A terceira entrevista da série com os cinco prefeturáveis de Novo Hamburgo, promovida pela Central Grupo Sinos de Eleições, teve a participação da candidata Tânia da Silva (MDB), na quarta-feira (11).
Durante cerca de 50 minutos, Tânia respondeu aos questionamentos de sete jornalistas da redação integrada sobre campanha eleitoral, influências entre gestões e como agir sobre pontos relevantes para a comunidade.
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As entrevistas ocorrem no estúdio multimídia da Rádio ABC 103.3 FM, com transmissão ao vivo também em vídeo no site abcmais.com e no canal do Jornal NH no YouTube.
A próxima conversa será segunda-feira (16), a partir das 12h10, com Tarcísio Zimmermann (PDT), que foi prefeito, deputado estadual e federal e secretário estadual.
Confira a seguir trechos da entrevista com Tânia:
Um dos principais nomes do PL, o ex-ministro Onyx Lorenzoni, declarou apoio à sua candidatura, o que resultou em nota de repúdio do diretório municipal do PL, que integra a chapa de Gustavo Finck (PP) e agitou o meio conservador. Como recebeu esse apoio?
Esse encontro e esse apoio espontâneo do ministro se deu através do grupo “Nós, o povo” que não tem bandeira partidária. Tem algumas bandeiras que são defendidas e esse movimento se aproximou de nós por entender que defendemos algumas dessas pautas. Então, ele veio e trouxe o apoio para nossa candidatura. Eu fiquei feliz, mas eu sempre digo: eu e a nossa candidatura, não é direita e nem esquerda. Isso não significa ser “em cima do muro”. É equilíbrio. Nosso posicionamento é olhar para frente e administrar da melhor forma.
Em 2022, quando Onyx concorria ao governo do Estado, disse que a “melhor vacina é pegar a doença”. Como profissional da saúde, o que pensa a respeito?
Por isso que eu disse que a nossa candidatura concorda com alguns pontos e neste ponto específico, é óbvio que não. Eu sou oriunda da área da saúde, acredito na ciência, acredito que a ciência é que nos traz os resultados que merecemos. Então, esse posicionamento do ministro é algo dele.
Há um movimento de tentar descolar a sua imagem da atual prefeita, que é do mesmo partido. A senhora voltou a atuar em Novo Hamburgo a partir de convite dela. Se eleita, o que vai diferenciar a sua gestão?
Acredito que a palavra “descolar” não seria o termo correto. Porque eu sempre digo que, na minha vida, eu valorizo cada espaço em que estou e procuro fazer o meu melhor. Só que em uma campanha eleitoral cabe a nós, candidatos, levar as nossas propostas, o que procuramos fazer e respeitar o passado, sim, mas olhar para frente. Então, o que nós estamos levando para essa campanha: quem é a Tânia? A Tânia é filiada ao MDB desde 1995, ali eu fui eleita prefeita de Dois Irmãos, três vereadora e é isso que estamos trazendo.
Como avalia o sistema de transporte coletivo?
A licitação foi vista pelo Ministério Público, Tribunal de Contas, todos os órgãos fiscalizadores. O que eu observo falando com as pessoas é que tínhamos uma empresa atuando há mais de 40 anos, na qual os seus profissionais também estavam há muito tempo na empresa. Esses profissionais conheciam os usuários, faziam rotas a mais e quando entra uma empresa nova, eles não sabem desses roteiros. Falta é uma forma firme de fiscalização. E fiscalização é ir lá no roteiro, na parada de ônibus, falar com os usuários. Não é uma fiscalização feita no papel. É realmente dar essas respostas. Não é fácil, mas precisamos encarar a fiscalização de todos os contratos e ir para vias de fato também, nós temos o Poder Judiciário.
Como reverter a saída de empresas e tornar a cidade atrativa para empreender?
Dentro do nosso plano de governo nós temos prevista a criação de um comitê empresarial para conversar junto com todos e entender o que está acontecendo no nosso município. Nós também temos uma lei de incentivo para empresas que vêm para Novo Hamburgo, ela existe. Mas eu vejo que o nosso maior desafio é manter as empresas que aqui já estão e que acreditaram sempre em Novo Hamburgo. Às vezes é necessário conversar com esse empresário e ver o que nós podemos agilizar nos processos.
Governar Dois Irmãos, pelo tamanho, é uma coisa, e governar Novo Hamburgo é outra…
Eu digo que a minha experiência em Dois Irmãos foi uma faculdade, uma capacitação para ser a melhor candidata deste pleito. Vocês podem ter certeza disso. A minha experiência na gestão pública começou quando fiz o concurso público em 1995. E quando eu fui candidata em 2012 as pessoas também faziam essa pergunta “como que uma técnica em enfermagem vai fazer a gestão de todo município?”.
Perder a referência da oncologia foi impactante. Há plano para retomada?
A oncologia é um comprometimento nosso. A oncologia vai voltar para Novo Hamburgo, de onde jamais deveria ter saído. E cabe ressaltar que a alta complexidade é de responsabilidade do governo federal, a média do Estado e a baixa seria do município. A determinação veio do governo federal.
Acha que a articulação deveria ter ocorrido antes?
Eu posso dizer o que eu vou fazer daqui para diante. O meu caminho vai ser trabalhar com todos que estão na gestão, governo federal, estadual e será incansável. E a oncologia vai voltar para Novo Hamburgo, isso é fato.
O CIT é algo muito esperado desde 2019. Como fazer para que ele dê certo?
Permanecer com as parcerias que já temos com a Fenac, que faz a administração, assim como a ACI, Sicredi, Universidade Feevale, pessoas comprometidas com o nosso crescimento, com a tecnologia e a inovação.
Pretende reconstruir áreas afetadas pela enchente nos bairros Santo Afonso e Canudos, sabendo que recursos federais para áreas alagáveis são limitados? Existe intenção de realocar moradores?
Precisamos trabalhar muito a socialização e, com o governo federal, nos projetos habitacionais que nós temos. Então, precisamos trabalhar para que essas pessoas sejam alcançadas pelo projeto habitacional e continuem junto com seus vizinhos e seus familiares.
Não ficou clara a questão de realocação das pessoas…
Qualquer pessoa que assumir [o governo] precisa dizer que vai ver quais as áreas que podemos construir, que não tenha alagamento e que não tenham risco de deslizamentos. A partir daí nós poderemos conversar com os governos e ver os recursos para poder alocar essas famílias. Neste momento, eu vou ser muito franca, eu não tenho como te responder porque nós precisamos do mapeamento das áreas que temos em Novo Hamburgo. Mas é um planejamento que precisamos fazer.
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Qual vai ser a assinatura que, se eleita, a senhora vai deixar ao final do governo?
Vamos deixar um legado de uma administração que caminha e trabalha com as pessoas, com a colaboração de todos. O nosso legado vai ser de um desenvolvimento turístico, cultural e econômico muito forte em Novo Hamburgo. E eu posso dizer para vocês que, mesmo com a tragédia climática que afetou o município, eu vi que Novo Hamburgo tem pessoas maravilhosas.