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OPERAÇÃO PERJÚRIO

Suposta tentativa de assalto a mercado da região tem desfecho em outro estado; entenda

Na época do crime, um homem acabou baleado no pescoço; a mãe dele foi indiciada por tentar encobrir a investigação

Publicado em: 26/02/2024 às 11h:47 Última atualização: 26/02/2024 às 12h:47
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O caso não chega a ser novo. Surgiu, no dia 1º de abril do ano passado, quando uma suposta tentativa de assalto terminou em tiros disparados em frente a um supermercado em Nova Santa Rita.

Apuração em Nova Santa Rita culminou na prisão de traficante em Santa Catarina



Apuração em Nova Santa Rita culminou na prisão de traficante em Santa Catarina

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Na verdade, o que na época parecia um roubo, se revelou uma tentativa de assassinato encomendado pelo crime organizado. A vítima era um criminoso que estaria no local a mando de um traficante para matar um alvo jurado de morte.

Quase um ano depois, a Polícia Civil encerra a investigação com a prisão do mandante do crime. O traficante acabou preso na última sexta-feira (23), durante uma ação da Polícia Civil em Santa Catarina.

Segundo informações da Polícia, o homem de 36 anos era conhecido por ser uma liderança de uma facção ligada ao tráfico de drogas e entorpecentes em Canoas e Nova Santa Rita. Com várias passagens pela Polícia, incluindo por suspeita de assassinato, ele havia deixado o sistema prisional ainda no ano passado. Foi flagrado por policiais usando uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa em Jaguaruna.

Conforme o delegado Cristiano Resche, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM) e também titular da Delegacia de Polícia (DP) de Nova Santa Rita, o suspeito estava acompanhado de comparsas no momento em que foi abordado.

Um deles, inclusive, tratava-se de um criminoso que vive em Canoas e que, em tese, como determinou a Justiça, deveria cumprir prisão domiciliar, sem poder sair de casa, no Rio Grande do Sul.

Ainda segundo o delegado, a prisão em Santa Catarina contou com o apoio de agentes da Delegacia de Capturas, unidade ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil catarinense.

Falsidade

A batizada Operação Perjúrio foi organizada pela Polícia Civil em dezembro do ano passado, quando três pessoas foram presas. Todas ligadas a uma organização criminosa responsável por um atentado em um supermercado de Nova Santa Rita.

Segundo a Polícia, a apuração revelou que o caso referente a uma tentativa de assalto que terminou com um homem baleado no pescoço, na verdade, foi uma tentativa de criminosos eliminarem um alvo no estabelecimento.

O caso chamou a atenção da Polícia quando a mãe da vítima prestou falso testemunho, horas depois do crime, ao criar a história de assalto para os policiais que tentaram ouvir seu filho, então internado no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC). Conforme o delegado revelou na época da investigação, a vítima seria o responsável pelo assassinato que deveria acontecer.

“No transcorrer do inquérito, foram interceptadas conversas entre a mulher e um traficante, que revelaram que o homem baleado foi ao comércio para executar um traficante rival”, explicou. A apuração culminou no indiciamento da mãe do suspeito por tentar encobrir a investigação. A mulher dele também acabou arrolada ao processo, já que reforçou o falso testemunho a respeito do suposto assalto.

Disputa

Embora situada na região metropolitana, Nova Santa Rita permanece com indicadores criminais semelhantes à de cidades do interior gaúcho, com baixo índice de ocorrências no comparativo, por exemplo, com a vizinha Canoas. E a Polícia quer que continue assim.

A Operação Perjúrio está associada a uma disputa entre facções criminosas por territórios ligados ao tráfico de drogas e entorpecentes em Canoas, segundo a apuração da Polícia Civil.

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