Faltam poucos dias para 6 de outubro. Nessa data, será a oportunidade para que os eleitores de Gramado escolham o próximo governante do município, que terá uma gestão de quatro anos.
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Durante o mandato será preciso discutir diferentes temas, como prevenção a desastres ambientais, habitação popular, mobilidade urbana, saneamento básico e turismo. Tópicos relevantes para o planejamento do futuro da cidade.
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Por isso, o Jornal de Gramado abre espaço para que os candidatos ao Executivo municipal possam apresentar suas propostas e projetos sobre esses assuntos, que foram escolhidos pela importância à comunidade e também porque geraram debates nos últimos anos junto à sociedade gramadense.
Na cidade, são quatro os postulantes ao cargo de próximo prefeito: Coronel Carvalho (PL), Julio Dorneles (PT), Nestor Tissot (PP) e Renan Sartori (MDB).
Os mesmos cinco questionamentos foram feitos aos quatro candidatos à Prefeitura de Gramado. Confira!
Coronel Carvalho (PL)
1. Desde o final do ano passado, Gramado tem vivido diversos episódios com deslizamentos de terra, que, infelizmente, levaram a óbito nove gramadenses e, ainda, retiraram milhares de pessoas de suas casas. Qual a sua proposta para essa área? Como minimizar os efeitos de desastres ambientais na cidade?
Coronel Carvalho: Primeiro passo, prevenção. Durante a catástrofe, apresentei na tribuna do povo um relatório entregue à Câmara de Vereadores e à Prefeitura, com ações propositivas de prevenção que agora estão incluídas no meu plano. Entre elas, criaremos a Secretaria de Proteção e Defesa Civil, coordenando ações de prevenção e resposta a desastres. Manteremos um mapeamento permanente monitorando as atuais áreas de risco e identificando as novas, implementando ações preventivas.
Estabeleceremos um plano de resposta emergencial com centros de acolhimento para suporte imediato à população. Investiremos em sistemas de drenagem eficientes e no Projeto Calha, destinado à proteção de imóveis em áreas de risco. Promoveremos campanhas e incentivaremos a formação de núcleos de voluntários nos bairros. Essas e outras ações integradas visam mitigar os riscos, e também preparar Gramado para enfrentar os desafios ambientais de forma mais eficaz.
2. A habitação popular é um dos assuntos mais comentados desta campanha eleitoral e tem sido tema de discussões com a comunidade há anos, principalmente, em relação ao Loteamento Carazal. O local ainda está sem uma definição sobre o que será feito na área. Se eleito prefeito, qual o futuro do Carazal na sua gestão? Como pretende solucionar o problema da habitação popular na cidade?
Coronel Carvalho: Quanto ao Carazal, preciso de mais informações, pois a Prefeitura não as disponibiliza. Se eleito, será uma das primeiras questões a serem analisadas. No referente à habitação popular, meu plano prevê a criação do Bairro Modelo, solução inovadora que contará com a integração entre Prefeitura, recursos federais e a iniciativa privada. Essa questão será diretamente gerida pela Secretaria de Habitação e Assistência Social, que terá um papel central no nosso projeto Plano Gramado 2050.
3. O cheiro de esgoto na área central de Gramado e em bairros, como o Piratini, é acentuado durante o período de maior movimentação. Além disso, esse esgoto despejado de forma indiscriminada durante todo o ano – e há anos -, prejudica a natureza e polui rios e arroios do município. Qual o seu projeto para melhorar o saneamento básico de Gramado? É possível resolver os problemas em quatro anos?
Coronel Carvalho: É possível dar início a soluções concretas, mas se trata de investimento alto, com intervenções complexas, mas necessárias. Entre as ações prioritárias, está o mapeamento de áreas sem cobertura, atualizando o plano de saneamento e priorizando essas regiões. Vamos investir na expansão da rede de água e esgoto, garantir a conexão das áreas à rede de tratamento já existente, modernizando-a.
