Uma fala do governador Eduardo Leite (PSDB) que começou em tom de brincadeira pode ter se tornado uma grande notícia para os cofres do governo do Estado. “Quero primeiro agradecer pelos esforços e investimentos do governo federal no Rio Grande do Sul. Mas, aproveito também para pedir. O meu pedido é em relação à renegociação da dívida do Estado com a União”, afirmou Leite no evento de apresentação dos investimentos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã desta sexta-feira (15), em Porto Alegre.
Foto: Reprodução/ Twitter Eduardo Leite
Com uma dívida atual no valor de R$ 92,8 bilhões, o Estado busca renegociar o montante, modificando os indexadores. No cenário atual, o RS paga encargos iguais à Selic, divididos em juros de 4% anuais pagos somados às prestações. O restante vai para o saldo devedor, através do Coeficiente de Atualização Monetária (CAM).
Após ouvir o pedido de Eduardo Leite, Lula citou os ex-governadores Olívio Dutra (PT) e Tarso Genro (PT), concordando com as dificuldades do Estado para cumprir o acordo com a União. “Se todo mundo fala a mesma coisa, quer dizer que algo está realmente errado.” E reiterou o compromisso em renegociar a dívida. “É obrigação do governo federal sentar e tentar encontrar uma solução para a dívida.”
Foto: Juliano Piasentin/ GES-Especial
Assunto entre Lula e Haddad
Em entrevista coletiva, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, confirmou a intenção do governo federal em negociar. “O presidente Lula orientou e delegou ao ministro Haddad [Fernando Haddad, da Fazenda] que organize e formule uma proposta de renegociação.”
Costa detalhou que a proposta, inclusive, já foi apresentada ao presidente. “O Haddad já fez a apresentação para o presidente. O presidente Lula delegou que o ministro chame e apresente a proposta aos governadores.” Quando fala em governadores, no plural, Rui Costa também inclui os chefes do Executivo de Minas Gerais e Rio de Janeiro, dois estados que, somados ao Rio Grande do Sul, contam com as maiores dívidas e dificuldades em pagar a União.
Foto: Juliano Piasentin/GES-Especial
Sobre um prazo, Costa explicou que quem vai comunicar as decisões relacionadas ao assunto é o próprio Haddad. “Isso deve acontecer nos próximos dias. É de interesse do governo receber, mas também criar condições para que os Estados possam pagar e voltar a fazer investimentos, cuidando da população.”
Destaquei ao presidente @Lulaoficial que, para que o RS possa fazer a sua parte no crescimento nacional, é urgente que possamos fazer ajustes na cobrança da dívida com a União, para que os indexadores não consumam o orçamento do Estado para fazer investimentos relevantes. pic.twitter.com/sIYc5qpfJD
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) March 15, 2024
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