Restam menos de duas semanas para que a população vá às urnas e vote em seus representantes à Prefeitura e Câmara de Vereadores em todo o Brasil no domingo, 6 de outubro. O segundo turno acontece no último domingo do mês, dia 27 de outubro, mas somente nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Na região, a única chance disto acontecer é em Canoas.
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Pouco mais de 10 dias também é o prazo para que todos os candidatos alinhem suas campanhas, mudem estratégias que forem necessárias e intensifiquem suas ações. De acordo com o professor da Universidade Feevale e doutor em Ciência Política, Everton Rodrigo Santos, os últimos dias são essenciais para que os eleitores indecisos definam seus votos.
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Da mesma forma, ele acredita que uma das estratégias para caçar os incertos é partir para o ataque. “A temperatura da campanha tende a aumentar com os ataques mútuos, que visam fazer o eleitor se decidir. Agora começa a ‘temporada dos escândalos’: o propósito é destruir o oponente, custe o que custar, independente da verdade. Os eleitores indecisos serão caçados pelos políticos. Principalmente com as chamadas fake news, que vão se intensificar nesta reta final”, declara Santos.
O professor acrescenta que, neste momento, o eleitor deve ter calma e olhar para as propostas de cada candidato a fim de escolher aqueles que mais trazem identificação, além de capacidade de resolver problemas reais. “O resto é ‘luta na lama’, ‘fumaça’”, pontua o cientista político.
As estratégias apontadas pelas candidaturas
Há quatro anos, a eleição foi em meio a uma pandemia, o que forçou os partidos a adotarem campanhas mais digitais. Agora, mesmo com as redes sociais e até inteligência artificial, as coligações apostam na campanha física. É hora de gastar sola de sapato, percorrendo pontos estratégicos da cidade. As candidaturas avaliam as estratégias para os dias restantes de campanha:
Fufa Azevedo (PT): “Vamos duplicar o volume de ações em todas frentes. Nossa prioridade continua clara: apresentar propostas concretas para reconstruir Novo Hamburgo com a participação da população. Nada substitui o corpo a corpo. As visitas às casas, o diálogo nas ruas, e a presença física junto ao povo são fundamentais para entender as reais necessidades. Sabemos que estamos vivendo uma era digital e as redes sociais desempenham um papel cada vez mais importante nas campanhas. A internet tem sido uma porta de entrada para muitos eleitores e nos ajuda a alcançar um público maior, disseminando nossas ideias com rapidez e eficiência.”
Gustavo Finck (PP): “Seguimos diferenciando nossa candidatura como a verdadeira mudança. Redes sociais são importantes em nossas estratégias, mas nada substitui o contato com o eleitor. Seguiremos buscando o olho no olho e a entrega de nossas propostas de casa em casa. Por ser um período curto, a campanha é dinâmica e é de sua natureza a correção de rota e a proposição de novas ferramentas. No início marcamos posição com a presença nas ruas com wind banners. Agora a equipe apresentou o material em tamanho maior, diferenciando-nos. Nossos recursos destinamse à produção de materiais, carro de som e contratação de equipe.”
Raizer Ferreira (PSDB): “Nossa prioridade será reforçar ainda mais a presença junto à população, intensificando a participação nos bairros e comunidades, em caminhadas ou carreatas. Queremos continuar próximos das pessoas, escutar histórias e compreender as necessidades. A campanha ocorre tanto nas ruas quanto no ambiente digital, e ambas continuarão fundamentais. A tecnologia nos ajuda a alcançar mais pessoas, mas o contato olho no olho é essencial. Como em toda campanha, é importante estar atento aos sinais do eleitor e ajustar o tom da comunicação quando necessário. Temos sido responsáveis na gestão dos recursos.”
Tânia da Silva (MDB): “Vamos seguir caminhando em todos os recantos da cidade, olhar nos olhos de cada hamburguense. Apostamos em propostas bem cimentadas, verdadeiras, sem populismo eleitoreiro. Meu foco é olhar nos olhos, ouvir e conversar. As redes sociais são uma importante ferramenta para divulgar nossas propostas e ações a mais pessoas. No entanto, consideramos esta ferramenta como apoio, não abrimos mão do contato direto com o eleitor. Seguimos com o mesmo foco, com as mesmas cores e com o mesmo comprometimento. Minha candidatura não precisa implorar por apoio de celebridade política, não imito ninguém, não uso boné e não busco me eleger a qualquer preço.”
