NO ALVO DO CRIME

Na Assembleia, motoristas de aplicativos propõem medidas para conter a violência

Levantamento mostra que, 11 condutores foram vitimados em serviço em 2023

Publicado em: 18/12/2023 20:00
Última atualização: 20/12/2023 15:24

Um levantamento feito pelo Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), aponta que ao menos onze profissionais que trabalham nas plataformas de transporte foram assassinados durante o trabalho em 2023 no estado. A realidade violenta, que circula sem freios, foi apresentada nesta segunda-feira (18), por uma comissão de representantes da categoria durante audiência pública da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, da Assembleia Legislativa gaúcha.


Na Assembleia, motoristas de aplicativos propõem medidas para conter a violência Foto: Divulgação/ ALRS Mariana Czamanski


 

 

O relatório aponta ainda que agressões e assaltos a mão armada e com arma branca em qualquer horário fazem parte da rotina destes trabalhadores, conforme a entidade. “Tudo praticado por passageiros que são colocados dentro de nossos carros pelas empresas de aplicativos”, afirma a presidente do Simtrapli-RS, Carine Trindade.


Entre as propostas apresentadas para os deputados estaduais, está a adoção, por parte das empresas, de um sistema mais rigoroso para o cadastro de usuários, além da proibição de pedidos de corrida para terceiros. “Na Assembleia Legislativa, não podemos legislar sobre direitos trabalhistas, mas podemos estudar medidas no campo do direito do consumidor”, adiantou o deputado Pepe Vargas (PT), autor da proposição. Conforme Vargas, a pauta será encaminhada ao secretário de Segurança, Sandro Caron, e ao Ministério Público.


Aplicativos


Tanto a Uber quanto o 99 Pop ressaltaram que conferem importância à segurança de motoristas e usuários. O representante da 99, Bruno Mota, afirmou que a empresa adota mais de 50 ferramentas tecnológicas para garantir a segurança de seus profissionais. “Trabalhamos com a prevenção antes da corrida, com a proteção durante e com o suporte de relacionamento depois”, apontou.
As duas companhias utilizam inteligência artificial que analisa uma série de parâmetros levando em conta perfil dos passageiros, formas de pagamento, frequência de viagens, local da partida e parada final, horário, entre outros dados que são obtidos inclusive com as secretarias da segurança de cada estado.

No caso da Uber, a empresa realiza a checagem de antecedentes criminais dos clientes e que a disponibilização de fotos está em fase de testes. Além disto, em caso de pagamento com dinheiro vivo, há uma dupla checagem para reduzir riscos. “Mas, infelizmente, nem sempre conseguimos evitar. Estamos à disposição para pensar alternativas juntos com os trabalhadores e, num futuro próximo, pretendemos integrar o nosso sistema com o da polícia”, observou o representante da empresa, Pedro Santos.

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