Outro ponto é a adoção de tecnologias descentralizadas em áreas rurais de difícil acesso, e o estudo de soluções avançadas como novas tecnologias. As parcerias público-privadas serão fundamentais para garantir ampliação, e lançaremos programas de educação ambiental para promover o uso consciente dos recursos. Essas ações formam um conjunto de medidas que nos permitirão iniciar a solução desse problema histórico em Gramado. A Prefeitura é responsável pelo planejar e gerenciar, isso eu farei.
4. Assim como o saneamento, os desafios da mobilidade urbana no município crescem nos períodos de grande fluxo de turistas. Com poucas ruas para se locomover, é inevitável que o trânsito fique parado em diversas horas do dia e nos finais de semana. Qual seu compromisso com esse tema? O que fazer para melhorar a mobilidade urbana de Gramado?
Coronel Carvalho: Precisamos resgatar e atualizar o Plano de Mobilidade elaborado pela Matricial em 2018, que foi abandonado pelo atual prefeito. Este plano oferecia soluções viáveis, mas nunca foi implementado, deixando a cidade sem um direcionamento para o desenvolvimento sustentável. Meu compromisso é revisar e colocar em prática as medidas previstas nesse plano, com foco em ações concretas como otimização do tráfego urbano para minimizar congestionamentos. Criação de alternativas de mobilidade, como ciclovias e faixas exclusivas para transporte público. Implementação de um sistema de transporte público eficiente e integrado. Parcerias público-privadas para a construção de estacionamentos estratégicos. Incentivos ao uso de transporte sustentável, como veículos elétricos. Como prefeito, não fugirei dessa responsabilidade, que exige soluções de longo prazo.
5. O turismo é o negócio de Gramado. É através dele que a economia gira, trazendo emprego e renda para a população. Quais as suas propostas para um dos principais setores econômicos da cidade? Como o setor público pode inovar para que o município se mantenha como um dos principais destinos turísticos do País?
Coronel Carvalho: Focar em inovações estratégicas. Na Gramadotur, uma auditoria para avaliar sua eficiência. Precisamos reinventar eventos emblemáticos como o Natal Luz e o Festival de Cinema, injetando criatividade, novas experiências para um público diversificado. O Expogramado também requer modernização. É inadmissível que um espaço tão valioso realize apenas sete eventos anuais. Vamos transformá-lo em um centro de eventos vibrante, aproveitando a robusta infraestrutura hoteleira, gastronômica e comercial da cidade atraindo convenções, feiras e festivais. Além disso, explorar parcerias público-privadas para revitalizar esses espaços. O Centro Municipal de Cultura também merece reformulações. E, enquanto isso, precisamos evitar distrações com compras de ações de empresas que também demandam reformas. Precisamos agir de maneira ousada e inovadora.
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Julio Dorneles (PT)
1. Desde o final do ano passado, Gramado tem vivido diversos episódios com deslizamentos de terra, que, infelizmente, levaram a óbito nove gramadenses e, ainda, retiraram milhares de pessoas de suas casas. Qual a sua proposta para essa área? Como minimizar os efeitos de desastres ambientais na cidade?
Julio Dorneles: Precisamos de uma abordagem preventiva e estruturada. Nossa proposta envolve a criação de um Plano de Prevenção e Resposta a Desastres, que inclui o mapeamento das áreas de risco, monitoramento constante por meio de tecnologia avançada, como sensores de umidade e deslocamento de terra, além de campanhas de conscientização junto à população.
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Em paralelo, implementaremos obras de infraestrutura, com drenagem adequada e contenções em áreas de risco. Também priorizaremos a reurbanização de zonas mais vulneráveis e relocação de famílias em situação de perigo para áreas seguras, garantindo sua segurança e dignidade. A criação de uma Força-Tarefa Municipal em parceria com a Defesa Civil estadual e federal permitirá respostas rápidas e eficazes em momentos de crise.