Tarcísio Zimmermann (PDT): “Tudo o que foi feito até aqui é intensificado. O que acontece agora são mais reuniões, mais campanha corpo a corpo, mais intensidade nas redes e uma atenção especial à preparação para os debates finais, que podem ser decisivos. Apresentamos um plano de governo sólido. Temos feito um esforço importante nas redes sociais. Nas comunidades mais de bairro, a maioria das pessoas não tem o hábito de se informar sobre questões políticas nas redes. Então é muito importante o olho no olho, a fala direta. Gosto de fazer esse trabalho e isso significa respeito ao eleitor, que vê a gente no meio dele.
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A arrecadação e os gastos de campanha
Para uma campanha, são necessários recursos. E eles normalmente vêm dos próprios partidos (fundo partidário) ou de doações de apoiadores. Todas essas receitas e despesas podem ser conferidas por qualquer pessoa a partir do site divulgacandcontas.tse.jus. br, do Tribunal Superior Eleitoral. As atualizações dos dados são constantes.
Em Novo Hamburgo, o candidato que mais arrecadou até o momento, a partir dos dados checados às 13 horas de domingo (22), é Gustavo Finck. O candidato do Progressistas (PP) arrecadou R$ 834.650,10, sendo a maior parte (R$ 300 mil) vinda do partido Republicanos, que integra a coligação. A doação do PL, que compõe a chapa, foi de R$ 200 mil (23,96%). O partido do candidato aportou R$ 130 mil (15,58%). Os gastos já chegaram a R$ 560.972,80. A maior fatia, de R$ 205,340,50 (36,6%), em material impresso e R$ 100 mil (17,83%) em publicidade de carro de som. A campanha online representa R$ 55 mil (9,80%).
Fufa Azevedo aparece em segundo na arrecadação, com R$ 580.021,04. Do valor, 99,18% vieram do PT. As despesas já somam R$ 260.718,99. O maior gasto está em despesas com pessoal: R$ 78.500,00 (38,11%). A campanha teve despesas com redes sociais (R$ 57.250,00, 21,96%), publicidade impressa (R$ 29.213,55, 11,20%). Despesas com advogados também aparecem entre os principais gastos, R$ 35 mil (13,42%).
Tânia da Silva, do MDB, aparece em terceiro no ranking de arrecadação com R$ 524.100,00, sendo 99,03% do valor do seu partido. Suas despesas somam R$ 474.186,32. O maior gasto da campanha, R$ 188.789,05 (39,81%), refere-se a “serviços prestados por terceiros”. Publicidade com materiais impressos (R$ 80.807,55, 17,04%) e com carro de som (R$ 69 mil, 14,55%) vêm na sequência.
Raizer Ferreira, do PSDB, arrecadou R$ 432 mil, sendo R$ 400 mil (92.59%) do seu partido. Há ainda outras três doações que completam o valor. As despesas até agora somam R$ 371.173,36. Seu maior gasto também está em “serviços prestados por terceiros”, com R$ 150 mil (40,41%) aportados. Publicidade com materiais impressos (R$ 120.448,22, 32,45%) e atividades de militância e mobilização de rua (R$ 39.200,00, 10,56%), também somam valores consideráveis.
Tarcísio Zimmermann, do PDT, tem arrecadado R$ 394.280,00. Foi justamente o PDT quem aportou a maior doação, R$ 373 mil (94,60%). O União Brasil, partido que compõe a chapa, doou R$ 9.780,00 (2,48%). Três doações completam o valor. Até o momento, a campanha gastou R$ 257.299,18. A maior contratação foi de serviço de carros de som, com R$ 57.100,00 (22,19%). Mas a campanha se divide também em atividades de militância e mobilização de rua (R$ 47.550,00, 18,48%), publicidade em materiais impressos (R$ 46.678,30, 18,14%) e serviços contábeis (R$ 33.390,00, 12,98%).
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De olho nas datas do calendário eleitoral
A reta final do calendário eleitoral começou no sábado (21), quando, 15 dias antes da eleição, começou a proteção a candidatos, que não poderão ser presos, exceto em flagrante. A partir de 1º de outubro, a proteção se estende aos eleitores, que não poderão ser detidos, salvo em flagrante. Além disso, é o último dia para a verificação dos sistemas de votação.
No dia 26 de setembro, os tribunais regionais eleitorais iniciam ações para esclarecer a população sobre o processo de votação, e a Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica define os locais para os testes de integridade. No dia 30 de setembro, é o último prazo para o registro de pesquisas de opinião pública.
Em 3 de outubro, encerra-se a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, bem como a realização de comícios. No dia 4, é o último momento para propaganda paga em jornais e Internet.
Já em 5 de outubro, a propaganda eleitoral é proibida, e as atividades de distribuição de material e uso de alto-falantes devem ser encerradas. Neste dia, também ocorre a escolha das seções eleitorais que passarão pela auditoria da votação.
Finalmente, em 6 de outubro, dia das eleições, a votação ocorre das 7h às 17h. A partir desse horário, os resultados começam a ser divulgados.