O vereador Raizer Ferreira (PSDB), candidato a prefeito de Novo Hamburgo pela coligação Trabalho, Fé e Coragem, é alvo de uma investigação que apura suspeita de uso de um telefone celular funcional para distribuição de mensagens de campanha. Na última segunda-feira (2), o aparelho foi apreendido. A contestação tramita desde o dia 19 de agosto.
Foto: Pexels/Pixabay
ELEIÇÕES: Onyx Lorenzoni declara apoio a Tânia da Silva e escancara crise na direita em Novo Hamburgo
Segundo a Coligação Coragem Para Mudar, do candidato a prefeito Gustavo Finck (PP), autora da denúncia, o telefone institucional de Raizer, destinado a uso parlamentar, seria usado de forma irregular para disparo de mensagens em uma lista de transmissão no WhatsApp. A campanha de Finck apresentou à Justiça capturas de tela (prints) das mensagens como provas da divulgação do conteúdo por meio do aparelho.
O juiz eleitoral de Novo Hamburgo, Fernando Noschang, responsável pela investigação, adiantou que a defesa de Raizer se manifestou nos autos do processo no início da tarde deste domingo (8), já a audiência entre as partes deve ocorrer na próxima semana.
“A contestação inicial foi apresentada agora pouco, agora vamos partir para a análise do contraditório e, na sequência, devemos marcar a audiência para ouvir as partes”, disse na tarde deste domingo.
Conforme despacho do magistrado, até mesmo Cartório Eleitoral recebeu mensagens “atinentes à campanha eleitoral do investigado”. No documento, Noschang indeferiu o pedido de perícia no aparelho por considerar “desnecessária”, uma vez que “comprovada a utilização do aparelho institucional por meio das provas juntadas aos autos”. Desta forma, cabe ao “investigado a comprovação de que os documentos (prints) não condizem com a realidade”.
VIU ESSA? Todos candidatos a vice-prefeito de Novo Hamburgo são estreantes em eleição; conheça os concorrentes
Questionado sobre possíveis penalidades caso comprovado o uso irregular do aparelho funcional do parlamentar, Noschang esclarece que a “tendência é que fique na seara de multas, não prevendo maiores sanções”, explica.
Manifestações
No final da tarde deste domingo, Raizer Ferreira se pronunciou sobre o caso. O candidato disse acreditar “plenamente no bom senso do Judiciário, que irá comprovar que não houve qualquer irregularidade”, disse por nota enviada à reportagem. O candidato acrescentou ainda que o foco é “realizar uma campanha limpa e transparente, dedicados ao que realmente importa para Novo Hamburgo.
PARA CONFERIR: Assista ao primeiro debate dos candidatos à Prefeitura de Novo Hamburgo
Também por nota, a Coligação Coragem Para Mudar, autora da denúncia, afirmou que esta não é a primeira denúncia sobre o suposto uso irregular do telefone funcional da Câmara de Vereadores. Segundo a coligação, anteriormente, Finck, que também ocupa uma cadeira no Legislativo hamburguense, já alertou sobre o uso do aparelho para divulgação de ações de cunho eleitoral. “Essas práticas configuram crimes eleitorais e abuso de poder econômico, junto a utilização de bens e serviços públicos para promoção pessoal e eleitoral”, diz a nota. Conforme assessoria de impressa da Coligação junto com a denúncia foi encaminhado pedido de cassação do registro do candidato tucano.
Confira a nota completa da Coligação Trabalho, Fé e Coragem na íntegra
“Já apresentamos nossa defesa e todos os documentos necessários no processo, e confiamos plenamente no bom senso do Judiciário, que irá comprovar que não houve qualquer irregularidade. Estamos focados em realizar uma campanha limpa e transparente, dedicados ao que realmente importa para Novo Hamburgo. Seguimos com muito trabalho, fé e coragem, certos de que a verdade prevalecerá”.
Confira a nota completa da Coligação Coragem Para Mudar na íntegra
“Já vínhamos recebendo inúmeras denúncias, na pré-campanha, sobre a utilização do telefone funcional da Câmara de Vereadores para divulgar suas ações de cunho eleitoral, utilizando-se de recursos públicos e de captação de contatos para promoção pessoal. Iniciada a eleição as mensagens continuaram, inclusive, até o contato do cartório eleitoral recebeu essas mensagens. Quando solicitei para a Câmara de Vereadores a cópia da conta telefônica, o candidato foi avisado pelo seu cargo de confiança que achou estranha a minha ação e, depois disso, enviou um e-mail para o presidente do legislativo Gerson Peteffi, solicitando a troca do chip para maquiar o ilícito para o seu CPF pessoal.
Mas, o pior de tudo, é que todo o material impresso desse candidato está com o número funcional da Câmara estampado na primeira página. Essas práticas configuram crimes eleitorais e abuso de poder econômico, junto a utilização de bens e serviços públicos para promoção pessoal e eleitoral. Já pedimos a cassação do registro, já que todo essa ação foi realizada com recursos do povo através do pagamento de impostos.”
LEIA TAMBÉM