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2. A habitação popular é um dos assuntos mais comentados desta campanha eleitoral e tem sido tema de discussões com a comunidade há anos, principalmente, em relação ao Loteamento Carazal. O local ainda está sem uma definição sobre o que será feito na área. Se eleito prefeito, qual o futuro do Carazal na sua gestão? Como pretende solucionar o problema da habitação popular na cidade?
Julio Dorneles: A questão habitacional é uma prioridade em nosso plano de governo, e o Loteamento Carazal, sem dúvida, é um dos pontos centrais dessa agenda. Nosso compromisso é destravar a burocracia que impede a sua implementação e avançar com as obras. Vamos viabilizar a construção de moradias populares no Carazal, em parceria com o Programa Minha Casa, Minha Vida, reativado pelo governo federal, e com o setor privado.
Além disso, vamos expandir projetos de habitação social para outras áreas da cidade, assegurando que todas as famílias gramadenses tenham acesso a uma moradia digna. Implementaremos políticas inclusivas de urbanização e regularização fundiária, garantindo que essas áreas recebam infraestrutura adequada, como saneamento, iluminação e transporte.
3. O cheiro de esgoto na área central de Gramado e em bairros, como o Piratini, é acentuado durante o período de maior movimentação. Além disso, esse esgoto despejado de forma indiscriminada durante todo o ano – e há anos -, prejudica a natureza e polui rios e arroios do município. Qual o seu projeto para melhorar o saneamento básico de Gramado? É possível resolver os problemas em quatro anos?
Julio Dorneles: O saneamento básico de Gramado requer uma intervenção urgente. Nossa proposta é modernizar a estação de tratamento de esgoto e expandir a rede de coleta para alcançar 100% das residências e estabelecimentos comerciais, eliminando o despejo irregular em rios e arroios. Vamos exigir uma fiscalização mais rigorosa e aplicar sanções severas a quem poluir o meio ambiente. A implementação de uma parceria público-privada (PPP) para investimentos no setor será essencial para acelerar esse processo. Em quatro anos, é viável avançar significativamente na cobertura de saneamento, principalmente em áreas críticas como o Centro e os bairros Piratini e Carniel, melhorando a qualidade de vida da população e preservando o meio ambiente.
4. Assim como o saneamento, os desafios da mobilidade urbana no município crescem nos períodos de grande fluxo de turistas. Com poucas ruas para se locomover, é inevitável que o trânsito fique parado em diversas horas do dia e nos finais de semana. Qual seu compromisso com esse tema? O que fazer para melhorar a mobilidade urbana de Gramado?
Julio Dorneles: Sem dúvida, é um dos maiores desafios de Gramado, especialmente com o crescimento do turismo. Proponho a implementação de um Plano de Mobilidade Inteligente, que inclui o alargamento e requalificação de vias principais e a criação de novas rotas alternativas. Vamos investir em transporte público de qualidade, com a introdução de um sistema de ônibus circulares elétricos e mais opções de ciclovias e calçadões para facilitar o deslocamento de pedestres e ciclistas.
Além disso, incentivaremos a utilização de aplicativos de transporte compartilhado e faremos estudos de viabilidade para um teleférico urbano, que poderia ligar pontos estratégicos e aliviar o tráfego nos dias de maior fluxo. É possível melhorar o trânsito significativamente com planejamento e execução dentro dos quatro anos.
5. O turismo é o negócio de Gramado. É através dele que a economia gira, trazendo emprego e renda para a população. Quais as suas propostas para um dos principais setores econômicos da cidade? Como o setor público pode inovar para que o município se mantenha como um dos principais destinos turísticos do País?
Julio Dorneles: O turismo é o coração da economia, e precisamos inovar para que o município continue atraindo milhões de visitantes. Minha proposta é consolidar Gramado como um destino inteligente e sustentável, investindo em tecnologia para aprimorar a experiência dos turistas e a gestão da cidade. Vamos expandir eventos tradicionais como o Natal Luz e o Festival de Cinema, mas também criar novas atrações que movimentem o turismo durante o ano todo.
