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SAÚDE PÚBLICA

ÁGUA CONTAMINADA: Empresa de água mineral que foi interditada diz que houve falha humana; entenda

Produção da marca Fontes de Belém foi suspensa no dia 12 de julho em Porto Alegre, após resultados de amostras demonstrarem contaminação por bactérias e agentes materiais

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 24/07/2023 às 17h:12 Última atualização: 22/08/2023 às 08h:23
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Quase duas semanas depois de ter a produção suspensa pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre, a empresa de água mineral Fontes de Belém afirmou nesta segunda-feira (24) que espera retomar o trabalho já na próxima semana. O estabelecimento foi interditado no dia 12 de julho, depois que amostras do produto apresentaram resultados insatisfatórios e, portanto, ofereciam “risco à saúde”, conforme classificou a pasta.

De acordo com o advogado da empresa, Gabriel Souza, a contaminação teria sido ocasionada por um erro humano. “Faltou o produto que faz a esterilização”, relata.

Resultados insatisfatórios foram encontrados em dois galões de água mineral produzidos pela marca Fontes de Belém | Jornal NH



Resultados insatisfatórios foram encontrados em dois galões de água mineral produzidos pela marca Fontes de Belém

Foto: Freepik

 O funcionário responsável pelas duas etapas de esterilização dos vasilhames de 20 litros comercializados pela empresa não teria trocado os filtros por onde passam as embalagens. Além disso, ele não teria percebido a falta de um produto químico que é aplicado à jato no interior dos recipientes e precisa ser reposto, no mínimo, uma vez ao dia.

“É um funcionário que trabalha com a gente já há um tempo e está passando por uma situação pessoal bem delicada”, explica o advogado sobre o trabalhador, que segue na empresa. A falha aconteceu apenas no lote Dia 25, que foi produzido em 25 de maio e tinha validade até o dia 9 de julho. 

Por conta da realização incorreta dos procedimentos, em análises feitas pelo Programa Estadual de Monitoramento da Qualidade Sanitária de Alimentos (Pemqsa) foram encontradas bactérias Pseudomonas e agentes materiais, como fragmentos de plástico e insetos. As avaliações foram realizadas em dez galões recolhidos pela Vigilância em distribuidora que é cliente da Fontes de Belém. Destes, apenas dois apresentaram contaminação. Souza não soube informar quantas unidades, ao todo, havia no lote.

O advogado diz que a empresa reconhece ter falhado ao encarregar apenas um funcionário de todo o processo de esterilização. “É uma pessoa humana, passível de erros como qualquer outra.” Assim, na tentativa de evitar que o problema volte a se repetir, mais uma pessoa ficará responsável pelos procedimentos, que também terá um supervisor.

Após ter tido os processos de captação e envase suspensos, a empresa recomendou que os consumidores que adquiriram água desse lote não as ingerisse e afirmou que, quando a produção for retomada, eles poderão buscar reposição.

Conforme Souza, todo o processo de desinfecção exigido pela Vigilância de Alimentos de Porto Alegre já foi feito e agora a fábrica aguarda apenas a finalização dos laudos. Antes da liberação, a Vigilância ainda fará uma inspeção no local.

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