Encerrando o ciclo de entrevistas com os cinco prefeituráveis de Novo Hamburgo, a Central Grupo Sinos de Eleições recebeu o candidato Gustavo Finck, que concorre pelo Progressistas. A entrevista aconteceu na terça-feira (17), no estúdio multimídia da Rádio ABC 103.3 FM, com transmissão também em vídeo no site abcmais.com e no YouTube.
Durante 50 minutos, o candidato respondeu aos questionamentos de sete jornalistas da redação integrada. A conversa abordou o cenário político e como o candidato se coloca nele, campanha eleitoral, plano de governo e propostas sobre assuntos-chave.
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Confira trechos da entrevista com Finck:
Tramita na Justiça Eleitoral o processo sobre uso indevido do telefone celular funcional da Câmara pelo candidato Raizer, movido por sua coligação. Pode comentar?
Tínhamos recebido essa denúncia há bastante tempo, na pré-campanha da utilização de um telefone funcional pra impulsionamento de mensagens. E isso chegou até a parte jurídica e entramos com o processo. Foi constatado que era realmente um telefone funcional e a Justiça confiscou o telefone para avaliar as mensagens que foram utilizadas. Teve agora uma acareação entre as duas partes e o juiz ainda não definiu. Mas eu tenho certeza que o contribuinte não iria gostar de receber mensagens de um telefone funcional.
O senhor se apresenta como o candidato da direita. Recentemente Onyx Lorenzoni (PL), declarou apoio à candidata Tânia da Silva do MDB. Como vê esse posicionamento?
O Onyx tá de saída do partido dele e isso ele mesmo falou, que era uma decisão pessoal dele, que não era partidária. Nós temos o vice, que é o Gerson Haas (PL) e eu sou o único da direita porque o ex-presidente Bolsonaro (PL) apoia a minha candidatura. Então nós estamos fechados com a direita: o Delegado Zucco (Republicanos), o Coronel Zucco (PL), o deputado Issur Koch (PP) e também o PRD.
O senhor esteve no passado em partidos mais alinhados à centro-esquerda e, até, o histórico de sua família, não prejudica essa posição diante dos eleitores?
Eu venho de berço da direita, meu pai veio da Arena, do PDS e PTB. Eu nunca fui filiado a nenhum partido de esquerda. Eu tive uma empresa de comunicação, trabalhava como marqueteiro político e trabalhei para vários partidos políticos. Não tenho nenhum envolvimento com a esquerda. São coisas que a oposição fala. Eu trabalhei em Brasília com o deputado João Derly, através de um trabalho profissional.
O maior aporte financeiro da campanha vem do Republicanos. O partido terá protagonismo no governo?
Ainda bem que o Republicanos deu esse dinheiro senão eu estaria sem dinheiro nenhum. O Republicanos faz parte da nossa coligação. Em termos de espaço nós vamos discutir depois da eleição. O governo será propositivo, que terá profissionais nas suas áreas.
Seu plano de governo é descrito apenas em tópicos de eixos estratégicos, mas generalistas. As propostas serão construídas ainda?
É importante falar que muitas ideias nossas estão sendo copiadas, então foi uma estratégia não colocar no site do TSE o plano de governo. Nós estamos abrindo nas nossas redes sociais cada pauta, desde a causa animal, esporte, segurança pública, saúde. Mas amplamente tenho debatido com a comunidade. Muita coisa já foi copiada por outros candidatos e apresentada como propostas novas. Por exemplo o projeto da Bolsa Atleta.
No documento há muitas críticas à atual gestão…
As críticas não é o candidato que faz, é a comunidade. Um governo que perde empresas para Estância Velha. Nada contra o município, mas em 2023 levou 13 de Novo Hamburgo. Tudo que está no nosso plano de governo é em relação às críticas ao governo que a gente não pode dar continuidade. Temos em dívidas em torno de 64% do orçamento. A gente tem que ter pé no chão, trazer dinheiro novo para o município para que a gente possa melhorar a vida do cidadão.
O senhor fala na criação de dois distritos industriais. Há espaço?
Existe. Vão ser em dois bairros. Nós não estamos divulgando por causa da especulação imobiliária, mas as duas áreas, nós já temos os projetos e assim que eleito a gente vai divulgar. Já existem as áreas, as áreas são do município. Nós vamos lotear para empresas. Vai ser pago por essas empresas, elas terão carência de pagamento.
O senhor é crítico da Fenac como gestora do CIT. Como ficaria o local?
Temos que avaliar realmente se atende hoje a necessidade da cidade. Vão inaugurar agora, em época de eleição, a toque de caixa. Nós temos que reavaliar se aquele prédio está hoje estruturado para receber a demanda atual, se a Feevale pode administrar o CIT, porque não vai ser a Fenac. A Fenac não tem inteligência para administrar o CIT. A Fenac entende de tecnologia? Entende de fazer feiras.
Sobre o transporte coletivo, qual avaliação? O senhor propõe passagem gratuita. Como implantar?
O transporte público hoje é deficitário. Foi feita uma licitação, também a toque de caixa, porque era uma promessa de eleição, foi mudado três ou quatro vezes o processo licitatório. Nós vemos o caos aqui na cidade. Sobre o transporte público gratuito, é uma iniciativa público-privada, com empresas que querem investir e pagar para a empresa de ônibus por quilômetro rodado. Vão ter ônibus disponíveis adesivados com a marca da empresa, com propaganda interna e as pessoas vão saber que naquele horário vai ter ônibus gratuito no trecho. Então vai ser aos pouquinhos.
O que pensa sobre as regiões afetadas pela cheia?
É uma grande preocupação minha. Nos últimos oito anos a Prefeitura não cuidou da casa de bombas como deveria. Vamos passar a casa de bombas para a Comusa.
O que será feito em relação à Vila Palmeira?
Tem áreas que moradores vão ter que sair porque eles estão junto ao dique. Tem áreas invadidas ali que prejudicam a contenção do dique. Temos que achar um espaço para onde essas pessoas possam ir. As pessoas que moram na Santo Afonso só vão sair se quiserem.
Seu plano propõe implantação de um centro oncológico. Como?
Muitos falam em trazer a oncologia de volta e jogar para o Hospital Municipal. No hospital se atende pessoas no corredor, quando terminar o Anexo II o que vai acontecer? As macas dos corredores vão para o Anexo II. Nós temos que fazer algo novo e nós temos prédios no município de Novo Hamburgo que podem comportar a oncologia. Vamos trabalhar com duas entidades que cuidam da área da oncologia no município.
Qual será a assinatura que, se eleito, o senhor vai deixar ao final do governo?
Eu quero desburocratizar os processos, que a cidade possa crescer de uma forma organizada, que possamos ter uma educação de qualidade, ter atendimento de qualidade na saúde. Grandes empresas que quiserem vir, terão tratamento diferenciado. Então a minha marca é essa, quero cuidar das pessoas, desburocratizar os processos, atrair novas empresas e cuidar das empresas que estão aqui. Que não percamos mais empresas para municípios bem menores que Novo Hamburgo.
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