Incentivaremos o turismo ecológico, rural e de aventura, aproveitando nossas belezas naturais e conectando os visitantes com a cultura local. Outra frente será a ampliação dos centros de convenções e turismo de negócios, fomentando a criação de empregos e novas oportunidades econômicas. O setor público tem o papel de ser um facilitador, promovendo parcerias com o setor privado para inovação e melhorias na infraestrutura turística.
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Nestor Tissot (PP)
1. Desde o final do ano passado, Gramado tem vivido diversos episódios com deslizamentos de terra, que, infelizmente, levaram a óbito nove gramadenses e, ainda, retiraram milhares de pessoas de suas casas. Qual a sua proposta para essa área? Como minimizar os efeitos de desastres ambientais na cidade?
Nestor Tissot: Nossa prioridade foi atender de forma rápida as demandas, visando em primeiro lugar preservar a vida dos nossos moradores. Instituímos a Comissão Municipal de Mudanças Climáticas com a finalidade de desenvolver ações e programas para adaptação climática. Além disso, há o desenvolvimento das ações cooperadas com o Serviço Geológico do Brasil para atualização do mapeamento das áreas de risco e capacitação das equipes.
Gramado já desenvolveu: protocolos de atendimentos, realizou diagnósticos e monitoramentos geotécnicos e geológicos das áreas afetadas, buscou recursos estaduais e federais para execução de obras de estabilização, formalizou com êxito parceria com entidades locais para realização de obras, estruturou a Defesa Civil e construirá um plano de convivência e adaptação direcionado a zona rural. Além disso, a comunidade mais afetada teve respostas quanto à possibilidade de retorno as suas casas e em outras situações, quanto à necessidade de indenização dos lotes.
2. A habitação popular é um dos assuntos mais comentados desta campanha eleitoral e tem sido tema de discussões com a comunidade há anos, principalmente, em relação ao Loteamento Carazal. O local ainda está sem uma definição sobre o que será feito na área. Se eleito prefeito, qual o futuro do Carazal na sua gestão? Como pretende solucionar o problema da habitação popular na cidade?
Nestor Tissot: Nosso governo possui diversas ações em andamento que já estão gerando resultados positivos. Regularizamos a situação do Loteamento Hari Sthal e estamos dando continuidade na regularização dos loteamentos Imetil e PVC. Também estamos trabalhando no processo de regularização fundiária de outras 25 áreas, por meio de um TAC firmado com o Ministério Público. Estamos com conversas avançadas com empresários e investidores para implantar habitações populares nestas áreas.
Um exemplo é um projeto privado de 150 apartamentos populares em parceria com a empresa Panizzi Construções, no qual os contemplados só iniciarão o pagamento das prestações no momento em que tomarem posse dos imóveis. Nesta pauta, faço questão de lembrar que o nosso grupo político é o responsável pela instalação de três loteamentos populares (Altos da Viação Férrea, Praça da Miss e o bairro Moura), o que nenhum outro governo fez.
3. O cheiro de esgoto na área central de Gramado e em bairros, como o Piratini, é acentuado durante o período de maior movimentação. Além disso, esse esgoto despejado de forma indiscriminada durante todo o ano – e há anos -, prejudica a natureza e polui rios e arroios do município. Qual o seu projeto para melhorar o saneamento básico de Gramado? É possível resolver os problemas em quatro anos?
Nestor Tissot: Gramado vem num crescente avanço em relação ao desenvolvimento de diagnósticos, ações e execução de projetos e obras no sistema de abastecimento de água e de tratamento de esgoto, com a finalidade do cumprimento das metas estabelecidas no Plano Municipal de Saneamento Básico. Assim, o cenário atual do sistema de esgotamento sanitário nos permite dizer que não há lançamento indiscriminado de efluentes, uma vez que isso desconstituiria todo o trabalho realizado de forma integrada e cooperada entre Poder Público, Corsan/Aegea, iniciativa privada e Ministério Público. Temos que entender o saneamento como um desafio, que ultrapassa quatro de anos de gestão e que precisa do engajamento e conscientização da população sobre a importância das ligações regulares nas redes já disponíveis.
