MORTE NA ESTRADA
"Sonhava em ter uma família e conquistou", diz amigo sobre motociclista que morreu na RS-239
Instrutor de academia Christian Mesquita, de 32 anos, deixou a esposa e o filho de 1 ano; criança faz aniversário na semana que vem
Última atualização: 04/04/2024 21:02
Familiares e amigos de Christian Mesquita se despediram dele no fim da manhã desta quinta-feira (4) no Cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo. O educador físico morreu na noite da terça-feira (2) após se envolver em um acidente de trânsito na RS-239. Ele teria colidido a motocicleta que pilotava na lateral de um caminhão que fazia o retorno que dá acesso ao bairro Guarani, em frente a empresa Braspress.
A vítima morreu no local. O motorista do caminhão teria fugido sem prestar socorro, porém foi localizado pela Polícia Civil. De acordo com o delegado Alexandre Quintão, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, o condutor será intimado para prestar esclarecimento nos próximos dias. Testemunhas também serão ouvidas.
“Sonhava em ter uma família e ele conquistou isso. Estava vivendo o melhor momento da vida dele e ele mesmo dizia isso”, lembra o amigo e ex-patrão, Vítor Gradaschi. Mesquita morava com a esposa e o filho de 1 ano em Estância Velha. “Era um casal harmônico, lindo por fora e por dentro”, destaca.
Gradaschi ainda conta que o amigo era apaixonado pela paternidade. No último encontro, horas antes do acidente, o menino que completa 2 anos no próximo dia 13, foi o assunto do pai orgulhoso. “A gente conversou por cerca de meia hora, fazia alguns dias que a gente não se falava e ele me mostrou vários vídeos do filho ajudando ele nas tarefas da casa, de reforma e manutenção”, recorda. “Ele foi um pai exemplar, um marido exemplar. Fazia de tudo pela esposa e pelo filho.”
Do trabalho para a vida
A amizade de Gradaschi com Mesquita começou há 8 anos, quando o instrutor foi fazer estágio na academia que ele é proprietário em Estância Velha. “Atualmente, atendia alunos de personal [trainer]. Ele ia todos os dias na academia na parte da manhã”, conta o empresário.
Mesquita é descrito pelo ex-chefe como uma pessoa carismática e que fazia amizades facilmente por onde passava. “Era uma pessoa muito bem quista por todos. Um excelente profissional e sempre ajudava os alunos. Com ele não tinha tempo ruim, ele aconselhava a todos, ele ouvia a todos. Com certeza quem passava por ele, seja colega, seja aluno da academia, aluno de personal, saia mais motivado, mais alegre, mais feliz”, detalha.
No trabalho, Christian era visto como uma pessoa sorridente e alegre, conhecido por ser atencioso. "Gostava de conversar com pessoas de mais idade, que ensinavam ele sobre diversas coisas, sobre a vida e sobre as dificuldades da vida", recorda.
Gradaschi revela que conheceu Mesquita jovem, mas para ele desde aquela época o amigo era uma pessoa madura e esperta. "Acredito que o Mesquita veio para cá com uma bagagem já de outras vidas e com a missão de transformar, ressignificar a vida das pessoas através do esporte e da musculação. Com a alegria e com o sorriso dele", salienta.
O bom humor e a empatia também eram características marcantes do educador físico. "Nunca vi ele para baixo, o 'estar para baixo' dele era dar uma resmungadinha, dizer que estava com uns probleminhas aqui e ali, e já, muito rapidamente, não tratava sobre isso para tratar sobre o que os outros estavam precisando", conta sobre o jeito como o amigo de encarava a vida cotidianamente.
O empresário finaliza recordando como constantemente Mesquita falava na família e no quanto estava feliz. Para o futuro, além do plano de abrir uma franquia da academia com o amigo na cidade onde morava, estava a construção de uma casa no sítio que havia comprado com a esposa.