POLÍTICA

Investigado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro convoca ato em São Paulo

Manifestação é anunciada pelo ex-presidente no momento em que apurações policiais se aproximam dele; Bolsonaro diz que usará evento para se defender

Publicado em: 12/02/2024 21:32
Última atualização: 12/02/2024 21:32

Em um vídeo distribuído nas redes sociais pelos perfis de aliados próximos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou um ato para o próximo dia 25, na Avenida Paulista, em São Paulo. Em meio às investigações da Polícia Federal, que o colocam como envolvido em uma tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro quer usar a ocasião para se defender.


Jair Bolsonaro Foto: Alan Santos / Presidência da República

No vídeo, Bolsonaro argumenta que o ato será “pacífico” e pede que seus apoiadores evitem levar faixas “contra quem quer que seja”. Em atos anteriores convocados pelo ex-presidente, tornou-se comum o surgimento de faixas pedindo intervenção federal e atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Olá amigos de todo Brasil, em especial em São Paulo. No último domingo de fevereiro, às 3 da tarde, estarei na Paulista, realizando um ato pacífico em defesa do nosso estado democrático de direito. Peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo e, mais que isso: não compareçam com qualquer faixa e cartaz contra quem quer que seja”, diz Bolsonaro na publicação.

O ex-presidente afirma que, no evento, quer se defender “de todas as acusações que têm sido imputadas” a ele. “Mais do que discursos, uma fotografia de todos vocês, pois vocês são as pessoas mais importantes desse evento. Para mostrar para o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações, o que nós queremos”, completou.

Bolsonaro foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis na última semana e precisou entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado, impedindo as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A revelação de uma reunião em que o ex-presidente fala em “reagir” antes das eleições e as conversas de aliados sobre uma possibilidade de ruptura aproximaram as investigações do ex-chefe do Executivo.

A PF também apura outros casos envolvendo o ex-presidente e seu entorno, como a suposta venda de joias que pertenceriam a União, revelada pelo Estadão, a criação de uma Abin paralela no governo, a falsificação de dados de cartões de vacinação e a operação de milícias digitais.

Investigações sobre golpe de Estado se aproximam do ex-presidente

As investigações autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontam que um grupo de aliados do ex-presidente teria orquestrado uma tentativa de golpe de Estado, e foram base da Operação Tempus Veritatis, deflagrada na quinta-feira (8).

Esse grupo, composto por civis e militares trabalhava pela abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a PF, “alguns investigados atuaram em mais de uma tarefa, colaborando em diversos núcleos de forma simultânea e coordenada”.

A decisão de Moraes aponta que as tarefas das frentes tinham três objetivos: desacreditar o processo eleitoral, planejar e executar o golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, para manter a permanência de seu grupo no poder.

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