SÃO LEOPOLDO

Após idosa morrer atropelada, moradores reclamam de insegurança na travessia da RS-240 durante obras do viaduto da Scharlau

Maria Ilsy Muller, de 79 anos, aguardava para cruzar rodovia quando foi atingida, na tarde desta quinta-feira, por um caminhão que aplicava piche

Publicado em: 03/08/2023 19:03
Última atualização: 17/10/2023 17:52

Moradores das proximidades da obra do viaduto da Scharlau, onde uma idosa morreu atropelada por um caminhão na tarde desta quinta-feira (3), reclamaram sobre a falta de segurança na travessia da rodovia, que está recebendo a construção de dois viadutos.


Idosa morreu atropelada por caminhão da obra do viaduto da Scharlau enquanto esperava para atravessar RS-240 Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Maria Ilsy Muller, de 79 anos, aguardava no acostamento quando um caminhão que aplicava piche na beira da faixa a atingiu. Ela morreu local. A reportagem ouviu testemunhas que relataram sobre a insegurança a qual os pedestres são submetidos.

"Segurança não tem. Eu passo aqui todos os dias, e a empresa não está fornecendo segurança nenhuma para nós. Os motoristas também não respeitam, não param. Se não tomarem providências, vai morrer mais gente", reclama Neusa Fainello, 61 anos, que realiza o trajeto pelo local quatro vezes ao dia.

A moradora, que era vizinha de Maria, enfatiza que "desde que começou a obra, não teve um dia que me senti segura". Já Silvio Padilha dos Reis, reclama sobre a abertura para passagem de pedestres que há no meio da rodovia, local por onde a idosa atravessaria e que foi fechado logo após o óbito.

Travessia pela rodovia

“Se tivessem bloqueado há um mês atrás, não passaria ninguém. Agora está seguro, depois que fecharam”, afirma Silvio Padilha dos Reis. Para Ernesto Rohr, “deveria ter uma pessoa em cada lado da via fazendo a fiscalização da travessia”.

A reportagem questionou o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) sobre os apontamentos, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

O acidente

Moradora das redondezas, pouco antes do acidente acontecer, a idosa tinha apertado o botão da sinaleira de pedestres e aguardava na beira da faixa o sinal fechar para, então, atravessar a rodovia e voltar para casa. Conforme relatou o genro de Maria, Ronaldo Lamp, de 60 anos, assim como costumava fazer em outros dias, ela havia ido à farmácia e ao mercado.

No entanto, o motorista de um caminhão que aplicava piche na rodovia, ação que faz parte da obra do viaduto da Scharlau, não a viu. O veículo se deslocava para frente a aproximadamente 15 km/h, mas, por conta da aplicação do material, o condutor olhava para trás, pelo retrovisor. O caminhão acabou atingindo a vítima de frente.

Testemunhas relatam que ela foi arremessada e, por conta do barulho das obras, o motorista não notou que havia atropelado uma pessoa. Ele continuou trabalhando e passou com o veículo por cima de Maria, que morreu no local.

Após o acidente, o homem que dirigia o caminhão passou mal e recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A reportagem tentou contato com a construtora DCS, de Gravataí, empresa dona do caminhão, mas não teve retorno. No local do acidente, um representante da companhia foi questionado sobre posicionamento, mas não quis se pronunciar.

Sobre o acidente, o Dnit, responsável pela obra do viaduto da Scharlau, disse que "acionou a empresa para verificar a situação".

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