MEGAOPERAÇÃO DA POLÍCIA
Advogado criminalista e ex-policial são suspeitos de integrar esquema de tráfico e execuções liderado por empresários
Preso de alta periculosidade da Penitenciária de Montenegro também é alvo da megaoperação da Polícia Civil
Última atualização: 17/10/2023 20:03
Um advogado criminalista e um ex-policial militar também são suspeitos de envolvimento em esquema de tráfico de drogas e execuções liderado por dois empresários do litoral norte.
Os dois principais alvos da Operação Turrim, deflagrada nesta desta terça-feira (29), atuam no ramo imobiliário e de gastronomia e foram capturados em Torres.
Entre os crimes ligados ao esquema, estão pelo menos cinco homicídios que, segundo a investigação, trataram-se de execuções de desafetos e de traficantes de facção rival, com o intuito de monopolizar a venda de drogas na região litorânea gaúcha.
Foram executadas 140 medidas cautelares, entre prisões preventivas, temporárias, buscas e apreensões domiciliares, sequestro de veículos, uso provisório como viaturas descaracterizadas e bloqueios de contas bancárias em 18 municípios do RS e Santa Catarina.
Do total, 65 mandados são de prisão e foram cumpridos simultaneamente em Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Viamão, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Lajeado, Campo Bom, Estância Velha, Capão da Canoa, Morrinhos do Sul, Torres, Três Cachoeiras e Mampituba (RS); e em Praia Grande, Passo de Torres, Araranguá e São João do Sul (SC).
Detento também é alvo da operação
Outro alvo da ação tem 34 anos e é considerado como o gerente do grupo. Ele já se encontra preso na Penitenciária Modulada de Montenegro e ostenta antecedentes policiais por homicídio qualificado (seis indiciamentos); associação para o tráfico de drogas; associação criminosa; coação no curso do processo; corrupção de menores; furto qualificado e ameaça.
Mesmo estando no sistema penitenciário, hoje foi executado novo mandado de prisão preventiva.
Vida de luxo
Com o lucro do tráfico de drogas, os envolvidos sustentavam vida de luxo, adquirindo veículos de alto valor, residindo em apartamentos em bairros nobres, próximo ao mar, além de viagens e compras de terrenos e imóveis.
Alguns dos criminosos que também usufruiam do tráfico de drogas e já se encontram presos no sistema penitenciário. Eles usavam os lucros para obter regalias na prisão.
Operação Turrim
Cerca de 250 policiais civis do RS participaram da ação para desarticular a associação criminosa armada interestadual, com prisões, bloqueio de contas bancárias, sequestro de veículos de luxo e apreensão de bens e valores em espécie, visando à descapitalização do grupo criminoso.
De acordo com os delegados Rafael Delvalhas Liedtke, titular da 2ªDIN/Denarc, e Marcos Vinicius Muniz Veloso, titular da DP/Torres, as investigações iniciaram há mais de 12 meses, quando os policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão no interior de cela de detento de alta periculosidade, preso na Penitenciária Estadual de Montenegro.
Os investigados presos respondem ao Inquérito Policial instaurado na 2ª DIN/Denarc, que apura delitos de:
- Tráfico de drogas (artigo 33 da Lei n° 11.343/2006, pena máxima até 15 anos de reclusão);
- Associação para o tráfico de drogas (artigo 35 da Lei n° 11.343/2006 - pena máxima até 10 anos de reclusão);
- Posse e porte ilegal de munições e armas de fogo (artigos 12, 14 e 16 da Lei n° 10.826/03, penas máximas até 12 anos de reclusão);
- Corrupção de menores (artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente - pena máxima prescrita de até 4 anos de reclusão).
- Já os homicídios qualificados (artigo 121, parágrafo 2°, do Código Penal - pena máxima até 30 anos de reclusão) estão sendo apurados em procedimento próprio, perante a Delegacia de Polícia de Torres.
As medidas cautelares executadas pelos policiais civis hoje foram expedidas pela Vara Criminal da Comarca de Torres.