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QUOCIENTE PARTIDÁRIO

"Faz parte do jogo", diz vereador mais votado de São Leopoldo e que não foi eleito

Alessandro Camilo da Silva, o Lemos, recebeu 4.451 votos nas eleições de domingo, mas não conseguiu vaga na Câmara leopoldense; entenda o que influencia no resultado final

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Publicado em: 08/10/2024 às 14h:28 Última atualização: 08/10/2024 às 14h:29
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Alessandro Camilo da Silva, mais conhecido como Lemos, foi o candidato a vereador mais votado em São Leopoldo pela segunda vez consecutiva. Lemos, do PSB, fez, no último domingo (6), 4.451 votos, o que representa 4,15% dos votos válidos. Mesmo sendo o mais votado nas urnas leopoldenses, o candidato, que já possui uma cadeira no Legislativo, não estará na composição da Câmara a partir do dia 1º de janeiro de 2025. Isso porque não atingiu o quociente partidário.

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 Alessandro Camilo da Silva, o Lemos



Alessandro Camilo da Silva, o Lemos

Foto: Divulgação

“Faltaram 768 votos para que nosso partido atingisse a regra para que o PSB pudesse conquistar uma cadeira, pelo que a gente analisou de forma superficial. Faz parte do jogo. Não foi dessa vez”, destacou Lemos, vereador da atual legislatura.

“Em primeiro lugar, agradeço ao povo de São Leopoldo que me fez o vereador mais votado pela segunda vez consecutiva. É por demais gratificante saber que reconheceram o trabalho incansável que fiz e que fui um vereador muito atuante, defendi o povo e fui a sua voz durante esses quatros anos. Por essas razões minha votação aumentou”, considera.

“Quero fazer um agradecimento aos meus eleitores de toda a cidade que acreditam em mim e, principalmente, aos meus eleitores da baixada (no bairro São Miguel), que me encheram de orgulho, pois fiz uma votação histórica nos bairros onde vivo, não me abandonaram”, observa.

Segundo o seu futuro político, Lemos afirma que ainda não tem definições. “Ainda é muito recente para saber o que vou fazer, mas uma coisa já posso dizer: quero ficar mais com a minha família e meus amigos e com a minha equipe, pois durante esses anos todos abdiquei de estar do lado da família em prol do povo. Mas, mesmo fora (da Câmara), pretendo ser quem sempre fui, o líder comunitário que nunca deixou de habitar na minha essência como pessoa e no meu coração puro. Quem me conhece sabe quem sou e a resposta está nas urnas em todas as vezes que concorri.”

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“Não é justo”

Marcelo Dentinho



Marcelo Dentinho

Foto: Reprodução

Quem também garantiu uma votação expressiva foi o vereador Marcelo Dentinho (União Brasil), o terceiro mais votado. Fez 3.481 votos, mas também não conseguiu se reeleger.

“Infelizmente, a legenda não atingiu o número necessário de votos. Reconheço que isso não é justo, mas faz parte das regras eleitorais. Continuarei fazendo tudo que estiver ao meu alcance para ajudar São Leopoldo e, se for da vontade da população, estarei preparado para disputar uma vaga no Legislativo em 2028”, afirma Dentinho, agradecendo os votos recebidos.

“Estou imensamente agradecido pelos 3.481 votos recebidos. Minha campanha foi pautada pela ética, sem o uso de recursos públicos ou poluição visual.”

Como são feitos os cálculos

A explicação para mais votados não serem eleitos está no quociente eleitoral. Diferente da eleição para prefeito, em que o mais votado se elege (sistema majoritário), a eleição para vereador é no chamado sistema proporcional: não basta ser o mais votado para garantir vaga no Legislativo.

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a lógica do sistema proporcional é valorizar os partidos políticos. A ideia é que, garantindo espaço a mais partidos, diferentes correntes de pensamento estejam representadas nos legislativos municipais.

Dois cálculos são feitos para se chegar aos eleitos para a Câmara de Vereadores: o do quociente eleitoral e o do quociente partidário.

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Para calcular o quociente eleitoral é preciso dividir a quantidade de votos válidos para determinado cargo pelo número de vagas disponíveis para aquele cargo. O candidato precisa cumprir o requisito de ter pelo menos 10% do quociente eleitoral.

Já o quociente partidário (que define quantas vagas cada partido terá direito) é calculado a partir da divisão da quantidade de votos válidos para determinado partido pelo quociente eleitoral.
Os resultados desses cálculos, que são feitos de forma automatizada pela Justiça Eleitoral, é que acabaram deixando de fora dois dos candidatos mais votados para a Câmara de São Leopoldo.

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