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POLÍTICA

ELEIÇÕES: "Precisamos voltar a ter futuro", diz Fufa Azevedo, candidato à Prefeitura de Novo Hamburgo

Fufa Azevedo foi o primeiro a ser entrevistado na série de entrevistas promovida pela Central Grupo Sinos de Eleições

Joceline Silveira
Publicado em: 10/09/2024 às 06h:00 Última atualização: 12/09/2024 às 21h:56
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Em ordem definida por sorteio na semana passada, Fufa Azevedo (PT) foi o primeiro entrevistado da série promovida pela Central Grupo Sinos de Eleições com candidatos à Prefeitura de Novo Hamburgo.

Durante 50 minutos, Fufa respondeu na segunda (9) perguntas feitas por sete jornalistas da redação integrada sobre temas relacionados a Novo Hamburgo, seus planos caso seja eleito e como vê o cenário político atual. A entrevista foi no estúdio multimídia da Rádio ABC 103.3 FM, com transmissão ao vivo em vídeo na capa do ABCmais.

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Fufa | abc+



Fufa

Foto: Igor Müller/GES-Especial

Nesta terça-feira (10) ocorre a entrevista com o candidato Raizer Ferreira (PSDB), a partir das 12h10. O candidato foi secretário municipal de Obras entre 2018 e 2020 e eleito vereador em 2020.

Confira a seguir trechos da entrevista com Fufa:

Na última eleição geral se viu que o eleitorado de Novo Hamburgo optou por candidatos alinhados com a direita. Como vê esse cenário para sua candidatura?

O presidente Lula fez 44 mil votos em Novo Hamburgo, 31,54% dos votos. Nós estamos numa eleição superdividida na cidade e é importante registrar que eu me considero um ser humano de centro-esquerda, muitas vezes eu me pareço com centro, mas eu não sou. Eu sou absolutamente distante de qualquer tipo de radicalismo, que nos tira qualquer capacidade de conversar e quando a gente perde essa capacidade não conseguimos mais evoluir enquanto sociedade. E eu tenho convicção que se fosse simples assim, quem votou no Lula vota no Fufa, se fosse essa a matemática, nós teríamos uma grande chance de vencer a eleição. Mas a gente não sabe como vai acontecer essa liga entre os votos.

O senhor fala sobre as vantagens do governo municipal estar alinhado com o governo federal, que hoje é liderado por um petista. Neste cenário, o governo mais próximo é o do Estado, hoje comandado por um tucano. Como o senhor avalia o diálogo com o governo estadual?

Eu acho que a gente precisa fazer pressão inteligente em todos os governos. Em algumas circunstâncias da política quem grita mais, leva mais. Claro que não é qualquer tipo de grito ou de pressão que funciona, mas cabe ao governo municipal pressionar muito o governo do Estado pra lutar por mais efetivo da Brigada e da Polícia Civil, por exemplo. Por exemplo: pra trazer a oncologia de volta, precisam sentar na mesma mesa Prefeitura, governo do Estado e governo federal. Eu sou um democrata e uma pessoa de composição, acho que a função social da política é juntar as pessoas e não dividir e separar as pessoas.

Então o senhor acha que Novo Hamburgo pressionou pouco os governos?

Sim, sem dúvida nenhuma. Para pegar o gancho da oncologia, tu tens que cometer muitos erros até perder a [referência em] oncologia. Agora, depois de perder é dez vezes mais difícil trazer de volta, e isso que era um governo alinhando [ao Estado]. Acho que há fatos que apoiam claramente a tese que é um governo [municipal] muito incompetente do ponto de vista da política. É um governo que refugou emendas parlamentares. Dinheiro, sabe? Acho que é um governo péssimo na articulação política com o Estado e a União.

O senhor propõe estudo ambiental da área de alagamento da cidade enquanto ocorre debate sobre o sistema de gestão integrado contra as cheias. Acredita que seja necessário a Prefeitura fazer individualmente um estudo?

Não, isso está superado. O estudo já foi feito, o recurso para as obras já foi anunciado, e, no particular de Novo Hamburgo, foram anunciados R$ 174 milhões para as obras que dizem respeito ao nosso território. O que precisa é correr muito com o projeto e execução de obras para que a gente não leve seis, sete ou nove anos e as pessoas fiquem vivendo e passando por esse inferno.

O senhor se apresenta como CNPJ, um empreendedor, e considerou a máquina pública ineficiente. Pretende levar de que maneira esse aprendizado da iniciativa privada para dentro do setor público?

Nenhum país que deu certo tem estado mínimo. Isso é bobagem. Só uma conversa que no Brasil pega o imaginário das pessoas que confunde uma gestão: uma coisa é o tamanho do Estado outra coisa é sua competência. O Estado precisa ser mais competente, diminuir ele, diminuir serviço público enquanto a sociedade precisa de mais serviço público é um erro. São menos professores, menos médicos, menos assistência social. Isso tudo não é o que a sociedade quer. Ela quer um Estado mais eficiente.

Sobre criar uma empresa pública de turismo que o senhor propõe… Mais estrutura pública?

Eu tô sempre me perguntando como a gente resolve o futuro macroeconômico de Novo Hamburgo. E eu me dei conta de tudo que a Lomba Grande construiu, em termos de turismo, foi sem praticamente nenhum apoio. Então a ideia era criar uma empresa pública para o desenvolvimento de turismo e agricultura na Lomba Grande, mas uma microscópica empresa só com o quadro técnico. E porque empresa? Pra ter agilidade, olha o exemplo da Fenac.

E como melhorar a atuação da Fenac?

Nós começamos a trabalhar na Fenac com três ou quatro grandes eventos, depois de três anos e meio ela tinha 11. Construímos um projeto que não conseguimos levar adiante, mas eu pretendo retomar, que era a Fenac do Futuro. A Fenac precisa de uma roupagem nova, de atualização para enfrentar os próximos 50 anos com protagonismo.

Há críticas sobre a Fenac ser a gestora do CIT. Como o senhor vê isso?

Eu acho que às vezes a gente precisa forçar a mão. Se a Fenac respira marketing, respira empreendedorismo, ela é, do ponto de vista do setor público, disparado a estrutura que tem mais afinidade sim com empreendedorismo, com inovação, ela tá mais perto. Ou quem tá mais perto é uma secretaria? Não, é a Fenac.

Uma das dificuldades apontadas pelos empreendedores é falta de mão de obra. Como melhorar essa situação?

Novo Hamburgo só teve um boom econômico que foi com a indústria calçadista. E qual o problema? Não tem nenhuma estratégia pra nossa economia há 40 anos. Nós temos em Novo Hamburgo um pouco de indústria química, moveleira, metalmecânica, criativa e de cultura. Nós temos várias indústrias aqui. Mas nada articulado estrategicamente. Nós vamos começar a montar o Conselho do Futuro, que será a base para o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Tecnológico que nós queremos implementar.

Qual vai ser a assinatura que, se eleito, o senhor vai deixar ao final do governo?

Futuro. Novo Hamburgo não tem futuro. Passou de 6ª para a 12ª economia do Estado. Significa que a cidade está empobrecendo estruturalmente. Novo Hamburgo hoje tem um futuro terrível pela frente e eu não falo da boca para fora. Não tem nenhum setor macroeconômico apontando para cima. Não tem nenhuma estratégia articulada para resolver a macroeconomia. Precisamos voltar a ter futuro. Para Novo Hamburgo não virar cidade dormitório em 10 anos.

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