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RISCO À SAÚDE

ÁGUA CONTAMINADA: Saiba quais os sintomas que consumidores podem ter ao beber produto impróprio e quando o risco é maior

Vigilância de Alimentos da capital, que suspendeu produção de marca de água mineral após resultados insatisfatórios em amostras, explica o que fazer para iniciar investigação em produto que trouxe mal-estar

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 18/07/2023 às 16h:10 Última atualização: 22/08/2023 às 08h:16
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Na última semana, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre suspendeu os processos de captação e envase de água da marca Fontes de Belém depois que amostras que estavam em análise tiveram resultados insatisfatórios. O problema foi constatado em um lote do produto que chegou a ser comercializado.

Água contaminada pode ter causado diarreia e sintomas gastrointestinais em consumidores | Jornal NH



Água contaminada pode ter causado diarreia e sintomas gastrointestinais em consumidores

Foto: Freepik

De acordo com a Clarissa Schild, médica veterinária e chefe em exercício da Equipe de Vigilância de Alimentos (EVA), pertencente à Vigilância de Saúde de Porto Alegre, nas amostras da marca de água mineral foram encontradas bactérias de coliformes totais, que são presentes no trato gastrointestinal do homem e de alguns animais. “É possível que a contaminação tenha se dado por manipulação inadequada”, afirma.

A contaminação foi constatada no lote Dia 25, que foi fabricado em 25 de maio de 2023 e venceu no dia 9 de julho. 

Quais os sintomas em quem bebeu a água?

No caso de quem ingeriu a água deste lote da Fontes de Belém, conforme explica a profissional, entre os prováveis sintomas estão diarreia e distúrbios gastrintestinais — que são, por exemplo, acúmulo de gases, distensão abdominal, indigestão, saciedade precoce e sensação de empachamento.

No entanto, a maior preocupação é em relação a pessoas imunocomprometidas ou grávidas que possam ter consumido o produto contaminado. A fatia da população que possui alguma deficiência imunológica — grupo no qual estão incluídos pacientes oncológicos, soropositivos ou transplantados, por exemplo — tem probabilidade maior de desenvolver infecções mais graves quando em contato com bactérias.

Denúncias

Clarissa reforça que doenças transmitidas por produtos alimentícios podem acontecer pela ingestão de qualquer alimento ou água contaminados.

Por isso, caso duas ou mais pessoas que tenham ingerido determinado alimento sentirem sintomas gastrintestinais parecidos, o recomendado é que entrem em contato com a Vigilância de Alimento do município onde o produto foi comprado. Assim, uma investigação será aberta para apurar se é possível que tenha havido alguma contaminação. Dois casos de infecção já são suficientes para que seja considerado um surto de origem alimentar.

Análise da água contaminada

No caso da contaminação da água da Fontes de Belém, as bactérias que foram encontradas não eram possíveis de ser observadas pelo consumidor a olho nu. Somente é possível constatá-las com análises microbiológicas.

Clarissa explica que tais avaliações são feitas pelo Programa Estadual de Monitoramento da Qualidade Sanitária de Alimentos (Pemqsa), que fiscaliza alimentos já disponibilizados pelo comércio. A garantia de qualidade do produto antes de ele chegar aos mercados, no entanto, é de responsabilidade da empresa, uma vez que toda indústria precisa ter um controle de qualidade.

Funcionamento da empresa

A empresa foi notificada e está sem liberação para atuar. A produção só poderá ser retomada após o responsável adotar medidas corretivas, como higienização de equipamentos e instalações, desinsetização por empresa especializada, proteção eficiente contra acesso de vetores na área de envase, e higienização e manutenção da canalização de condução da água de captação.

Além disso, deverão ser apresentados laudos satisfatórios para qualidade da água, e a fábrica passará por vistoria da EVA, que, então, poderá dar a liberação de funcionamento.

A decisão pela suspensão dos serviços foi tomada na última quarta-feira (12). No entanto, até esta terça-feira (18), a empresa não havia procurado a Vigilância para atestar a qualidade do produto ou informar se já está realizando algum dos procedimentos exigidos.

Desta forma, por precaução, as atividades da Fontes de Belém, seguem suspensas, e os produtos foram retirados de circulação. A reportagem tentou contato com a empresa, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.

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