Em continuidade à série de entrevistas com os seis candidatos a prefeito (a) de Canoas, o Diário de Canoas nesta quinta-feira (19) realiza a terceira publicação. O intuito é informar aos leitores do município sobre as propostas e projetos acerca dos mais diversos temas que regem a administração municipal.
Foto: Paulo Pires/GES
Utilizando como critério a ordem alfabética da urna eletrônica, o terceiro entrevistado é o prefeiturável Campiol (Novo). Os primeiros foram Airton Souza (PL), na terça-feira (17), e Beth Colombo (Republicanos), na quarta-feira (18). A divulgação das entrevistas com Jairo Jorge (PSD), Marcio Freitas (PRD) e Rodrigo Cebola (Psol) ocorrerá na próxima semana, nos dias 24, 25 e 26, respectivamente.
Natural de São Caetano do Sul-SP, Ordilei Campiol, 44 anos, não possui histórico na política. O empresário, do ramo de manutenção de carretas-tanque, possui sociedade em uma empresa familiar que atua no segmento de manutenção de carretas e prestação de serviços de reformas e adequações para veículos pesados em todo o País.
Campiol teve a primeira experiência de trabalho aos 15 anos em uma indústria metalúrgica. O empresário possui quase 20 anos de trabalho em sociedade com o pai e o irmão. Como candidato, concorre pela primeira vez.
Na corrida eleitoral de 2024, o plano de governo proposto pela chapa Campiol e Alini Artioli (Novo) possui dez temas centrais, com 75 itens, entre eles: gestão da Prefeitura, setor produtivo e combate à corrupção e privilégios.
O material completo está disponível no site divulgacandcontas.tse.jus.br.
Canoas foi mais de 50% atingida pela enchente de maio. Quais as medidas mais urgentes e o seu plano para a recuperação da cidade?
Campiol: A medida mais urgente é a recuperação da infraestrutura que foi afetada. Nossa assessoria fez um requerimento à Prefeitura em 17 de maio (requerimento 240517 1152) solicitando a lista de todos os prédios afetados, mas não obtivemos respostas. Penso que devemos, prioritariamente, recuperar as escolas, retomar as aulas e recuperar o tempo perdido. A volta às aulas também permite que os pais voltem a trabalhar.
O que pretende fazer para qualificar o atendimento de saúde do município, incluindo hospitais, unidades de saúde e filas de espera para cirurgias e consultas especializadas?
Campiol: O sistema de saúde precisa de um choque de honestidade e de gestão. É necessário revisar todos os protocolos de atendimento, se é que existem, e integrar o sistema para termos prontuários únicos em todos os pontos de atendimento. Não é possível que um cidadão seja atendido em um posto e, em outro dia, seja atendido em outro diferente, sem que o segundo atendimento tenha todas as informações já recolhidas. Isto é o cúmulo da incompetência. Se resolvermos isto, já andamos 100%.
Os usuários do transporte coletivo de Canoas sofrem com uma frota sucateada, longa espera nas paradas e ausência de rotas nos bairros. Muito se fala sobre a implantação de outras empresas na concessão. O que é possível fazer para melhorar o sistema?
Campiol: Infelizmente, o sistema público de transporte está falido em todos os lugares. Não é um problema somente de Canoas. O aparecimento de outros meios alternativos acabou com o subsídio cruzado, visto o aumento de passageiros que moram em bairros mais próximos do centro e deixam de usar o transporte público. Com isto, o sistema entra em colapso financeiro. O transporte público já perdeu 50% dos passageiros nos últimos 10 anos. Ninguém tem coragem de resolver isto devido aos compromissos assumidos com a empresa que atende a cidade já há décadas. Precisamos do Partido Novo para romper as amarras e permitir que a cidade respire em busca de novas soluções.
A cada dia são vistas mais pessoas em situação de extrema pobreza em Canoas. São mais de 400 pessoas em situação de rua. Quais suas principais ações para a área de desenvolvimento social?
Campiol: O desenvolvimento social só vem mediante desenvolvimento econômico. Como disse Ronald Reagan, o melhor programa social é o emprego. Não há mágica. O Novo é um partido liberal. É preciso haver uma porta de saída, sendo preciso que os usuários dos programas sociais não se acostumem com o assistencialismo promovido pelo Estado. Precisamos instituir condições de governança, a cidade precisa ser ágil no atendimento de demandas das empresas para ser atrativa. Se conseguirmos facilitar e agilizar, novos empreendimentos virão, novas riquezas e novos empregos serão gerados.
Quais medidas considera essenciais e quais ações pretende realizar para manter a saúde financeira da cidade?
Campiol: Cortar gastos desnecessários ou não prioritários, reduzir a máquina, fazer bem feito o que é essencial. É necessário reorganizar o sistema para ser eficiente e que se faça mais com menos. Teremos uma economia de guerra por algum tempo. Vamos reavaliar todos os contratos e reduzir seus custos. Temos muitas torneiras para fechar. Feito isto, os investimentos virão para a cidade.
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