4. Assim como o saneamento, os desafios da mobilidade urbana no município crescem nos períodos de grande fluxo de turistas. Com poucas ruas para se locomover, é inevitável que o trânsito fique parado em diversas horas do dia e nos finais de semana. Qual seu compromisso com esse tema? O que fazer para melhorar a mobilidade urbana de Gramado?
Nestor Tissot: Criamos o Programa Tarifa Zero para incentivar o uso do transporte público e estamos dando andamento no processo licitatório visando a qualificação do serviço. Atuamos na recuperação e construção de novos trechos de passeios públicos, incentivando que gramadenses e turistas circulem a pé. Construímos rotas pelo interior, como o acesso por Santa Maria do Herval, pavimentação da estrada do Carahá até a RS-115, as estradas da Linha Ávila Alta e Baixa, que ligam com Nova Petrópolis, a ligação com Três Coroas e Igrejinha pela estrada da Serra Grande, além do asfaltamento da estrada Parque dos Pinheiros/Caracol. Em breve, também serão retomadas as obras do 2º quadrante do anel viário, ligando Prinstrop e Piratini.
5. O turismo é o negócio de Gramado. É através dele que a economia gira, trazendo emprego e renda para a população. Quais as suas propostas para um dos principais setores econômicos da cidade? Como o setor público pode inovar para que o município se mantenha como um dos principais destinos turísticos do País?
Nestor Tissot: Já começamos processos de renovação da nossa estratégia de turismo para, além de trabalharmos uma promoção turística moderna, criarmos diretrizes a partir do Observatório de Turismo, desenvolvido em 2023. Também é importante destacar que somos um dos destinos que está trabalhando com as implantações do chamado Destino Turístico Inteligente (DTI). Temos procurado trabalhar com referências mundiais para que sigamos sendo a vanguarda do turismo nacional. Também destacamos que a renovação de áreas turísticas públicas, como a Rua Coberta, será tratada como essencial.
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Renan Sartori (MDB)
1. Desde o final do ano passado, Gramado tem vivido diversos episódios com deslizamentos de terra, que, infelizmente, levaram a óbito nove gramadenses e, ainda, retiraram milhares de pessoas de suas casas. Qual a sua proposta para essa área? Como minimizar os efeitos de desastres ambientais na cidade?
Renan Sartori: Devemos investir prioritariamente na prevenção dos desastres, com a realização de obras de drenagem. Drenagem é um dos pilares do saneamento. Não é apenas colocar canos para escoar a água da chuva. Gramado possui muitas encostas e é preciso fazer obras de amortecimento para a queda da água, de maneira que não haja acidentes quando ocorre um período com maior volume de chuvas do que a média para aquele período. Isso nunca foi feito em Gramado.
Em 2016, a Sociedade Geológica do Brasil realizou um estudo sobre áreas de risco em Gramado, a pedido do Ministério Público. Naquela época ficou constatado que as duas áreas de maior risco eram a Vila Diva, no bairro Jardim, e o trecho compreendido entre as ruas Henrique Bertoluci e Getúlio Vargas, no bairro Piratini. Os moradores da Vila Diva foram retirados e até hoje a Prefeitura paga aluguel social. Por que os moradores do bairro Piratini não foram avisados e porque a Prefeitura não tomou qualquer atitude de realizar obras preventivas? Vamos precisar também fazer obras de contenção em áreas como os bairros Três Pinheiros, Piratini, Dutra e Loteamento Orlandi, na Várzea Grande. São obras caras e complexas.
2. A habitação popular é um dos assuntos mais comentados desta campanha eleitoral e tem sido tema de discussões com a comunidade há anos, principalmente, em relação ao Loteamento Carazal. O local ainda está sem uma definição sobre o que será feito na área. Se eleito prefeito, qual o futuro do Carazal na sua gestão? Como pretende solucionar o problema da habitação popular na cidade?
