Em continuidade à série de entrevistas com os seis candidatos a prefeito (a) de Canoas, o Diário de Canoas publica nesta quinta-feira (26) a sexta e última. O intuito é informar aos leitores da cidade sobre as propostas e planos acerca dos mais diversos temas que regem a administração municipal.
Considerando a ordem alfabética de acordo com nome de urna, o entrevistado de hoje é Rodrigo Cebola (Psol). Anteriormente, os entrevistados foram Airton Souza (PL), na terça-feira (17), Beth Colombo (Republicanos), na quarta (18), Campiol (Novo), na quinta (19), Jairo Jorge (PSD), na terça-feira (24) e Marcio Freitas (PRD), ontem (25).
Natural de São Paulo-SP, Rodrigo Cebola (Psol), 44 anos, reside em Canoas desde a infância. Durante a juventude, cursou História, mas não concluiu a graduação. Nas eleições de 2008 e 2012, filiado ao PT, concorreu a vereador de Canoas, terminando as disputas como suplente. Cebola foi secretário de Juventude em Canoas durante os anos 2010-2011.
Após deixar o PT e filiar-se ao PCdoB, disputou novamente o cargo de vereador em 2016, sendo também suplente. Filiado ao Psol, legenda à qual está ligado atualmente, concorreu em 2022 ao cargo de deputado federal, ficando suplente.
Na corrida eleitoral de 2024, o plano de governo proposto pela chapa Rodrigo Cebola e Professora Dani Kroeff (Psol) possui 14 temas centrais, com 54 itens, entre eles: reconstrução da cidade, funcionalismo público e educação. O material completo está disponível no site divulgacandcontas.tse.jus.br.
Canoas foi mais de 50% atingida pela enchente de maio. Quais as medidas mais urgentes e o seu plano para recuperação da cidade?
Rodrigo Cebola: É urgente fazer a manutenção dos diques em primeiro lugar e ampliar o seu tamanho, criar um sistema de alarmes para possíveis novas evacuações, mas também investir em uma Defesa Civil qualificada e moderna. A equipe precisa ser selecionada por concurso público. Investiremos também na educação para a Defesa Civil nas escolas. Os investimentos se justificam por sermos uma cidade rodeada por rios, cortada pela BR116, tendo a BR-448, por onde passam inflamáveis, tendo a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e a Base Aérea, além dos dutos de óleo e gás no subsolo.
O que pretende fazer para qualificar o atendimento de saúde do município, incluindo hospitais, unidades de saúde e filas de espera para cirurgias e consultas especializadas?
Rodrigo Cebola: Fortalecer a atenção primária é fundamental para garantir o acesso universal, investir nas Unidades de Saúde. Faremos um novo formato de gestão, acabando com a Secretaria de Gestão Hospitalar, realizando uma profunda auditoria nos contratos de gestão do Hospital Universitário (HU), Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), rompendo com a terceirização e passando a gestão destes equipamentos para a Fundação Municipal de Saúde, que fará contratação dos trabalhadores dos hospitais, por meio de seleção e concurso público.
Os usuários do transporte coletivo de Canoas sofrem com uma frota sucateada, longa espera nas paradas e ausência de rotas nos bairros. Muito se fala sobre a implantação de outras empresas na concessão. O que é possível fazer para melhorar o sistema?
Rodrigo Cebola: A atual empresa que detém o monopólio não cumpre o contrato de acordo, presta um péssimo serviço e isso será nosso argumento na justiça para rompermos o contrato e fazermos a nova licitação. Criaremos o Tarifa Zero permanente, custeado pelo vale-transporte já pago pelas empresas aos funcionários, mas que garantirá a extensão da gratuidade para toda a população. Queremos implantar ônibus elétricos. Disponibilizaremos a Parada Digital conectada com controle de GPS nos ônibus.
A cada dia são vistas mais pessoas em situação de extrema pobreza em Canoas. São mais de 400 pessoas em situação de rua. Quais suas principais ações para a área de desenvolvimento social?
Rodrigo Cebola: Faremos ações que visem a desburocratização de acesso aos serviços da Secretaria de Desenvolvimento Social, dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAs), Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), tratamentos de saúde e acesso aos programas habitacionais permanentes ou mesmo o aluguel social. Retomaremos o albergue do bairro Mathias Velho e ampliaremos esse serviço. Faremos, no mínimo, uma cozinha solidária na cidade, que dará suporte ao nosso Restaurante Popular.
Quais medidas considera essenciais e quais ações pretende realizar para manter a saúde financeira da cidade?
Rodrigo Cebola: Faremos um sistema de recuperação econômica para os pequenos empreendedores que perderam tudo na região oeste da cidade. Vamos implantar um sistema de justiça fiscal, onde quem menos tem, menos paga. É necessário combater a sonegação, a corrupção, otimizar a arrecadação e investir corretamente. Criaremos incentivos fiscais para aqueles que geram empregos. É preciso capacitar os agentes locais da economia.
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