"Tragédia na família": Aumenta mistério sobre morte de casal de Sapiranga

O assassinato a tiros de um casal de Sapiranga em Campo Bom, quase no limite entre as duas cidades, está envolto em mistério. Vestígios no carro onde os corpos foram encontrados, no fim da tarde de sexta-feira (12), abriram espaço para novas linhas de investigação. A hipótese inicial era de crime passional. Há situações apuradas, mantidas sob sigilo, que intrigam os agentes. O crime comoveu Sapiranga.

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Segundo a Brigada Militar, os corpos da psicoterapeuta Maria Rosane Stefanello, 53 anos, e do microempresário Valdir Meller, 54, foram localizados no carro dela, um Hyundai Creta branco ano 2020, à margem da Avenida João Pedro Dias, por volta das 18h30. É um trecho de chão batido em área desabitada entre Campo Bom e Sapiranga.

Perfurações

A perícia, feita na escuridão da noite, teria verificado dois tiros em cada vítima. Perfurações no veículo são avaliadas para ver a direção dos disparos, principalmente se foram efetuados de dentro ou fora. Os peritos coletaram impressões digitais na parte interna e externa do Creta, na tentativa de descobrir quem estava com as vítimas. Nenhuma arma teria sido apreendida.

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A ocorrência foi registrada na Central de Polícia de Novo Hamburgo. O delegado plantonista não foi localizado. O delegado de Campo Bom, Rodrigo Camara, diz que não pode falar em razão da greve de silêncio da categoria por aumento de salário. Os agentes devem ir atrás de câmeras de segurança do bairro Oeste, em Sapiranga, onde o casal morava, até o local do crime.

Psicoterapeuta ensinava técnicas de meditação

Conhecida como Rose, a psicoterapeuta se definia como “professora de autoconhecimento” e ensinava técnicas de meditação. “Eu transformo pessoas, ressignificando sua forma de pensar, sentir e agir”, se apresentava ela no perfil profissional nas redes sociais. Propagava bons hábitos para a saúde mental. Natural de Rodeio Bonito, no norte do estado, morava há muitos anos em Sapiranga. Nascido em Sapiranga, Meller trabalhou durante muitos anos como microempresário do setor calçadista. O casal deixa filhos.

Incrédulos, parentes e amigos fizeram a despedida no domingo

As mensagens de paz, motivação e apoio emocional que o casal emanava, principalmente Rose no trabalho, afrontam o cenário de violência no carro. “Que notícia triste! Minha amiga, ex-colega de trabalho e ex-professora do meu filho”, comentou a vereadora de Sapiranga Rita de Cassia Della Giustina de Oliveira (PT).

Mencionando as vítimas como um “casal de paz, de muita luz”, uma vizinha se manifestou nas redes sociais. “Essa notícia deixou a comunidade do bairro Oeste muito triste. Abalou o coração de muita gente.” Uma amiga emendou: “Muito triste tudo isso. Quem conviveu com a Rose, a pessoa maravilhosa que era…”

Um parente próximo definiu o caso como “uma tragédia na família”. O enterro aconteceu na manhã de domingo (14) no Cemitério Bom Fim, bairro Oeste, em Sapiranga.