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AGRICULTURA

Agricultores de Canoas e Nova Santa Rita contabilizam perdas nas lavouras

Cultivo de hortaliças e plantio de cereais estão comprometidos após intempéries na região metropolitana

Taís Forgearini
Publicado em: 29/09/2023 às 09h:57
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O clima tem sido o principal desafio para a agricultura no Rio Grande do Sul em 2023. Após o fenômeno climático La Niña, no início do ano, os municípios enfrentam os efeitos do El Niño. As chuvas fortes e o granizo castigaram a região metropolitana na última semana. A Emater-RS em conjunto com os agricultores de Canoas e Nova Santa Rita, contabilizam as perdas de área e os prejuízos financeiros das lavouras.

Agricultores estão apreensivos com os efeitos do El Niño



Agricultores estão apreensivos com os efeitos do El Niño

Foto: Emater-RS-Canoas/Divulgação

Em Canoas, o cultivo de hortaliças foi o mais prejudicado até o momento. Mato Grande, Niterói e Mathias Velho, foram as localidades (agrícolas) mais atingidas. Segundo a Emater-RS em Canoas, cerca de 32 hectares foram afetados.

“O pessoal está correndo contra o tempo, colhendo o que restou para vender antes que estrague. Os agricultores estão apreensivos com a previsão do tempo. É preciso que a chuva cesse nos próximos dias. Será fundamental para a drenagem das áreas afetadas e o planejamento para o replantio”, destaca a engenheira agrônoma Caroline de Lima, da Emater-RS em Canoas.

A situação é considerada complexa pela engenheira. “As culturas foram afetadas em diferentes estágios do desenvolvimento, do início do plantio até próximo da colheita”, salienta. “As lavouras que não tiveram perda total ainda podem contrair doenças originadas por fungos ou bactérias”.

A falta de luminosidade, combinada com longos períodos de umidade e temperaturas mais elevadas, formam o cenário ideal para a proliferação de microrganismos. Conforme a Emater Canoas, um laudo totalizando as perdas financeiras e de área está sendo desenvolvido.

“Nosso município está em estado de emergência [por 180 dias], porém, ainda não há nenhuma sinalização sobre a agricultura. É uma situação delicada, os produtores atingidos não têm seguro”, evidencia Caroline.

A Emater Canoas recomenda que os agricultores procurem pelo órgão e a Secretaria Municipal de Agricultura. “A comunicação das perdas auxilia na tomada de decisões e ações para minimizar os impactos causados pelas intempéries”, finaliza.

Plantações em Nova Santa Rita

No começo do ano, as lavouras em Nova Santa Rita foram castigadas pela estiagem. O prejuízo foi de R$ 10,6 milhões. “O clima não está sendo generoso com a agricultura. Fomos afetados em cheio pela chuva. Tivemos até episódios de granizo. O plantio de arroz e milho está totalmente suspenso”, avalia o engenheiro agrônomo da Emater-RS em Nova Santa Rita, Igor Silva de Bearzi. A região possui 4.500 hectares de área destinada para o cultivo de arroz. “Não há condições de preparo do solo. Os atrasos são inevitáveis. A produtividade está comprometida”, lamenta.

Preocupação com a previsão do tempo

Algumas localidades rurais de Nova Santa Rita permanecem alagadas. Segundo Bearzi, nas condições atuais do solo são necessários de sete a dez dias sem chuva e com sol. “Para ser feito o preparo e manejo do solo precisamos da ajuda do clima, algo que não controlamos. É uma situação difícil”.

O engenheiro agrônomo alerta para uma possível escassez de algumas culturas. “Também tivemos perdas na produção de hortaliças. Teremos o resultado do laudo geral de perdas nesta sexta-feira”.

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