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FASE DE DEPOIMENTOS

CPI DOS ÔNIBUS: "Diversos problemas operacionais", diz diretor sobre transporte em Novo Hamburgo

Diretor-superintendente da Viação Santa Clara foi o primeiro ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito em Novo Hamburgo

Joceline Silveira
Publicado em: 11/06/2024 às 18h:40
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O diretor-superintendente da Viação Santa Clara (Visac-RS), Rodrigo Hoelzl, abriu nesta terça-feira (11) a fase de depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte público, a CPI dos ônibus, da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo. Os vereadores buscam explicações para os atrasos, a suspensão de linhas e as condições dos veículos, após reclamações por parte dos usuários.

CPI dos ônibus tem primeiro dia de depoimentos | abc+



CPI dos ônibus tem primeiro dia de depoimentos

Foto: Divulgação

A sabatina, transmitida ao vivo pelos canais da Casa, ocorreu no plenário do Legislativo sob comando do presidente da comissão, vereador Inspetor Luz (PP), e os vereadores Raizer Ferreira (PSDB), relator, e Enio Brizola (PT), secretário do colegiado.

Durante o depoimento de cerca de duas horas, ao ser questionado sobre a metodologia aplicada na implantação do sistema do MixMob no transporte público de passageiros, Hoelzl relatou que em janeiro de 2023 iniciaram as tratativas técnicas para o início das operações, que incluíam um cronograma para implementação do sistema escalonado.

“Achamos melhor fazer um período de transição, no intuito de não ter nenhum sobressalto para os munícipes, que passava pelo sistema de bilhetagem, implementação de aplicativo e organização física das rotas, etapas detalhadas em um termo aditivo ao contrato”, pontuou.

“Tudo passou por um estudo técnico muito rigoroso, só que, à medida que foi passando o tempo, foram aparecendo outros detalhes e começou a transformar a operação, que a gente chama de ‘versão 6’, que começou a operação em 27 de maio”, continuou, frisando que o plano de trabalho foi construído em consenso entre a empresa, a Companhia Municipal de Urbanismo (Comur) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

“O processo de implantação do sistema, na nossa avaliação, contemplou todas as necessidades e tinha um projeto implementação muito bem feito”, afirma.

Problemas operacionais

Entretanto, o diretor-superintendente admite que houve “diversos problemas operacionais e de atrasosdesde o dia 27 de abril, data do início das operações do MixMob.

Ele aponta que os “ajustes que poderiam ter sido resolvidos em menor tempo, infelizmente a calamidade atrapalhou”. Segundo ele, o não comparecimento dos motoristas no primeiro dia de operação da companhia, seguido pela catástrofe climática e os problemas de entregas de suprimentos, peças e insumos, resultaram em intercorrências nas operações.

“Tudo isso ajudou a aumentar as tensões e os problemas no transporte”. Conforme o diretor, antes da calamidade, a frota transportava 10.500 passageiros. E após as primeiras adequações, são 18 mil passageiros por dia. “Já visualizamos uma melhora.”

O presidente da comissão questionou o que efetivamente vai ser feito, e perguntou sobre as modificações de itinerário. Hoelzl explicou sobre adequações: 

“A questão é ônibus saí atrasado na primeira viagem? Não. Ele tá atrasado na segunda? Pode ser que sim, mas o que isso quer dizer? Que o tempo de viagem não tá adequado”, avalia. O que, segundo ele, pode estar relacionado ao intenso fluxo de veículos nas vias da cidade, problema que deve ser solucionado através do rastreamento exato dos pontos onde ocorrem e melhorando o sistema.

“Temos momentos em que a velocidade operacional do carro é de 30 km/h. Fica impossível atingir os horários estipulados. Agora, temos um ponto de partida e as situações estão sendo atualizadas diariamente. Vamos continuar colaborando a partir da nossa experiência e qualidade técnica. Cabe a nós garantir que o planejamento do transporte público coletivo em Novo Hamburgo seja exequível.”

Aperfeiçoamento

Com os dados, fornecidos pela tecnologia implantada no sistema, o diretor adianta que a Visac trabalha em soluções técnicas para resolver os problemas operacionais.

“A gente não tá insensível ao clamor da população e a gente vem buscando atender, mas sempre com a premissa que o transporte é coletivo, não individual. Então, pode ser que a mudança do itinerário deixe alguém desconfortável, mas jamais desassistido.”

Hoelzl destacou vários pontos. “Hoje, temos uma frota de acordo com o contrato. Mantivemos os trabalhadores: a maioria absoluta eram operadores da antiga empresa, cujo contrato se encerrou na noite de 26 de abril. Com o passar do tempo, por força e vontade deles, houve substituições. Nosso quadro ainda é formado em 80% por funcionários remanescentes”, detalhou, destacando que a frota disponibilizada para Novo Hamburgo é de 76 ônibus (sem contar os carros reservas), responsável por realizar mais de 1.100 viagens e 11 mil quilômetros por dia.

CPI

A Comissão foi criada no último mês para investigar os atrasos, a suspensão de linhas e as condições dos veículos após uma avalanche de reclamações por parte dos usuários.

Próximas oitivas

O próximo depoimento será da secretária municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Roberta Gomes de Oliveira. Ela deve ser ouvida nesta quinta-feira (13).
Já na próxima semana o colegiado ouvirá na terça-feira (18) o diretor-geral da Comur, Diego Martinez, e o diretor administrativo-financeiro, Gustavo Zott.

A empresa é responsável pela gestão do sistema de bilhetagem eletrônica. Também será ouvido o ex-diretor de Transporte Público de Novo Hamburgo, Leandro de Bortoli.

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