"NEGACIONISTA"
Haddad rebate acusações e clima esquenta na Câmara dos Deputados
O ministro da Fazenda foi chamado de negacionista pelo deputado federal Abilio Brunini (PL)
Última atualização: 22/05/2024 17:05
Uma troca de farpas marcou audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22). Na reunião, que tinha como intuito discutir as políticas econômicas do país, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o deputado federal Abilio Brunini (PL) tiveram uma discussão após Brunini chamar Haddad de negacionista.
A discussão teve início quando o deputado apresentou dados do governo ao ministro, na sequência o acusando de "negacionista da economia".
"Me chama de negacionista? Defendi a vacina o tempo todo, a Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne. Negam que deram um calote em precatório, negam que deram calote em governador e eu que sou negacionista?", respondeu Haddad.
Brunini também havia questionado se Haddad preferia estar no Ministério da Cultura tocando Blackbird, música dos Beatles que o ministro já tocou em entrevista.
“O bolsonarismo não gosta de cultura”, respondeu o petista.
O ministro também foi questionado se o show da Madonna poderia ser considerado cultura, quando respondeu: "Se não gosta da Madonna, não vai ao show da Madonna. O senhor gosta de monocultura, nem todo mundo é obrigado a ter o mesmo gosto do senhor."
O deputado seguiu questionando, agora sobre cortes no Orçamento. "Não teve corte, teve contingenciamento (bloqueio), que pode ser liberado até o final do ano. Está respondido? Aguarde. Se chegar até o final do ano contingenciado, o senhor reclama. Se não chegar, o senhor pede desculpa. É assim que funciona a vida democrática", afirmou.
Kim Kataguiri (União-SP) também teve breve discussão com o ministro. O deputado questionou Haddad sobre o posicionamento da Fazenda a respeito da isenção para compras internacionais de até US$ 50 dólares, "jabuti" incluído na medida provisória do Programa Mover.
O ministro rebateu que há cobrança de ICMS, um imposto estadual, e questionou se Kataguiri criticaria os governadores, que instituíram a mudança, perguntando especificamente se o deputado mencionaria o nome de Tarcísio de Freitas, chefe do Executivo de São Paulo.