NOVO HAMBURGO
CPI DOS ÔNIBUS: Diretor-financeiro da Comur revela que receitas não cobrem custos operacionais do sistema de bilhetagem
Comissão da Câmara de Vereadores que investiga o sistema de transporte coletivo ouviu mais dois depoimentos nesta quinta-feira
Última atualização: 20/06/2024 20:35
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos ônibus da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, que investiga o sistema de transporte coletivo, coordenado pela Viação Santa Clara (Visac-RS), ouviu nesta quinta-feira (20) os depoimentos relacionados ao Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE) e o cartão MixMob.
Durante cerca de uma hora, os parlamentares sabatinaram o diretor-geral, Diego Martinez e Gustavo Zott, diretor administrativo-financeiro da Companhia Municipal de Urbanismo (Comur), empresa responsável pela gestão do sistema.
Oitivas
Primeiro a ser interrogado, Martinez pontuou que a Comur não participa da gestão do transporte coletivo na cidade, ou seja, não estabelece a grade dos itinerários. “São de responsabilidade da Prefeitura”, disse. Sobre a eficácia das informações disponibilizadas no aplicativo que monitora as linhas, garantiu que são fidedignas aos dados repassados pela Diretoria de Transporte Público Municipal. “Nós recebemos os itinerários e inserimos no aplicativo, nós somos apenas uma ferramenta”, esclarece.
Questionado sobre falhas no sistema de leitura dos cartões, o diretor afirmou que desde o início da operação da bilhetagem, apenas duas falhas foram registradas pela companhia. “Temos um serviço de ouvidoria, de atendimento telefônico, para qualquer reclamação. Esses dois que comentei foram resolvidos rapidamente”, relatou.
Durante a rodada de perguntas, Enio Brizola (PT), secretário da comissão, indagou sobre o tempo de treinamento dedicado aos profissionais do MixMob. “Todos passaram por capacitação”, garantiu Martinez. “Estamos trabalhando para corrigir as falhas identificadas e proporcionar um serviço de qualidade para a população”, completou.
Gustavo Zott, diretor administrativo-financeiro da Comur foi o segundo depoente da quarta sessão de interrogatórios. Durante menos de trinta minutos ele foi indagado sobre a saúde financeira do sistema. Zott revelou que as receitas atuais não cobrem os curtos operacionais. “Ainda não cobrem”, afirmou sem detalhar valores e destacando que não participou “em nenhum momento da criação ou implantação do sistema”. “Quando iniciou a operação da bilhetagem eletrônica, eu estava há dez dias na empresa”. Sobre os problemas relatados pelos usuários, afirmou que "todos já foram resolvidos”.