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Eleições

"A elite da política se uniu contra mim. Minha aliança é com o povo"

Jairo Jorge (PSD) diz que enfrenta a mais difícil eleição de sua longa trajetória na política

Publicado em: 23/10/2024 às 11h:44 Última atualização: 23/10/2024 às 11h:45
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O Diário de Canoas publica nesta semana entrevistas com os candidatos à Prefeitura. Seguindo a ordem do resultado do primeiro turno, o segundo entrevistado é Jairo Jorge (PSD), que tem como vice Maria Eunice (PT). A chapa somou 43.442 votos, o equivalente a 29,76% dos válidos.

O prefeito Jairo Jorge (PSD) afirma nunca ter encarado uma eleição tão difícil



O prefeito Jairo Jorge (PSD) afirma nunca ter encarado uma eleição tão difícil

Foto: PAULO PIRES/GES

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Candidato à reeleição, o prefeito Jairo Jorge (PSD) classifica essa como “a mais difícil eleição” de sua trajetória. Focado em conquistar mais votos, Jairo explica como andam as obras dos diques, responde as críticas recebidas desde a tragédia em maio e defende que a “elite política” se uniu para derrotá-lo. O candidato garante ser a escolha certa por não ser “inexperiente” nem “aventureiro”.

DC – Entre as críticas a sua campanha está a questão dos diques. Como andam as obras?

Jairo Jorge – A primeira cidade que começou com obras e elevações de diques foi Canoas. As obras estão andando, embora digam que não estou fazendo nada. Fizemos a limpeza na área da Cassol e estamos começando a obra do muro, que deve ser concluída até o final do ano. Estamos lançando também o edital para elevação de 7 metros do dique da Rio Branco. No Mathias Velho, as obras começaram no dia 16 de setembro e têm um ano de prazo para execução. Essa obra inclui até o reassentamento das famílias que vivem na área. No Mato Grande, as obras começaram no dia 25 de setembro e têm 18 meses de prazo. Ali haverá também duas casas de bomba porque existe a necessidade. No Niterói, conseguimos a licença ambiental para começar a etapa dois e a etapa três fará ligação com Cachoeirinha. Isso além de um projeto para um dique novo para o bairro São Luís. Tudo isso está dentro do escopo de R$ 1 bilhão destinado pelo governo federal. Então, enquanto eles ficam falando, estou fazendo. É claro que uma nova administração, que faz críticas ao governo federal, dificulta o diálogo. Meu partido é Canoas.

DC – E qual a estratégia neste segundo turno?

Jairo – Estamos em contato permanente com as comunidades. Porque esta eleição não tem relação com os próximos quatro anos e, sim, com as próximas quatro décadas. A cidade precisa crescer para ter as compensações das perdas que terá com a Reforma Tributária. Canoas está entre as cidades que mais vai perder no Brasil. Serão R$ 400 milhões a menos. Então, precisamos crescer. E se isso não for feito nos próximos quatro anos, não vai acontecer mais.

DC – Dá para convencer o eleitor que não votou a comparecer nas urnas?

Jairo – Estou conversando com os eleitores e explicando que é hora de pensar. Não participar é deixar que outro decida o futuro. Quando uma cidade quebra, todo mundo perde. Quando cresce, todos ganham. Olha o exemplo do ParkShopping, onde na volta temos um novo polo gastronômico, cultural e econômico, onde antes não havia nada.

DC – O senhor já manifestou descontentamento por não conseguir debater mais. Por quê?

Jairo – Acredito que quase 44% dos votos em branco, nulos e abstenção são indicativos que o eleitor quer debater mais. É compromisso e dever do candidato aparecer e debater. Quando participamos do debate do Grupo Sinos, acabou acordado que os dois mais votados voltariam. Porém, isso não aconteceu. Quem fica atrás dos outros atirando pedra, não tem futuro na política. Somos a cidade que mais se recuperou da tragédia. Canoas teve 17 unidades de saúde atingidas, nós já voltamos com quase todas. Muita gente pensava que o HPS nem seria recuperado. Entre novembro e dezembro, ele vai estar funcionando 100%. As escolas também foram recuperadas. O Parque Eduardo Gomes voltou às atividades, o que ninguém acreditava. Há um grande esforço pela recuperação e é importante que as pessoas entendam isso.

DC – Também houve críticas sobre a sua atuação na enchente. Houve impacto nas urnas?

Jairo – Há muitas mentiras sendo divulgadas desde a época. Eu pedi evacuação em todos os bairros. É possível que as pessoas não tenham visto ou ouvido? É possível. Só que os pedidos foram feitos. Tomei decisões porque estava na linha de frente. Não me escondi em casa. Me criticaram porque pedi para evacuar a Mathias Velho, mas eu estava lá e sabia da necessidade. Então me criticaram porque distribuí cestas básicas. Não chegam mais doações e a população precisa. Somos a única que continua com o passe livre. Sei que não resolve todos os problemas, mas ajuda.

DC – Surpreende que sua antiga aliada, a ex-secretária e ex-vice-prefeita, Beth Colombo, do Republicanos, esteja apoiando seu adversário?

Jairo – Quem tem que responder pela escolha é ela. Não sou eu. Continuo com o mesmo caminho, as mesmas propostas e as mesmas ideias. Sou um prefeito trabalhador e humilde, mas a elite política de Canoas se uniu contra mim. Eu sempre fui o prefeito do povo. Um prefeito que ouve as pessoas. Vou para a estação de trem às cinco da manhã. Vou no sábado atender a comunidade nos bairros. A elite política não aceita essa forma de administrar. Sou uma pessoa que veio da periferia. Em razão disso, alguns setores não me aceitam, mas tenho um compromisso com a cidade em que nasci. Tenho muito orgulho. Então observo todos unidos, apesar das divergências. Apesar das críticas e ataques que fizeram entre eles. Minha aliança é com o povo.

DC – E sobre a Operação Copa Livre, o senhor acredita que causou impacto na decisão do eleitor?

Jairo – Meu adversário me ataca dizendo que eu tenho ações na Justiça. Eu não tenho nenhuma condenação. Nem em segunda instância. Não tenho nenhum impedimento para ser candidato. Fui o político mais investigado do Rio Grande do Sul. Minha vida foi passada a limpo. Não encontraram nada, porque não tinha nada a ser encontrado. Sei o que fiz e sei o que não fiz. Foram mais de duas mil licitações e nada de errado. Nosso debate é sincero e franco.

DC – É a eleição mais difícil de sua carreira?

Jairo – Sim. Já tive dez eleições e, sem dúvida, esta é a mais difícil. Tenho muita fé em Deus que ele vá tocar o coração dos canoenses para que a gente possa não dar um, dois ou três passos para trás. Canoas não tem que retroceder. Canoas precisa avançar. O primeiro turno é decidido com o coração, mas o segundo deve ser decidido com a razão. Agora é a vez de votar no melhor.

DC – E o que espera do eleitor no domingo?

Jairo – Peço que o eleitor, especialmente aqueles que não votaram, votem. Que ele não vá anular o voto ou votar em branco. Que ele pense no futuro da cidade. Porque a escolha dele é determinante para o futuro de Canoas. Porque o segundo turno é uma nova eleição. É fundamental que o cidadão e a cidadã analisem quem tem mais preparo para governar.

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