Depois de passar dois longos anos sem nariz, um aposentado que mora na região está em clima de vida nova. Faz um mês que ele recebeu sua prótese facial definitiva para cobrir o trauma causado por um câncer na região nasal.
“Estava muito preocupado em ficar sem nariz. Agora estou muito mais feliz e 100% agradecido depois de passar por esse trauma tão forte”, disse Ricoberto Bohn, de 70 anos, morador da cidade de Feliz. Por dois anos ele conviveu com um buraco no rosto, apenas protegido por um curativo.
Ricoberto descobriu o tumor em 2018, depois que fortes dores no nariz o levaram para o médico. A opção na época foi remover totalmente o nariz e, na sequência, fazer 30 sessões de radioterapia.
Segundo contou o aposentado ao UOL, o câncer não tinha se espalhado para outras regiões do corpo. “Tive medo de não conseguir me reerguer novamente”, lembra.
Depois da operação para tratar do carcinoma epidermoide – tumor mais comum entre os cânceres de cabeça e pescoço, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) –, Ricoberto passou a conviver com a curiosidade das pessoas e também com muita fé.
“Foi um baque muito forte me ver sem nariz. As pessoas olhavam e perguntavam: ‘Como respira se não tem o nariz?’. Mas tinha fé que um dia iria resolver isso”, disse o aposentado em entrevista ao site de notícias.
Durante o tratamento, o aposentado foi encaminhado para um grupo da Faculdade de Odontologia (FO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que trabalha com próteses faciais. O trabalho voluntário é coordenado pela cirurgiã bucomaxilofacial e professora da Ufrgs Adriana Corsetti.
A cirurgiã disse ao UOL que, primeiro, o aposentado recebeu uma prótese provisória, tudo alinhado com o médico responsável pelo tratamento. O combinado era monitorar por um tempo para eliminar risco de o tumor voltar.
Agora é curtir a vida, mas sem deixar os cuidados básicos de lado. Ricoberto Bohn terá que voltar a Porto Alegre a cada seis meses para monitoramento da prótese e, no dia a dia, cuidar da higiene da peça, que é de silicone.
A orientação da equipe técnica é para que ele durma sem nariz. Segundo Adriana Corsetti, a prótese é fixada com ajuda de uma cola que dura o dia todo, mas acaba umedecendo com a respiração do paciente.
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