O Jornal VS segue com a série de entrevistas (por ordem alfabética*) com os cinco candidatos a prefeito de São Leopoldo: Arthur Schmidt (MDB), Delegado Heliomar (PL) – os dois primeiros já tiveram suas entrevistas publicadas dias 19 e 23, respectivamente – , Hitler Pederssetti* (Podemos), Manoel Bandeira Binoni (PSOL) e Nelson Spolaor (PT).
Antes do segundo debate entre os prefeituráveis leopoldenses, no dia 2 de outubro, nos estúdios da rádio ABC 103.3 FM, com transmissão ao vivo no site abcmais.com e YouTube e redes sociais, vamos destacar nesta série alguns assuntos de interesse da população para que o eleitor possa ter elementos para a decisão do seu voto no dia 6 de outubro.
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O terceiro nome sabatinado é Manoel Bandeira Binoni (PSOL), que tem como vice Fabio de Almeida (PSOL). Eles concorrem pela Federação PSOL REDE. As diretrizes do programa de governo estão todas detalhadas no site divulgacandcontas.tse.jus.br.
Foto: Divulgação
Manoel Bandeira Binoni, 61 anos, é advogado há 35 anos. Nascido em Rio Pardo, cedo veio para São Leopoldo. É graduado em Filosofia, mestre em Filosofia Política e Social e pós-graduado em Psicanálise. É viúvo e tem três filhos (todos advogados). Foi eleito vereador suplente em 2016. Sua relação com a política começou cedo, na escola, sendo, em 1980, vice-presidente do Grêmio do Colégio Pedrinho de São Leopoldo.
Seu vice é Fabio de Almeida, 54 anos, nascido em Caçapava do Sul. Formado pela Universidade de Santa Maria (UFSM) em Medicina Veterinária, foi coordenador regional (em Bagé) da Secretaria da Agricultura do governo Olívio Dutra. Veio para São Leopoldo em 2001, atuando como veterinário e participando da Associação Leopoldense de Proteção Animal (Alpa). Foi o primeiro coordenador do canil municipal de São Leopoldo.
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O que o candidato pensa sobre…
SEGURANÇA PÚBLICA
A participação popular e radical com poderes ao povo em fóruns de Orçamento Participativo, reforma de Plano Diretor, mobilidade urbana entre outros, atacando e resolvendo diversos problemas causadores da desigualdade social crônica e própria do nosso sistema capitalista já são um grande início para amenizar problemas de criminalidade que existem porque existem pessoas marginalizadas. Aquelas pessoas envolvidas em crimes devem ser reinseridas socialmente numa lógica educacional e de trabalho, não apenas encarcerados sem estrutura e a altos custos ao poder público, gerando, na prática, aumento da criminalidade.
A valorização da educação, das mulheres, da economia solidária, são outras pautas que, de forma difusa, ajudam na diminuição de índices de criminalidade.
PATRIMÔNIO HISTÓRICO
No caso mais emblemático da Casa do Imigrante, um projeto do Iconicidades já foi contemplado, restando apenas acordo entre União, Estado e Prefeitura para viabilizar o início das obras. Ali precisamos de muito trabalho e diálogo. Esse projeto pode servir como um marco da preservação na cidade. O investimento nessa área passa pela valorização do Instituto Histórico de São Leopoldo e principalmente com a participação popular no reconhecimento dos diversos patrimônios da cidade, materiais e imateriais. Buscar, através de universidades e institutos, que outros patrimônios sejam de fato tombados e que projetos junto à editais federais sejam feitos. Para isso a prefeitura precisa de corpo técnico empenhado nessa tarefa.
MOBILIDADE URBANA
A mobilidade que se propõe a dar uma solução ao trânsito deve tratar com seriedade o transporte público. Aumentar vias e velocidades sem planejamento somente induz ao aumento da frota de veículos particulares. Devemos ter um Plano de Mobilidade Urbana construído com fóruns populares e total participação do povo.
Devemos investir em transporte público de qualidade, municipalizando os serviços e priorizando a tarifa zero no transporte público. Devemos buscar recursos de fundos de sustentabilidade para modernização da frota, eletrificada ou a biocombustíveis, e tornar os itinerários mais eficientes, garantindo a todo cidadão leopoldense o seu direito de ir e vir com dignidade, conforto e trazendo melhorias ao meio ambiente.
