Com sobrenomes conhecidos entre os eleitores e a ambição de seguir os passos da família, alguns dos principais “herdeiros” de políticos de Novo Hamburgo tiveram o destino selado pelas urnas no último domingo (6).
Nas eleições de 2024, Daia Hanich (MDB) e Tarcisio Heming, o Ico Heming (Podemos), apostaram no pai e no irmão, respectivamente, como cabos eleitorais de peso para garantir a primeira vitória em uma eleição. Fora o candidato Professor Rafa Lucas (Podemos), filho do ex-vereador, ex-presidente da Câmara e ex-prefeito interino, Antônio Lucas (PDT), que ficou na suplência do seu partido.
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Candidato sem nome?
Com nome e sobrenome nas urnas, Ico Heming foi além. Repetiu ainda a estratégia usada nas eleições municipais de 2020 – quando ficou na suplência – , e se muniu do grau de parentesco para angariar votos.
No material gráfico de campanha e nas urnas, o político adotou o “nome” de Irmão Enfermeiro Vilmar. O tal irmão de Ico aparece ainda ao lado do vereador eleito em todas as fotos utilizadas na campanha.
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Para quem não está atualizado, o “mano” de Ico é o ex-vereador Enfermeiro Vilmar, ou Vilmar Heming. Ele teve seu mandato cassado após denúncias de assédio a uma menor de idade em 2020.
A estratégia de fazer alusão ao irmão gerou confusão entre os eleitores que questionavam: Vilmar é candidato ou não? E afinal, qual é o nome do candidato?
Resumindo o imbróglio: Vilmar não se lançou candidato, mas estava fazendo campanha para eleger seu irmão “sem nome”, o Tarcisio Jorge Heming, nome de batismo de Ico Heming. A explicação para essa confusão, consoante o parlamentar eleito, levou em consideração o nome de outros candidatos que disputavam vagas na Câmara e no Executivo.
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“Optamos por usar o nome de Irmão Enfermeiro Vilmar porque meu apelido é Ico, mas tínhamos um candidato Ica e outro Ito concorrendo. Para ajudar, meu nome é Tarcísio, então imagina o alvoroço”, observa, se referindo aos candidatos à vereança Ricardo Ritter, o Ica (MDB) e Ito Luciano (Podemos) e a Tarcísio Zimmermann (PDT), postulante ao Executivo.
Por outro lado, os Heming deslumbravam transferir os votos do irmão mais velho para o caçula. “Ele andou comigo durante toda a jornada, lado a lado. As pessoas até confundiam a gente pela semelhança física, de tão parecidos que somos.”
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Na avaliação do parlamentar, a estratégia de marketing deu certo e o resultado foi visto nas urnas. Na eleição deste domingo (6), ele garantiu uma cadeira na Câmara com 2.504 votos, 1.089 a mais que na eleição passada (1.415). Destes, 1.850 foram registrados no bairro Canudos, sua base eleitoral.
“Mas é importante falar, na Câmara, quero dar seguimento ao trabalho que iniciou, mas quem se elegeu foi o Ico Heming, não o Enfermeiro Vilmar”, adianta, ao ser questionado sobre a expectativa de corresponder ao legado familiar e a necessidade de se destacar por méritos pessoais.
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