O caso não chega a ser novo. Surgiu, no dia 1º de abril do ano passado, quando uma suposta tentativa de assalto terminou em tiros disparados em frente a um supermercado em Nova Santa Rita.
Na verdade, o que na época parecia um roubo, se revelou uma tentativa de assassinato encomendado pelo crime organizado. A vítima era um criminoso que estaria no local a mando de um traficante para matar um alvo jurado de morte.
Quase um ano depois, a Polícia Civil encerra a investigação com a prisão do mandante do crime. O traficante acabou preso na última sexta-feira (23), durante uma ação da Polícia Civil em Santa Catarina.
Segundo informações da Polícia, o homem de 36 anos era conhecido por ser uma liderança de uma facção ligada ao tráfico de drogas e entorpecentes em Canoas e Nova Santa Rita. Com várias passagens pela Polícia, incluindo por suspeita de assassinato, ele havia deixado o sistema prisional ainda no ano passado. Foi flagrado por policiais usando uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa em Jaguaruna.
Conforme o delegado Cristiano Resche, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM) e também titular da Delegacia de Polícia (DP) de Nova Santa Rita, o suspeito estava acompanhado de comparsas no momento em que foi abordado.
Um deles, inclusive, tratava-se de um criminoso que vive em Canoas e que, em tese, como determinou a Justiça, deveria cumprir prisão domiciliar, sem poder sair de casa, no Rio Grande do Sul.
Ainda segundo o delegado, a prisão em Santa Catarina contou com o apoio de agentes da Delegacia de Capturas, unidade ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil catarinense.
Falsidade
A batizada Operação Perjúrio foi organizada pela Polícia Civil em dezembro do ano passado, quando três pessoas foram presas. Todas ligadas a uma organização criminosa responsável por um atentado em um supermercado de Nova Santa Rita.
Segundo a Polícia, a apuração revelou que o caso referente a uma tentativa de assalto que terminou com um homem baleado no pescoço, na verdade, foi uma tentativa de criminosos eliminarem um alvo no estabelecimento.
O caso chamou a atenção da Polícia quando a mãe da vítima prestou falso testemunho, horas depois do crime, ao criar a história de assalto para os policiais que tentaram ouvir seu filho, então internado no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC). Conforme o delegado revelou na época da investigação, a vítima seria o responsável pelo assassinato que deveria acontecer.
“No transcorrer do inquérito, foram interceptadas conversas entre a mulher e um traficante, que revelaram que o homem baleado foi ao comércio para executar um traficante rival”, explicou. A apuração culminou no indiciamento da mãe do suspeito por tentar encobrir a investigação. A mulher dele também acabou arrolada ao processo, já que reforçou o falso testemunho a respeito do suposto assalto.
Disputa
Embora situada na região metropolitana, Nova Santa Rita permanece com indicadores criminais semelhantes à de cidades do interior gaúcho, com baixo índice de ocorrências no comparativo, por exemplo, com a vizinha Canoas. E a Polícia quer que continue assim.
A Operação Perjúrio está associada a uma disputa entre facções criminosas por territórios ligados ao tráfico de drogas e entorpecentes em Canoas, segundo a apuração da Polícia Civil.
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