VIROU CASO DE POLÍCIA

Vereador usa frase racista ao criticar execução de obra no RS; veja vídeo

Em 2011, Antônio Valesan teve os direitos políticos suspensos por cinco anos e perdeu o cargo de prefeito

Publicado em: 08/12/2023 10:40
Última atualização: 08/12/2023 10:42

Uma frase para criticar a execução de uma obra virou caso de polícia no Rio Grande do Sul. O vereador Antônio Valesan (PTB) usou uma expressão racista durante a sessão da Câmara de Vereadores de Roca Sales, no Vale do Taquari. O caso aconteceu na última segunda-feira (4).


Vereador Antônio Valesan usa frase racista ao criticar execução de obra em Roca Sales, no Vale do Taquari Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Se isso continuar e não tiver um trabalho de gente branca, de gente que sabe fazer esse trabalho com técnicas, de pessoas que sabem fazer, nós vamos embargar aquilo lá”, disse o parlamentar. O comentário foi feito enquanto Valesan criticava a execução de um serviço feito por uma empresa terceirizada. O vereador citou problemas com recolhimento de entulhos e retirada de pedras de uma localidade do município.

De acordo com a Polícia Civil, uma ocorrência sobre o caso foi registrada no fim da manhã da terça-feira (5). “Foi instaurado inquérito policial para apuração da prática de crime de racismo por parte do vereador”, afirma a delegada Betina Martins.

Após a repercussão da sua fala, Valesan pediu desculpas. “Palavras ditas não podem ser apagadas, mas quando equivocadas, precisam ser retratadas publicamente e urgentemente, com humildade em reconhecimento ao erro”, disse em nota.

“Em respeito à comunidade de Roca Sales e a reputação da minha vida, peço perdão em virtude do discurso insensato dito na tribuna da Câmara de Vereadores. Não há nenhuma justificativa que isente esse absurdo. Que todo ato de preconceito se transforme em letramento para que erros dessa natureza jamais se repitam. Esse é o meu desejo e também passa a ser a minha luta na Casa do Povo”, continua o comunicado.

Valesan já foi prefeito de Roca Sales. No entanto, em 2011 teve os direitos políticos suspensos por cinco anos e perdeu o cargo. Na época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão da Justiça Eleitoral sobre o afastamento do político por desvio de doação de calçados durante as eleições de 2000 para compra de votos.

O que diz a Câmara

Em nota publicada um dia após a sessão, a Câmara repudiou as falas do parlamentar. “Entendemos que manifestações de cunho preconceituoso devem ser combatidas em todas as esferas, para que tais ações possam ser erradicadas da sociedade mediante ações que visem à prática de políticas públicas sérias e permanentes, que possibilitem um amplo debate junto à comunidade e que possam ser transformadas em medidas que mudem o comportamento humano”, diz trecho do documento.

A Casa Legislativa ainda afirma que o pronunciamento é de responsabilidade do vereador. “Rechaçamos todo e qualquer discurso ou ação discriminatória”, finaliza o posicionamento.

*Com informações do portal de notícias UOL. 

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