CÁRCERE PRIVADO

Traficantes são indiciados por torturar e extorquir cliente em Canela; veja a casa do crime

Com uma pistola na boca, usuário de drogas foi obrigado a fazer Pix para os criminosos

Publicado em: 27/03/2024 07:10
Última atualização: 27/03/2024 07:29

Mesmo no submundo do crime, a orientação é tratar bem o cliente. Três traficantes não seguiram o código de conduta, foram presos e ainda estão sujeitos a prestar contas à facção. Sob tortura, no reduto da quadrilha, em Canela, mantiveram um usuário refém e o obrigaram a fazer transferências bancárias. A vítima e os acusados são jovens, na faixa dos 20 anos. 


Sessão de tortura aconteceu em banheiro improvisado Foto: Polícia Civil

Segundo o delegado de Canela, Vladimir Medeiros, o crime aconteceu no último dia 6, quando o usuário foi comprar cocaína em uma casa na Rua do Campo, bairro Santa Marta. Era cliente assíduo. “No momento em que a vítima chegou ao local, logo foi mantida em cárcere privado por três traficantes que se encontravam na residência”, relata o delegado.

O jovem chegou no início da madrugada e ficou em poder dos criminosos até o amanhecer. “Agrediam com socos e golpes de uma barra de ferro nas costas e o ameaçavam com uma pistola na boca para que fizesse transferências bancárias via PIX”, detalha Medeiros. O usuário transferiu tudo o que tinha, em torno de 500 reais, e ainda teve o celular roubado pelos agressores. Ele se recupera das lesões e do trauma.

Identificação, preventiva e indiciamento

A equipe de investigação conseguiu identificar os traficantes e o delegado pediu as prisões preventivas, que foram decretadas pelo Judiciário. Eles foram presos ao longo desta semana. Um pela Brigada Militar e dois pela Polícia Civil. Estão no Presídio Estadual de Canela.

Conforme Medeiros, o inquérito foi concluído com indiciamento dos três por extorsão e tortura. As penas, que vão de seis a 18 anos de reclusão, podem aumentar em nove anos pelo uso de arma e participação de duas ou mais pessoas.

Casa abandonada e prejuízo para facção

O ponto de tráfico, que estaria vinculado à facção do Vale do Sinos, era também a moradia de um indiciado. O chalé agora está abandonado. A tortura teria ocorrido em um banheiro improvisado, em meio a louças sanitárias soltas e um colchão encostado na parede. Roupas e objetos pessoais ficaram espalhados pela peça da frente e em um quarto.

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