A quarta-feira (27) marcou a última sessão da Câmara de Vereadores de Canoas. Por acordo anterior entre as bancadas, haveria uma mudança importante na “casa do povo”: um revezamento na presidência do Legislativo. Mas não foi o que ocorreu desta vez.
Presidente da Câmara em 2023, o vereador Cris Moraes (PV) decidiu por não renunciar e permanecer no cargo. A decisão, ele explica, partiu de onze vereadores da casa que solicitaram que ele continuasse conduzindo os trabalhos. Foram eles Maria Eunice (PT), Patrício (Progressistas), Emílio Neto (PT), Jefferson Otto (PSD), Bamberg (Progressistas), Linck (MDB), Patteta (PSD), o próprio Cris Moraes (PV), Dr. Laércio (Podemos), Duarte (Republicanos) e Alexandre Gonçalves (PDT).
“Devido à instabilidade do momento político em Canoas, houve um pedido por parte de onze vereadores da casa, para que eu não renunciasse nesse momento. Aceitei e vou permanecer no cargo”, justifica. Cris afirma que não significa que ele continuará como presidente da Câmara ao longo de todo o ano de 2024 e uma renúncia pode ainda acontecer.
“A renúncia pode acontecer a qualquer momento, contudo onze vereadores que formam a base da casa me pediram para continuar agora”, frisa. “Eles pensam ser o melhor para momento. Eu não poderia negar a solicitação”, completa.
A instabilidade política a que se referente o presidente da Câmara diz respeito a queda de braços que existe entre o prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques (Avante), e o prefeito afastado, Jairo Jorge (PSD), que romperam relações.
Pela mesma rivalidade que existe entre apoiadores de Nedy e Jairo, Cris disse não ter sido fácil a condução dos trabalhos como prefeito interino até a recuperação do vice. “Trabalhamos e entregamos obras e soluções em meio a uma série de dificuldades enfrentadas no período”, afirma. “Porque acho que a população de Canoas não pode pagar o preço por essa disputa política que vive a cidade.”
Houve atraso na sessão desta quarta-feira devido ao comunicado do presidente da Câmara, Cris Moraes, de que não renunciaria e permaneceria no cargo. Isso não incide contra o regimento interno da casa, afirma o político do PV.
Qualquer outro presidente eleito teria mandato previsto para dois anos. Contudo, existe uma espécie de acordo, de maneira que a sucessão ocorra a casa ano, limitando o período de cada presidente.
A decisão tomada pelo vereador Cris Moraes, apoiada por onze vereadores, acabou causando uma ruptura no que em tese poderia ser a posse do vereador Gilson Oliveira (Avante) como presidente da casa.
Gilson coordenou o trabalho no Legislativo até a semana passada, após ser sido empossado em 24 de novembro, tão logo o presidente Cris Moraes assumiu o cargo de prefeito interino de Canoas.
O DC buscou contato com o vereador Gilson Oliveira (Avante), que deveria assumir a presidência da Casa, mas o político estava em agenda com o prefeito em exercício e não comentou sobre o ocorrido.
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