O assunto não é novo, mas sempre chama atenção. Candidatos fazem votação expressiva, mas não conseguem garantir uma cadeira na Câmara de Vereadores de determinada cidade. Por que isso acontece?
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Na maioria dos casos, a explicação está no quociente eleitoral. Diferente da eleição para prefeito, por exemplo, em que o mais votado se elege (sistema majoritário), a eleição para vereador é no chamado sistema proporcional. Ou seja: não basta ser o mais votado para garantir vaga no Legislativo.
A lógica do sistema proporcional é valorizar os partidos políticos, considerados um dos pilares da democracia representativa. A ideia é que, garantindo espaço a mais partidos, diferentes correntes de pensamento estejam representadas nos legislativos municipais.
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Dois cálculos são feitos para se chegar aos eleitos para a Câmara de Vereadores: o do quociente eleitoral e o do quociente partidário.
Para calcular o quociente eleitoral é preciso dividir a quantidade de votos válidos para determinado cargo pelo número de vagas disponíveis para aquele cargo. O candidato precisa cumprir o requisito de ter pelo menos 10% do quociente eleitoral.
Já o quociente partidário (que define quantas vagas cada partido terá direito) é calculado a partir da divisão da quantidade de votos válidos para determinado partido pelo quociente eleitoral.
Câmara de São Leopoldo
Os resultados desses cálculos, que são feitos de forma automatizada pela Justiça Eleitoral, é que acabaram deixando de fora dois dos candidatos mais votados para a Câmara de São Leopoldo.
O candidato Alessandro Camilo da Silva, o Lemos, do PSB, foi o mais votado da cidade, com 4.451 votos. Mas ficou de fora da Câmara porque o partido não atingiu o quociente partidário. Lemos já é vereador e atualmente ocupa a vice-presidência da Câmara leopoldense.
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Outro candidato que fez expressiva votação em São Leopoldo mas que não conseguiu se reeleger é Marcelo Dentinho, do União Brasil. Ele obteve 3.481 votos, mas não ficará na Câmara a partir de 2025.
Dos eleitos para o Legislativo leopoldense, o mais votado foi Vereador Falcão, do PL, que somou 3.659 votos. Iara Cardoso, do PDT, a segunda eleita com maior votação, teve 3.141 votos.
Câmara de Novo Hamburgo
Em Novo Hamburgo, o eleito com maior votação foi Cristiano Coller (PP), com 4.038 votos. Em segundo aparece Juliano Souto (PL), com 3.677 votos. Mas teve candidato mais votado que eles que não conseguiu vaga na Câmara.
O candidato mais votado para a Câmara hamburguense foi Fernandinho Lourenço (Solidariedade), com 4.084 votos. No entanto, o partido não conseguiu somar o mínimo necessário de votos para se credenciar a uma vaga.
No final de seu segundo mandato na Câmara de Novo Hamburgo, ele avaliou nesta segunda-feira que o fato de ter tido sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral prejudicou seu desempenho. Fernandinho diz que é vítima de perseguição e que vai tentar reverter a decisão. O pedido de impugnação partiu do Ministério Público, sob alegação é de que ele tem envolvimento com o crime organizado, o que ele nega.
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Embora também tenha feito votação expressiva (terceiro mais votado na cidade), o candidato Preto Kayser (Novo) ficou de fora do Legislativo por conta do cálculo do quociente eleitoral. O Novo não conseguiu vencer a barreira mínima de votos necessários para garantir uma cadeira na Câmara hamburguense.
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