TRINTA DIAS PARA O VOTO
ELEIÇÕES: Falta um mês para as votações e campanhas devem acelerar
A quatro semanas do primeiro turno, movimentação ainda tímida é reflexo do comportamento do eleitor
Última atualização: 06/09/2024 12:24
A partir desta sexta-feira (6), em 30 dias, mais de 155 milhões de brasileiros que estão aptos a votar irão às urnas eleger ou reeleger quem vai administrar as cidades e as câmaras municipais nos próximos quatro anos em 5.569 municípios. A votação do primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro.
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No Rio Grande do Sul, são mais de 28 mil candidatos registrados (1.214 para majoritária e 26.499 às proporcionais) para disputar a preferência de 8.682.742 eleitores habilitados. Vale lembrar que o número de postulantes ainda não é o oficial, pois os pedidos de candidaturas não foram totalmente analisados pela Justiça Eleitoral.
Números
Em cidades em que há um número significativo de candidatos para a Câmara de Vereadores a escolha dos eleitores será crucial para definir a composição do legislativo municipal.
Em Novo Hamburgo, por exemplo, 164 pessoas vão concorrer às 14 cadeiras do Legislativo. Já São Leopoldo tem 174 candidatos para 13 vagas e em Canoas, onde são 21 vagas de vereadores, há 339 concorrentes.
Dinâmica
Embora a contagem regressiva das quatro semanas que antecedem o pleito aumente o engajamento de candidatos e partidos, criando um ambiente mais dinâmico e competitivo, o mesmo ainda não se vê por parte dos eleitores que avaliam a corrida eleitoral como morna ou apática. "Vejo mais anúncios pagos nas redes sociais, mas nas ruas continuo achando meio parado", avalia a estudante de Odontologia, Manoela Viegas, 23.
A avaliação de Manoela não diverge do cenário atual. No final da manhã de quinta-feira (5), na Praça do Imigrante, no Centro de Novo Hamburgo, onde há maior circulação de pedestres, a presença das equipes de campanha era intensa. No entanto, nos bairros, a estratégia de divulgação dos candidatos parece estar mais voltada para a utilização de windbanners, ou bandeiras verticais, que colorem pontos estratégicos. Fora isso, a campanha se concentra na Internet e no horário eleitoral gratuito em rádio e televisão. Cenário que se repete nos municípios da região.
Desinteresse da população
O cientista político Everton Rodrigo Santos, professor da Universidade Feevale, aponta uma série de fatores, como a enchente de maio, para a campanha não ter engrenado ainda.
“O impacto na economia local, na vida diária das pessoas, causado pela enchente, tem refletido no pleito. Segundo ele, também aumentou o controle e a vigilância sobre as contas públicas das campanhas. “Elas não estão com todo aquele dinheiro que havia antigamente. Isso também é um fator inibidor”, pontua.
Santos também acredita que o País passa por um momento de afastamento dos cidadãos em relação à política que pôde ser registrada com o crescimento de votos brancos e nulos e abstenções.
“Dos últimos anos pra cá essa antipolítica, ou seja, o afastamento das pessoas da política, diz respeito à exploração também midiática da corrupção. E isso leva, ao que temos visto nas pesquisas, que quanto mais as pessoas são expostas a esse tipo de notícia, mais elas ficam desacreditadas das instituições políticas, do parlamento, do Legislativo, do Executivo, do judiciário”, argumenta.
Conforme o cientista político pesquisas recentes apontam que apenas 10% da população afirmam confiar em partidos políticos. E isso se reflete na eleição. Santos aponta uma estratégia simples adotada por algumas siglas para mudar isso. “Tanto é que, que mudaram os nomes. Tiraram, e estão cada vez tirando mais, a nomenclatura ‘partido’ porque é muito malvisto”, observa.
Reforço na reta final
Com os recursos mais “enxutos”, Santos avalia que as campanhas devem se intensificar nos próximos dias, na força tarefa para conquistar votos. “É uma estratégias das próprias chapas e coligações, guardarem a energia para esse tirão final. Porque, a gente sabe por pesquisas eleitorais, que os eleitores definem seus candidatos na reta final da campanha”.