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INVESTIGAÇÃO

Traficante foge, bate o carro e perde droga em Novo Hamburgo

Suspeita é que maconha seria levada para abrigo em Porto Alegre

Publicado em: 24/05/2024 às 07h:56 Última atualização: 24/05/2024 às 07h:56
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Uma perseguição, colisão e apreensão de droga em Novo Hamburgo, no fim da noite desta quarta-feira, acabou revelando nova manobra do crime organizado para se adaptar às enchentes.

O Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc) descobriu que se tratava de um transporte de maconha para as proximidades de um abrigo em Porto Alegre. Não é a primeira interceptação de droga que iria para centro de desalojados na região metropolitana.

Automóvel C4 preto foi recolhido após fuga e batida no meio-fio em Novo Hamburgo | abc+



Automóvel C4 preto foi recolhido após fuga e batida no meio-fio em Novo Hamburgo

Foto: Fotos Polícia Civil

Segundo o delegado Gabriel Borges, uma equipe do Denarc recebeu informação de que o motorista de um Citröen C4 preto faria negociação do tráfico em área de classe média no Vale do Sinos, possivelmente relacionada a entrega de droga em abrigo na zona norte da capital. O veículo foi avistado no bairro Boa Vista, em Novo Hamburgo, e não parou para abordagem.

Três quilos de maconha eram transportados no carro | abc+



Três quilos de maconha eram transportados no carro

Foto: Polícia Civil

Caiu a mochila

“O condutor fugiu em alta velocidade e, algumas quadras adiante, colidiu o veículo no cordão do meio-fio”, relata o delegado. O traficante abandonou o carro e conseguiu fugir correndo para um matagal.

Quando os agentes chegaram, avistaram uma mochila e um celular que o homem havia deixado cair ao lado do C4. Na mochila, segundo Borges, havia três quilos de maconha embalados em seis tijolos. O iPhone perdido pelo criminoso deve trazer informações cruciais para a investigação.

O carro apreendido é outra pista importante, pois não é furtado ou roubado. O dono vai ter que explicar como e por que o C4 estava a serviço do tráfico. “O entorpecente tinha como destino locais sensíveis no atual momento de calamidade, mas a ação cirúrgica da Polícia evitou que a droga chegasse.”

Tensão social nos centros de acolhimento

Ao mesmo tempo que cumprem papel social prioritário no acolhimento a famílias que perderam as casas na enchente, os abrigos reúnem realidades de constante estresse e tensão. Além do convívio entre desconhecidos em ambientes emergenciais, sem privacidade, criminosos também ficaram desabrigados e são atendidos nos locais.

Abrigos maiores aglomeram milhares de pessoas. O espaço montado na Ulbra, em Canoas, chegou a ter oito mil desalojados e o na Fenac, em Novo Hamburgo, mais de três mil. Em meio a conflitos diários, furtos e abusos sexuais já registrados, há o consumo de drogas. Membros de facção infiltrados se organizam para lucrar com a tragédia. Não só os saques a propriedades alagadas.

Tele-entrega para desalojados é desarticulada

Na tarde desta quarta-feira, foi desbaratado um esquema de tele-entrega de drogas para usuários em abrigos. Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, o grupo é liderado por traficante recolhido na Penitenciária Estadual Modulada de Montenegro. Um distribuidor de 28 anos foi preso em flagrante em Esteio. Com ele, os policiais apreenderam várias porções de maconha, cocaína, haxixe e ecstasy.

Conforme a Draco, o indiciado fazia entregas em abrigos de São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio. Os policiais apuraram que as encomendas dos desalojados eram feitas por mensagens no WhatsApp. Eles pagavam em dinheiro ou por Pix.

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