Chega na quarta e última entrevista a série que o Jornal de Gramado está realizando com os candidatos a prefeito de Gramado. O intuito das reportagens é que os candidatos ao cargo de chefe do Executivo municipal possam apresentar à comunidade as propostas e projetos que consideram importantes para a cidade. É uma maneira para que os eleitores conheçam o planejamento de cada candidato para os próximos quatro anos.
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O critério utilizado para as publicações é a ordem alfabética, conforme o nome de urna dos concorrentes. Coronel Carvalho (PL), Julio Dorneles (PT) e Nestor Tissot (PP) tiveram as entrevistas publicadas nos dias 6, 13 e 20. Para encerrar, nesta semana, é a vez de Renan Sartori (MDB).
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Renan Sartori (MDB)
Renan Sartori tem 38 anos. Está no segundo mandato como vereador e teve a oportunidade de presidir o Legislativo gramadense por um ano. Em uma chapa pura para a majoritária, tem como candidato a vice- -prefeito o empresário Lauro Lovatto, também filiado ao MDB.
O plano de governo de Renan, enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), possui 21 segmentos, contabilizando 212 itens que são seus compromissos perante os eleitores, caso eleito. O material está disponível no site do TSE e há somente as citações, sem as explicações de como as medidas serão colocadas em prática.
O candidato promete criar um Conselho da Cidade, implementar o Plano Gramado 2050 e revitalizar bairros históricos do município. Na saúde, afirma que a cidade terá um sistema digital para agendamento de consultados e que descentralizará os serviços hospitalares, ampliando a rede de urgência e emergência.
Na educação, Renan Sartori destaca que ampliará os horários das escolas de educação infantil, combaterá à evasão escolar e fomentará o turno integral, bem como investirá em um projeto de educação inclusiva. No esporte, frisa que apoiará o esporte amador, construirá um complexo esportivo municipal e também centros de treinamentos comunitários.
No turismo, cita que vai reestruturar a Secretaria de Turismo, desenvolverá rotas temáticas, revitalizará pontos turísticos e que fará a expansão do calendário de eventos da cidade, ainda, facilitará e desburocratizará alvarás para eventos no município, além de incentivar feiras e rodadas de negócios.
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O candidato pondera que empresas locais terão incentivos fiscais, que haverá a estrutura de distritos industriais e tecnológicos e que vai criar um Centro de Desenvolvimento Empresarial. Renan reforça que concederá à iniciativa privada parques naturais, protegerá e recuperará mananciais e que irá reflorestar e arborizar a área urbana.
Em infraestrutura, diz que fará a ampliação da rede de ciclovias e um projeto de mobilidade urbana sustentável. Outro projeto mencionado é a integração de drones para monitoramento da segurança pública e a ampliação e modernização do videomonitoramento.
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O candidato reforça que melhorará os programas sociais, de inclusão social e de habitação popular. Renan salienta que terá um portal da transparência ampliado e que o orçamento municipal será participativo.
1. Por que os eleitores de Gramado devem escolher o senhor como prefeito? Gramado chegou a um ponto crucial em sua história.
Renan Sartori: Assim como ocorreu em outras épocas, estamos diante de uma estagnação econômica que precisa ser revista com urgência. Entendo que a atual crise não começou com o fechamento do aeroporto Salgado Filho. Ela começou lá em novembro de 2024, quando o atual prefeito – de maneira intempestiva, anunciou um decreto de calamidade pública que afugentou os turistas de Gramado. Resultado: um movimento 30% menor durante o Natal Luz. Será na Gramadotur, aliás, que faremos alguns dos movimentos mais fortes de nossa gestão, buscando parcerias público-privadas para tornar os grandes eventos mais atraentes para o público, com menos burocracia.
É hora de renovação. Por isso, peço o apoio do eleitor para fazer as mudanças que Gramado tanto precisa, com um choque de gestão. Vamos restabelecer o contato direto com a população, sem a imposição de ideias. Queremos construir um novo modelo de gestão, mais próximo da comunidade. E vamos implantar uma austeridade financeira a partir de janeiro de 2025, começando com o corte de 30% dos atuais cargos de confiança existentes.
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2. Para o senhor, qual o principal tema que Gramado deve avançar nos próximos quatro anos? Por que e qual a sua proposta para resolver esse assunto?