Renan Sartori: A habitação popular se tornou pauta desta eleição porque nós erguemos esta bandeira. O Loteamento Popular do Carazal vem sendo usado desde 2001 como plataforma política do grupo político que está na Prefeitura. Quantos sorteios de moradores foram feitos? E com que objetivo? A habitação popular é uma bandeira para a nossa gestão. Fui o presidente da Câmara de Vereadores em 2022, ano em que aprovamos o projeto mais importante a última década: o Plano Diretor. Conheço bem o Plano e sei que é possível alterá-lo para incluir regras mais claras em relação à moradia popular. Por exemplo: aumentar o número de pavimentos e a ocupação do terreno vai diminuir o custo construtivo. Uma das opções do Carazal é construir unidades plurifamiliares, o que permitiria dar a oportunidade da casa própria para um número maior de gramadenses. Mas a decisão será tomada em conjunto entre a administração e a comunidade.
3. O cheiro de esgoto na área central de Gramado e em bairros, como o Piratini, é acentuado durante o período de maior movimentação. Além disso, esse esgoto despejado de forma indiscriminada durante todo o ano – e há anos -, prejudica a natureza e polui rios e arroios do município. Qual o seu projeto para melhorar o saneamento básico de Gramado? É possível resolver os problemas em quatro anos?
Renan Sartori: A velha política diz que enterrar canos não dá voto. Nós vamos romper com esta visão arcaica e vamos encarar de frente o problema do esgoto. Os avanços nesta área só ocorreram por pressão do Ministério Público, da oposição na Câmara e de entidades ambientais. É preciso avançar realizando obras definitivas no bairro Piratini, que historicamente sofre com o mau cheiro do esgoto. É preciso ter, também, uma campanha de conscientização para que as unidades residenciais e comerciais se conectem na rede cloacal. Desta forma, vamos evitar aquelas cenas lamentáveis do esgoto vertendo sobre as calçadas no centro de Gramado. O ideal seria termos 100% de esgoto tratado. Mas isso dificilmente se conseguirá em quatro anos.
4. Assim como o saneamento, os desafios da mobilidade urbana no município crescem nos períodos de grande fluxo de turistas. Com poucas ruas para se locomover, é inevitável que o trânsito fique parado em diversas horas do dia e nos finais de semana. Qual seu compromisso com esse tema? O que fazer para melhorar a mobilidade urbana de Gramado?
Renan Sartori: Temos um plano de mobilidade urbana desde 2018. A atual administração só não implementa por birra política. Simplesmente porque foi feito na administração anterior. Nós vamos começar a implantar o plano de mobilidade ainda no primeiro ano, pois ele foi feito por técnicos com reconhecimento mundial, como o urbanista Rubén Pesci. Nos últimos quatro anos ficamos na estaca zero na mobilidade urbana. E ainda fomos obrigados a ouvir que os asfaltamentos de estradas no interior iriam contribuir para a melhoria da mobilidade urbana. Isso é menosprezar a inteligência dos gramadenses.
5. O turismo é o negócio de Gramado. É através dele que a economia gira, trazendo emprego e renda para a população. Quais as suas propostas para um dos principais setores econômicos da cidade? Como o setor público pode inovar para que o município se mantenha como um dos principais destinos turísticos do País?
Renan Sartori: Na nossa gestão vamos alocar mais recursos na Secretaria de Turismo, com um secretário 100% dedicado. É preciso investir em divulgação inteligente, especialmente no meio digital, evitando as fake news. E vamos rever a estrutura da Gramadotur e de todos os grandes eventos promovidos por ela. É preciso ousar, inovar. Os eventos do Natal Luz pararam no tempo e o público percebeu. Além disso, os espetáculos não entregam o que é cobrado a título de ingresso. A virada será possível com parceria público-privada.
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