Atendimentos na rede básica de saúde de São Leopoldo aumentam 42%

A exemplo do primeiro quadrimestre de 2023, que registrou aumento de 58% no número de atendimentos na rede básica de saúde em comparação ao mesmo período do ano passado, o segundo quadrimestre também teve crescimento nos números. No total, mais de 86 mil atendimentos foram contabilizados no período de maio a agosto deste ano, o que significa 42% a mais do que nos mesmos meses de 2022.

Esse foi um dos principais dados trazidos no Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA), apresentado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Leopoldo (Semsad), na última segunda-feira (25), na Câmara de Vereadores leopoldense. O documento tem por objetivo divulgar as ações e serviços realizados pelo órgão gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de São Leopoldo, atendendo à legislação referente ao planejamento no SUS.

Alguns números

A apresentação dos números foi feita pela enfermeira e assessora de Planejamento da Semsad, Ana Maria Pedrolo, que destacou a produção na rede básica. Os atendimentos individuais, por exemplo, passaram de 50.363, de maio a agosto de 2022, para 86.824 no mesmo período de 2023.

Os indicadores de desempenho do pré-natal também avançaram, com aumento no número de: testes rápidos de gravidez (37%), consultas (34%), testes rápidos de infecções sexualmente transmissíveis IST (42%) e, especialmente, consultas odontológicas (95%).

 “Só foi possível com planejamento”

A titular da Secretaria Municipal de Saúde, Andréia Nunes, ressaltou que o RQDA é uma ferramenta de monitoramento e acompanhamento da execução do Plano Municipal de Saúde, além de compilar as informações sobre a gestão da saúde. “Esse documento é um dispositivo imprescindível para o controle social e para a construção coletiva da saúde. A elaboração dos relatórios de gestão se dá a partir do registro das ações cotidianas em cada serviço de saúde e da análise minuciosa dos dados obtidos nos sistemas de informação.”

Andreia também frisou que a análise dos dados é importante para o planejamento das ações da Semsad, como ampliação dos atendimentos à população diretamente nos territórios, com o paciente saindo da consulta já com encaminhamento à especialista, caso necessário. Isso também ajuda a aliviar o Hospital Centenário e a UPA Zona Norte.

“Por isso que os dados são importantes, porque conseguimos ver no que temos que melhorar”, disse a secretária. “É um saldo positivo (os números do RQDA). E isso só foi possível com planejamento. É planejar, olhar os dados, estudar. Temos estudado muito”, reforçou.

Expectativa é de mais crescimento em 2024

Andréia também acredita que, em 2024, os números continuarão crescendo, com as melhorias já pensadas, como a ampliação na média e alta complexidade. Para tal, mais recursos a nível estadual e federal também são esperados.

“Para 2024, teremos a ampliação dos serviços da Fundação Municipal de Saúde, com mais equipes, e queremos melhorar também o financiamento, porque São Leopoldo investe mais do que o obrigatório na saúde e nós precisamos que os governos estadual e federal reconheçam isso”, argumentou.

“Tenho a expectativa de que o governo federal possa apresentar mais programas no ano que vem. Dentro do Mais Médicos, já temos 25 vagas programadas para os postos de saúde.” Ela também afirmou que a Semsad está ampliando a rede em todas as regiões. “Na Vila Nova teremos uma nova UBS em parceria com a Taurus; o Centro de Especialidades, que já demos ordem de início, vai ficar pronto ano que vem; ampliamos o número de equipes na Vicentina e Paim”, exemplificou.

Taxa vacinal ainda é um desafio

A secretária salientou, porém, que o grande desafio ainda é aumentar as taxas de vacinação nas crianças. Para tanto, a Semsad pretende apresentar, em breve, um certificado de vacinação, iniciativa em que a educação e a saúde trabalhariam em conjunto. Uma das ações, seria a de levar equipes de vacinação para dentro das escolas, como já feito em algumas campanhas de imunização. “Acreditamos que seja um projeto que vai influenciar nesse desafio”, colocou Andreia.

“Porque vai fazer com que as famílias estejam mais próximas das escolas e as escolas poderão acompanhar como está o esquema a vacinação das crianças”, justificou, lembrando a volta de casos de sarampo e meningite na região. “Só o que vai poder ajudar é a vacinação. O que nos fez estar aqui agora, depois da Covid, foi a vacinação.”