REGIME FECHADO
Ex-prefeita de Ivoti e vereadora eleita de Taquara são condenadas à prisão por fraude na fila do SUS
A sentença, que saiu nesta sexta-feira, prevê pena em regime fechado para as duas políticas, que tiveram mandatos cassados em 2017 e 2021
Última atualização: 12/10/2024 16:02
A ex-prefeita de Ivoti Maria de Lourdes Bauermann, 79 anos, e a vereadora eleita de Taquara Magali Vitorina da Silva, 47, foram condenadas à prisão em regime fechado, nesta sexta-feira (11), por fraude na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Os crimes, conforme a Operação F5 do Ministério Público, aconteceram entre abril de 2013 e novembro de 2015.
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O que diz a defesa da ex-prefeita de Ivoti
O que diz a defesa da vereadora eleita de Taquara
A sentença é do juiz Juliano Fonseca, da 2ª Vara Criminal de Taquara. Maria de Lourdes recebeu 11 anos e três meses de reclusão. Cassada em setembro de 2017 em razão da investigação, ela tentou voltar ao cargo em Ivoti, pelo Republicanos, mas perdeu a eleição no último domingo (6). Fez 5.353 votos (40,65%).
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A pena da outra política é maior. Magali da Saúde, como é conhecida, deve cumprir 14 anos e quatro meses de prisão. Cassada em agosto de 2021, ela foi eleita no domingo passado (6) com 527 votos, pelo União Brasil, para retornar à Câmara de Vereadores de Taquara.
Outra condenada por envolvimento no esquema é a ré Irani Weber, 64, apoiadora de Maria de Lourdes. Recebeu a mesma pena de Magali da Saúde. As três podem recorrer em liberdade. O juiz imputou a elas os delitos de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informação.
O esquema, segundo o Ministério Público
Segundo a denúncia, o esquema consistia em conseguir de forma mais rápida os atendimentos no SUS com o objetivo de ganhar votos. “A fraude tinha como base furar a fila do SUS e, para isso, a ex-prefeita de Ivoti, com ajuda de uma servidora pública na área da Saúde, de Taquara, que hoje é vereadora eleita no município, inseriam no sistema de agendamentos pacientes de Ivoti na fila de Taquara, sempre usando dados falsos”, menciona o MP.
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O promotor de Justiça Flávio Duarte, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, foi o responsável pela investigação e pela denúncia, contando com a parceria da Promotoria de Justiça de Taquara para a instrução da ação penal.
A Operação F5 foi deflagrada em 27 de outubro de 2016, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão — um na casa de Maria de Lourdes, no Centro de Ivoti, um na residência de Irani, também na área central da cidade, e um em um posto de Saúde de Taquara.
Até cirurgias plásticas
As investigações mapearam 14 casos, como cirurgias plásticas nas pálpebras e no nariz, consultas oftalmológicas agendadas para duas semanas depois da marcação (a espera, em regra, é superior a um ano), além de uma consulta com oncologista marcada para 15 dias depois da inserção no sistema.