Os furtos de fios e cabos de cobre continuam sendo um problema a ser resolvido em Canoas, onde os crimes são recorrentes e têm causado prejuízos a estabelecimentos comerciais e também a residências.
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Foto: REPRODUÇÃO
Na madrugada da última quinta-feira (16), o empresário Kelvyn Andrei Leote chegou para abrir a loja e viu que o estabelecimento teve os canos e fiação de cobre arrebentados e levados novamente.
A frustração do trabalhador foi maior ao observar as imagens das câmeras de segurança e perceber que uma viatura da Guarda Municipal de Canoas passou em frente ao endereço no momento em que o ladrão furtava os canos. (Veja abaixo)
“Eles passaram bem devagar, mas acho que não estavam prestando atenção, porque minha loja é bem iluminada e a viatura estava andando de frente para a fachada onde o sujeito estava pendurado no muro”, lamenta.
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Foi a quarta vez, somente em um ano, que o empresário de 32 anos, sócio da loja de assistência técnica em informática, precisou arcar com o prejuízo no local. O montante gasto com canos, fiação e manutenção já passou dos R$ 5 mil.
“A gente se revolta”, suspira. “Porque não é fácil e barata a instalação e também não é barbada para arrebentar com tudo. O sujeito passou mais de uma hora tentando arrancar o material e colocar para baixo”, completa.
Durante o período, aponta Leote, outras duas viaturas passaram pela frente do endereço, mas estas estavam em velocidade maior e ele acredita que estivessem atendendo ocorrências. “Nem dá para reclamar que não estão passando viaturas em frente a loja, mas o problema é que os caras não estão prestando muita atenção no que está acontecendo”, opina. “Quem sabe se prendessem o cara em fragrante, o cara se aquietava um pouco”, diz.
À frente da Secretaria de Segurança Pública de Canoas, Marcelo Tadeu Pitta avalia que é preciso entender as circunstâncias do que aconteceu no momento em que a viatura passou no local. “Vamos tentar entender primeiro se a guarnição estava atendendo a uma ocorrência ou se não observou o crime em andamento, então não dá para fazer um julgamento sem antes apurar o que houve”, acrescenta.
O secretário informou que conversará com o empresário pessoalmente também para solicitar as imagens que possam levar à identidade do suspeito flagrado pelas câmeras arrebentando a fiação. “É nosso interesse coibir este tipo de crime que acaba causando prejuízo não apenas à população, comércio e lojistas, mas também aos próprios prédios públicos que são alvo de furtos assim”, frisa.
Veja o vídeo
Câmera flagra viatura da Guarda Municipal passando no momento em que homem furtava fios pic.twitter.com/J9UNjkoRuY
— abcmais (@abcmaisoficial) February 19, 2024
Casas também são alvos
O endereço da loja na Rua Sete Povos, no bairro Marechal Rondon, vem sendo alvo constante de ladrões desde 2022, quando até mesmo o ar-condicionado do estabelecimento acabou sendo levado. Não é o único.
Outros estabelecimentos comerciais e também casas na mesma via acabaram sofrendo prejuízos devido à ação de criminosos de plantão, conforme relata a aposentada Inês Santos Lemes. “Aqui em casa já arrancaram os fios à base do puxão mais de uma vez, mas não tem como fazer muita coisa, porque chamei a polícia e ninguém apareceu”, reclama.
Silêncio
Em janeiro do ano passado, o furto de cabos de uma caixa subterrânea acabou deixando sem luz e, consequentemente, sem atendimento, os centros de Saúde da Mulher e Especializado Odontológico de Canoas, no bairro Marechal Rondon.
Desde então, as rondas da Guarda Municipal pela área passaram a ser mais intensas, mirando coibir os crimes. A Guarda Civil inclusive conseguiu prender meia dúzia de suspeitos durante ações coordenadas no último ano, na área central.
O problema, entretanto, é que ainda há estabelecimentos comprando cobre e, com isso, fomentando os crimes, segundo a Polícia Civil, que executou uma grande operação no ano passado mirando estabelecimentos que compram o material. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para saber das medidas tomadas em relação aos crimes. Foi informada, no entanto, que perdura o silêncio por parte dos delegados em manifestação contra o Estado por reajuste salarial à categoria.
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