Renan Sartori: A economia vai ser o grande desafio. Vamos ter um secretário de Turismo 100% dedicado à pasta, com um orçamento maior, e mais investimentos na divulgação institucional, especialmente na área digital. Vamos reformular todos os grandes eventos, especialmente o Natal Luz, que precisa ter uma entrega mais efetiva ao público. Hoje, o valor está muito acima do que deveria ser, e este é um dos motivos da decadência do evento.
Paralelamente às mudanças no turismo, vamos buscar a diversificação econômica do município, com a implantação do Distrito Industrial, uma bandeira de meu vice-prefeito Lauro Lovatto. Para a economia ir bem, também é preciso parar de aumentar impostos e criar taxas. Os empresários não aguentam mais.
Além disso, Gramado está perdendo eventos para outros municípios como Bento Gonçalves e Porto Alegre, pois a atual administração cobra taxas e mais taxas de organizadores e expositores. Temos que criar um clima amigável com os promotores de eventos corporativos. Ao contrário do atual prefeito, sou contra a cobrança da Taxa de Proteção Ambiental (TPA), que só vai criar antipatia junto ao turista que vem para Gramado.
3. Em uma análise do seu plano de governo, qual o projeto mais difícil de ser colocado em prática? Por que decidiu inclui-lo e qual seu plano para executá-lo?
Renan Sartori: A habitação popular será uma de nossas grandes prioridades. O atual prefeito, que está no terceiro mandato, além de dois como vice-prefeito, não conseguiu construir uma habitação popular em tanto tempo de governo. O Loteamento Popular do Carazal está para ser implantado desde 2001. Nós vamos implementar uma política de habitação popular em parceria com empresas especializadas, criando incentivos como isenção de impostos. Além disso, vamos buscar alterar o Plano Diretor de forma que seja possível aumentar o número de andares e a ocupação do solo para a habitação popular, de modo a baratear o custo e tornar viável a compra da moradia popular. Com isso, será possível as pessoas saírem do aluguel e ter a tão sonhada casa própria.
4. O senhor está no cargo de vereador de Gramado há oito anos. É possível perceber que, desde que colocou o nome à disposição para prefeito, tem tido discursos mais enfáticos contra a atual gestão, principalmente nesta reta final de campanha, seja na tribuna ou nas redes sociais. O senhor acredita que usar seu tempo perante o público para essas falas em vez de apresentar de forma concreta as suas propostas para o futuro de Gramado pode lhe ajudar a ganhar esta eleição?
Renan Sartori: É preciso chamar a atenção da população para os problemas do município, já que a atual administração procura sufocar quem tem opiniões diferentes. A atual administração municipal não aceita críticas, e por isso é a pior gestão dos últimos 40 anos. Nós temos apresentado propostas inovadoras, como a implantação de creches aos finais de semana, para dar mais tranquilidade aos pais que trabalham na hotelaria, parques temáticos, comércio e gastronomia.
Vamos buscar parcerias com a iniciativa privada para agilizar a reconstrução de Gramado após a crise climática deste ano. Um exemplo: vamos licitar o Parque das Orquídeas, o Parque dos Pinheiros e o serviço de teleféricos entre os dois. Vai ser o maior atrativo turístico de Gramado, e, além disso, vai contribuir com a mobilidade urbana. Com a outorga, vamos investir em contenção de encostas e outras obras de prevenção, como drenagem. Isso vai beneficiar regiões como os bairros Piratini, Dutra e Três Pinheiros, além do Loteamento Orlandi, no Várzea Grande.
5. Se eleito, qual o seu principal compromisso com a população de Gramado até o final do mandato?
Renan Sartori: Como diz o nosso slogan, Gramado merece mais. Por isso vamos dar um choque de gestão, começando com o corte de 30% dos cargos de confiança (CCs). Vou dar o exemplo cortando o meu próprio salário pela metade. Hoje, o prefeito retira R$ 50 mil entre salário e diárias. É um absurdo. Meu principal compromisso é com a retomada da economia de Gramado, especialmente através do turismo.
Teremos eventos renovados e mais investimentos na divulgação do destino. Com a retomada, os empresários vão poder colocar suas contas em dia, e os empregados vão ganhar mais – já que a maior parte recebe salário e os chamados “pontinhos” que são bonificações quando o movimento turístico está bem. Hoje, o trabalhador diminuiu drasticamente a sua receita, pois não está recebendo mais os “pontinhos”.
Paralelamente à retomada da economia, vamos dar mais tranquilidade a este trabalhador, através da extensão do horário de creches durante a semana e a abertura delas aos finais de semana. Além disso, é compromisso meu e do Lauro a implantação de um programa de moradia popular, coisa que Gramado nunca teve em sua história.