Dois dias depois de o prefeito eleito de Canoas, Airton Souza (PL), declarar que não falaria mais sobre o vídeo onde ele aparece fazendo um pagamento com maço de notas de 100 reais quase em frente ao comitê de campanha, o coordenador da equipe de transição de governo, Rossano Gonçalves, divulgou vídeo nas redes sociais sobre o assunto nesta quinta-feira (31).
Ex-prefeito de São Gabriel, Rossano sai em defesa de Airton. Ele repete o que Airton vinha dizendo: trata-se do pagamento de um compromisso particular, que nada tem a ver com a campanha eleitoral em Canoas. Rossano acusa adversários políticos de estarem usando o vídeo, que virou assunto nacional, para tentar “um terceiro turno em Canoas”.
“Não era dinheiro de campanha, não era compromisso de campanha. Portanto, não há espaço para que continuem fazendo ilações”, disse Rossano Gonçalves, que completa: “Não há nenhum problema que os órgãos competentes investiguem. Esta é mais uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral”, frisou no vídeo divulgado em suas redes sociais.
O prefeito eleito de Canoas comentou o assunto na segunda (28) e na terça-feira (29), quando disse que não se pronunciaria mais. Airton Souza vem dizendo que o vídeo mostra ele “honrando compromisso pessoal” e que não há irregularidades. Segundo assessores, Airton está afastado para um breve período de descanso após a campanha e deve retornar ao trabalho de transição na segunda-feira (4).
Investigação é por suspeita de crime eleitoral
Nesta quinta-feira (31), a superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul confirmou que o inquérito para apurar se há irregularidades no pagamento flagrado em vídeo já foi aberto. O pedido partiu do Ministério Público gaúcho (MP/RS). A ideia é entender o que Airton estava pagando, para quem, a quantia envolvida e qual a origem do dinheiro.
Chamou atenção do Ministério Público que o pagamento tenha sido gravado pela pessoa que recebia a quantia. Também chama atenção que Airton Souza estivesse com o dinheiro escondido na calça e que o local escolhido para a transação seja quase em frente ao escritório e ao comitê de campanha, na Rua Dr. Barcelos, região central de Canoas.
A investigação está a cargo da Delegacia de Defesa Institucional da PF gaúcha. A superintendência estadual confirma que esta delegacia é especializada na apuração de crimes eleitorais. O inquérito tem prazo de 30 dias para ser concluído, mas o prazo pode ser prorrogado.
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