acesso às universidades”, comentou.

O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE RS), Airton Silva, reforçou que é preciso firmar um compromisso de resgate do ensino superior para todos. “Nós construímos uma campanha que se chama ‘Entrar, permanecer e fazer a diferença. Meio por cento já.’ Somos parceiros da construção da luta pelas comunitárias, do nosso patrimônio, do que é do povo gaúcho. Seguimos organizados, exigindo que se faça valer a lei”, justificou.

O presidente do Comung, Rafael Frederico Henn, reitor da Unisc, frisou que todas as universidades ligadas à entidade têm mais de 50 anos e são reconhecidas em suas regiões. Ele lembrou, porém, que muitas pessoas ainda não sabem o que é uma instituição comunitária.

“Sua principal característica é que, apesar de não serem públicas, não possuem fins lucrativos, sendo todo o seu lucro revertido em projetos de ensino, pesquisa e extensão. Os municípios se beneficiam com suas ações e serviços oferecidos para a comunidade”, disse, acrescentando que é preciso mostrar ao jovem que o ensino superior é importante e o qualifica, assim como qualifica o município, o Estado e a nação.

A prefeita de Novo Hamburgo, Fatima Daudt, que integrou a Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo (Aspeur), mantenedora da Instituição, enalteceu o trabalho das universidades comunitárias. “Acompanhei a trajetória da Feevale, que existe por um esforço da comunidade, e reconheço a sua importância para o município. Sei do papel e do empenho das comunitárias e estou junto nesta luta por uma educação de qualidade”, salientou.

A audiência pública contou com a presença de autoridades acadêmicas e políticas, além de representantes de entidades de classe e da comunidade estudantil. Entre os representantes das universidades estavam o reitor da Unilasalle, Ir. Cledes Antonio Casagrande; o vice-reitor da Unisinos, Artur Eugênio Jacobus; e o pró-reitor de Administração e Finanças da PUCRS, Alam de Oliveira Casartelli.

Também participaram o deputado estadual Edivilson Brum; a secretária de Educação de Novo Hamburgo e presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Rio Grande do Sul (Undime/RS), Maristela Guasselli; e o diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), Marcos Fuhr.  

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