Um discurso de pacificação e ânimos apaziguados marcou a reunião realizada nesta terça-feira (30) na Secretaria Extraordinária de Recuperação do RS, em Porto Alegre.
Oficialmente, o encontro foi para detalhar os novos investimentos e uma prestação de contas dos recursos já alocados no Estado pela União até agora. Mas também houve momentos de cobranças aos prefeitos e respostas às críticas de inoperância do governo federal.
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Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial
Em um dado momento, o titular da Secretaria Extraordinária, Paulo Pimenta (PT), foi enfático ao rebater, mesmo sem citar nomes, as declarações de que o governo não fez nada pelas empresas durante a conversa com prefeitos e outros políticos.
O tema chegou a ser levantado pelo próprio governador Eduardo Leite (PSDB), que estava na mesa no momento em que Pimenta afirmou que “tem 25 mil empresas que já contrataram as medidas de apoio”.
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Durante a coletiva de imprensa concedida pelos quatro ministros que vieram ao Rio Grande do Sul e também pelo vice-governador Gabriel Souza (MDB), os líderes políticos buscaram minimizar os conflitos entre os dois governos. Ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) foi utilizou por diversas vezes a palavra cooperação e tentou, no discurso, colocar um fim às provocações entre os governos.
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“Neste momento que a população está dolorida, machucada, [em que] pessoas perderam entes queridos, fico pensando a pessoa que está no sofá vendo político batendo boca ou trocando farpas, ele deve pensar ‘em vez de estar preocupado em cuidar de mim, está preocupado em fazer disputa político partidária’ isso não é bom para ninguém.”
Costa, que é o homem forte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu uma disputa que classificou como saudável. “Vamos fazer a competição do bem. Em vez comentar ou criticar o que você fez, eu vou lá e faço mais”.
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O ministro também aproveitou para mandar uma crítica indireta ao governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), quando Costa era o governador da Bahia. “Naquele momento, não tive ninguém acima de mim além de Deus para pedir ajuda”, afirmou ele, fazendo referência às enchentes que atingiram o estado baiano em 2021.
O ministro ainda ressaltou a importância dos recursos disponibilizados para a recuperação do RS. “A economia do Rio Grande do Sul vai reagir fortemente até dezembro deste ano, e vai ter um crescimento expressivo, porque é muito dinheiro irrigando aqui”, projetou Costa.
Tom ameno
Leite foi embora antes da coletiva, o que levou o vice-governador a responder pelo governo estadual. Souza utilizou um tom ameno para justificar as cobranças feitas pelo governador nos últimos meses, quando chegou a dizer que o governo teria cansado de esperar pelas ações da União.
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“É natural que o governo estadual tenha suas demandas junto ao governo federal, aliás, esse é o motivo para vivermos em uma federação”, contemporizou Souza, que ainda negou qualquer disputa política.
“Naturalmente, o governo do Estado se reserva sempre que necessário apresentar suas demandas junto ao governo federal, isso não pode ser interpretado como provocação ou disputa política, porque não é a linha de trabalho do governador Eduardo Leite”, afirmou.
Casa prontas, falta cadastro
Ministro das Cidades, Jader Filho (MDB) ainda afirmou que há recurso para a compra de 1.867 residências a partir do programa Minha Casa Minha Vida.
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Segundo ele, falta apenas os governos municipais atualizarem o cadastro junto ao governo federal para efetivar as compras. “Estamos aguardando somente que os cadastros que sejam enviados pelas prefeituras à Defesa Civil federal para que seja feita a checagem se de fato a família tem direito.”
Essas residências serão adquiridas através do sistema de compra assistida, no valor de até R$ 200 mil. Além disso, o governo federal também anunciou que deve publicar nesta semana uma nova liberação de bônus de até R$ 40 mil para todas as faixas do Minha Casa Minha Vida.
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