BANCADA HISTÓRICA

Pela primeira vez, três mulheres ocuparão cadeiras na Câmara de Novo Hamburgo

Cidade elegeu pela primeira vez, em 97 anos do município, três mulheres para o cargo

Publicado em: 21/10/2024 19:30
Última atualização: 23/10/2024 16:43

O número de mulheres eleitas para as Câmaras de Vereadores no País cresceu, proporcionalmente ao total de vagas para o cargo, 13% entre as eleições de 2020 e de 2024, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquele ano, de 58.094 vagas de vereador, 9.371 (16,13%) foram preenchidas por mulheres. Agora, de 58.309 vagas, 10.603 (18,24%) foram ocupadas por elas.


Câmara Municipal de Novo Hamburgo Foto: CMNH

Em relação às eleitas para o legislativo local, Novo Hamburgo segue a tendência brasileira. A cidade elegeu pela primeira vez, em 97 anos do município, três mulheres para o cargo. Elas, portanto, representarão, a partir de 2025, 21,4% da Câmara, percentual ainda relativamente baixo se comparado ao eleitorado hamburguense. Dos 179.306 eleitores aptos a irem às urnas escolher prefeito, vice e vereadores em outubro, 95.225 eram mulheres e 84.081 homens. Em outras palavras, na cidade, o voto feminino representa 53,1% do eleitorado.

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Na atual legislatura, as mulheres ocupam duas das 14 cadeiras existentes. Porém, as eleitas em 2020 não se reelegeram, Lurdes Valim (Republicanos) e Semilda Tita (PSDB).

Elas representam novidades na Câmara

As três vereadoras eleitas representam marcos na eleição local e, apesar das diferenças partidárias, se assemelham em dois aspectos: além de comporem uma bancada feminina inédita no Legislativo hamburguense, o trio nunca havia disputado um cargo eletivo.

Conheça elas:

Luciana Martins (PT)

Uma delas, a primeira docente da rede municipal a conquistar uma cadeira no Legislativo, a professora Luciana Martins (PT). Com 29 anos dedicados ao magistério, Luciana estreou nas urnas desbancando nomes conhecidos dos eleitores e ficando entre os cinco mais votados do pleito. No quadro geral, ela foi a campeã de votos entre as mulheres, somando 2,34% dos votos válidos, o que corresponde a 2.692 votos.


Luciana Martins (PT) Foto: Daniele Souza / CMNH

“O nosso mandato terá o compromisso de reverberar a voz feminina, de incentivar a participação de mulheres na política para que em 2028 tenhamos uma paridade nas cadeiras do legislativo municipal”, adianto a vereadora eleita. “Isso não é só uma questão de justiça, mas é de interesse público, pois nossas pautas não se tornam direitos sem nossas vozes femininas no legislativo”, completa.

Deza Guerreiro (PP)

Outro fato histórico marcou a eleição, isto porque a cidade elegeu a primeira vereadora que vai representar a causa animal na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo a partir de janeiro do próximo ano. Eleita com 2.037 votos, a candidata do Progressistas (PP), Deza Guerreiro, foi eleita pela primeira vez para exercer o cargo de vereadora.

 


Deza Guerreiro (PP) Foto: Divulgação

Envolvida na luta pelo direito dos animais desde 2010 e fundadora da ONG Amparo Animal NH, Deza é uma das três novidades da bancada feminina do Legislativo para a gestão 2025 - 2028. “Estou muito orgulhosa e feliz por fazer parte dessa bancada histórica feminina e com certeza farei o meu melhor para fazer a diferença na cidade”, afirmou.

Daia Hanich (MDB)

A terceira vereadora eleita foi a inspetora da Polícia Civil Daia Hanich (MDB), filha do ex-vereador Serjão Hanich (MDB). Ela foi a 12º mais votada nas eleições do último dia 6, com 1.848 votos (1,60% do total válido). “É uma honra fazer parte dessa bancada histórica e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade gigantesca de continuar lutando para que essa representatividade cresça ainda mais, refletindo a diversidade e a força das mulheres hamburguenses”, comentou a vereadora eleita.


Daia Hanich MDB - vereador NH Foto: Reprodução


Filiada há 18 anos no MDB, Daia trabalhava nos bastidores da legenda e chegou a atuar como coordenadora de campanha do pai, que morreu em 2022, aos 60 anos. O projeto da vida política ficou em segundo plano até março de 2023, quando aceitou o convite para concorrer representando a trajetória da família na política. “A presença de mais mulheres na Câmara é essencial para garantir que as vozes femininas sejam ouvidas e que possamos discutir questões que afetam diretamente as mulheres e toda a sociedade, como saúde, segurança e educação, com uma perspectiva mais ampla e sensível”, avalia.

Panorama do pleito

Dos 152 candidatos a uma das 14 cadeiras da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo nas eleições 2024, 99 eram homens e, apenas, 53 mulheres. O número representa exatamente 34,86% das candidaturas. O montante era um pouco maior que a porcentagem mínima obrigatória pela Justiça Eleitoral, que estabelece que os partidos tenham no mínimo 30% de candidatas mulheres.

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