Apesar dos crescentes investimentos em segurança privada, como câmeras, sensores de alarme e rondas de vigilantes, o comércio de Novo Hamburgo segue sofrendo nas mãos de ladrões. O sentimento é de abandono, principalmente na área central. “A gente tem medo de novos ataques”, desabafa a gerente de uma loja depredada e vítima de furto duas vezes no fim de semana.
Foto: Imagem cedida pela loja Bambolê
O prédio, na Rua Marcílio Dias, tinha recebido mais investimento na segurança há menos de um ano, em razão de arrombamento. Não adiantou. Às 4h08 deste sábado (15), um encapuzado estourou a porta de vidro e revirou a loja Bambolê. Guarnecido por um comparsa na calçada, furtou um tablet, um celular, dois casacos infantis e moedas.
Quando a vigilância privada chegou, a dupla já tinha ido embora. Ficou um cenário de destruição. “Como uma porta de vidro não fica pronta de uma hora para outra, colocamos um tapume, com todo reforço possível, e pagamos um guarda particular para ficar aqui na frente na noite de sábado para domingo”, conta a gerente, Daniela Silveira da Silva. A presença de um segurança teria intimidado novo ataque na noite seguinte.
Vai ter grade
Às 2h20 desta segunda-feira (17), a dupla voltou. Com um chute, o encapuzado derrubou o tapume com toda a estrutura de sustentação e furtou um tablet. “Os equipamentos que levaram traz enorme transtorno, pois continham dados da loja e redes sociais, mas o prejuízo financeiro é muito maior com os reparos. Uma porta de vidro não sai por menos de mil reais. Agora fomos orientados a reforçar o sistema de sensores nos vidros da frente e também vamos colocar grade.”
Os sucessivos investimentos em segurança, porém, nunca vão trazer tranquilidade. “A gente fica com medo porque não sabe o que vai acontecer. E se vierem de dia também? Eles não têm medo, pois vêm mesmo sabendo que o alarme vai disparar e chegarão guardas na porta em poucos minutos.”
Delegado avalia pedido de prisão com base na reincidência
A 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, que há duas semanas apreendeu dois adolescentes acusados de onda de arrombamentos na área central, afirma que a dupla do último fim de semana já está identificada. Segundo o delegado Tarcísio Kaltbach, um tem 18 anos e o outro 25.
O problema é que, como furtos não envolvem violência ou grave ameaça, conforme a lei, os autores não costumam ser presos. “Estamos avaliando o pedido de prisão preventiva com base na reincidência deles”, explica o delegado. Ele antecipa que a dupla será indiciada por furto qualificado. O mais novo já tem antecedentes por furto e arrombamento, enquanto o outro possui histórico de tráfico de drogas.
Conforme Tarcísio, os dois ladrões de 17 anos apreendidos no último dia 4 seguem internados no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), do bairro Canudos. os menores são acusados de pelo menos oito arrombamentos de lojas na área central, a maioria com destruição das vitrines de vidro.
*Colaborou: Nadine Funck
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