O caso de uma jovem de 19 anos que sofreu um ataque enquanto trabalhava em uma rede de fast food no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre, tem novos desdobramentos e vai se desenrolar em duas esferas da Justiça.
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A funcionária do Mini Kalzone sofreu uma agressão no ambiente de trabalho no dia 28 de setembro, quando uma cliente jogou um copo de suco nela. No mesmo dia, a jovem publicou em suas redes sociais um vídeo relatando o ocorrido, visivelmente abalada e chorando enquanto narrava o ataque.
A publicação foi compartilhada por milhões de pessoas e gerou comoção e indignação em nível nacional.
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De acordo com ela, a empresária teria ido até o caixa, onde estava a vítima, e pedido por um canudo para consumir o suco. A funcionária teria respondido que a empresa não fornecia esse material por conta de políticas de preservação ambiental. Por isso, sugeriu que a mesma bebesse diretamente do copo, sem o uso do objeto. Irritada, a mulher jogou o copo com suco na funcionária.
Imagens divulgadas pela empresa corroboram com a versão da vítima, que, assim que sofreu a violência, foi acolhida pelos colegas. (Veja abaixo)
No vídeo publicado pela trabalhadora, ela disse que a ação da empresária fez com que tivesse uma crise de ansiedade e se “sentisse um lixo”. O coordenador da loja não estava no local no momento da agressão, segundo a vítima.
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Indiciamento por injúria real
O caso foi registrado na Polícia Civil. Conforme o delegado Alexandre Vieira, o vídeo das câmeras de segurança do estabelecimento contribuíram para a identificação da agressora. Ela tem 48 anos e mora no litoral, porém, a cidade não foi informada.
Segundo Vieira, a empresária permaneceu em silêncio durante o interrogatório. Contudo, a investigação a indiciou pelo crime de injúria real, que tem pena prevista de três meses a um ano de prisão. “Entendi que era caso de injuria real porque a conduta da acusada foi aviltante, humilhante, atingindo a honra subjetiva da vítima”, afirma.
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O Ministério Público recebeu o indiciamento e ofereceu a denúncia à Justiça na última quinta-feira (10). Agora, o órgão pode ou não tornar a empresária ré. O caso tramita em segredo de Justiça.
Outro processo
Além do processo na esfera criminal, por conta do indiciamento da Polícia Civil e denúncia do MPRS, a empresária também será processada na área cível. De acordo com Amanda Soster, advogada da vítima, a defesa ingressará com uma ação de indenização por danos morais, decorrentes da injúria.
Em nota, a defensora ressalta que a agressão no ambiente de trabalho atingiu a integridade moral e psicológica da funcionária do Mini Kalzone. A jovem ficou afastada do seu posto de trabalho após o episódio e retornou às atividades na terça-feira (15).
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A empresa se manifestou na época da agressão, ressaltando que prestou apoio à funcionária e também auxiliou a polícia com a identificação da acusada. Além disso, a “Mini Kalzone disponibilizou apoio jurídico e psicológico à colaboradora.” A nota ainda condenou o ato de violência e frisou que a situação é “uma afronta aos valores e princípios que defendemos”.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da indiciada. O espaço está aberto para manifestação.
Nota do Mini Kalzoni na íntegra
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