SISTEMA DE PROTEÇÃO ANTICHEIAS
As mudanças climáticas aceleradas já são o nosso presente. A gestão municipal deve focar em adaptação aos riscos de grande escala e mitigação em tudo que couber na escala urbana. Estudos da Bacia do Rio dos Sinos devem ser prioridade, apontando estruturas e ações de prevenção ao longo de toda a bacia. Emergencialmente, o reforço, ampliação de diques e modernização das casas de bombas são prioridade, tornando-as automáticas, com energia dedicada e resistente a inundações.
Deve ser feita a reestruturação das várzeas do rio, não permitindo a expansão da cidade sobre áreas alagáveis. Repensar também a canalização de arroios, os quais podem servir como drenagens naturais, diminuindo velocidade de escoamento de chuvas.
SAÚDE
Os serviços de saúde vêm sofrendo crescentes pressões pela privatização, em todas as esferas públicas. Na prática, isso se traduz em sucateamento ou terceirização.
Propomos a extinção das PPPs existentes, e realização de concursos públicos para suprir a necessidade de profissionais na saúde, ampliando a capacitando as Equipes de saúde da família (ESF), alcançando a todos os munícipes, com visitas preventivas de verdade, de casa em casa, prevenindo agravamento de situações crônicas, encaminhando já com hora marcada para UBS, UPA ou hospital, diminuindo e aliviando o sistema como um todo.
Lutar pelos recursos a que a cidade tem direito e buscar junto às demais cidades vizinhas a criação de um consórcio intermunicipal de saúde.
ECONOMIA
A lógica de mercado vigente promove competição entre cidades e Estados para atrair investimentos e empresas de fora. Na prática, isso pode causar perda de arrecadação de recursos. A sociedade perde e somente as grandes corporações ganham. Essa lógica precisa ser mudada.
Em nosso programa, há a previsão de auxílio a micro e pequenas empresas com criação de parcerias entre universidades e centros de ensino, como apoio para gestão financeira e operacionais delas. Com apoio institucional, criar uma secretaria da economia popular e solidária responsável por gestar e criar programas específicos para o setor, conjuntamente com as pessoas, grupos e cooperativas que fazem parte da economia popular e solidária de São Leopoldo.
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HABITAÇÃO
O problema de moradia em nosso País vem sendo tratado ao longo da história em diversos programas governamentais (como o Minha Casa Minha Vida) sempre dando casas, mas sem dar ao povo uma cidade e urbanidade real, com famílias em regiões afastadas dos centros comerciais, sem infraestrutura de saúde, educação, lazer, transporte e renda. Propomos o apoio e incentivo à criação de cooperativas habitacionais, com autonomia para construção de habitação popular, conforme as necessidades específicas de cada família.
A radicalização da participação do povo nas decisões da reforma do Plano Diretor e leis de uso do solo também é condição chave para que a cidade deixe de atender interesses de poucos em expandir a cidade e passe a prover moradia popular nas regiões centrais.
MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA
Devemos entender que esse é um problema de distribuição de renda e que isso ocorre e é agravado pelo sistema capitalista em si, onde somos levados a concorrer entre pessoas. Aqueles com dificuldades para se inserir na lógica do mercado são marginalizados e a desigualdade é cada vez mais reforçada. Devemos trabalhar no resgate à dignidade das pessoas, com acolhimento humanizado, com casas de acolhimento geridas pelo poder público.
Cada pessoa deve ser tratada na sua individualidade, ajudando cada pessoa a trilhar um recomeço de uma vida digna. A inclusão de pessoas em situação de rua no mercado de trabalho é também importante. A economia solidária, com produção local, pode ter papel chave nesse processo.
O candidato
Nome Completo: Manoel Binoni Bandeira da Silva
Data de Nascimento: 19/3/1963
Estado Civil: Viúvo
Grau de Instrução: Superior Completo
Ocupação: Advogado
Naturalidade: Rio Pardo (RS)
Limite Legal de Gastos: R$ 2.326.915,24
*Na série de entrevistas com candidatos à Prefeitura de São Leopoldo, o entrevistado desta terça-feira (24) seria Hitler Pederssetti (Podemos), mas até a noite de segunda-feira (23), a equipe do candidato não havia enviado material algum ao Jornal VS sobre suas propostas. Por isso, a série pulou para o nome seguinte, Manoel Bandeira Binoni (PSOL).
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