Três meses depois do acidente em que duas adolescentes, moradoras de São Leopoldo, ficaram feridas após caírem de um brinquedo do Park Tupã, em Porto Alegre, a Polícia Civil concluiu a investigação. As jovens estavam no brinquedo “Orbiter” e caíram devido à abertura das travas de segurança durante o funcionamento do equipamento.
“O acidente foi causado pelas mudanças indevidas no sistema de travamento e pela falha operacional humana”, afirma o delegado Vinicius Nahan, titular da 2ª Delegacia de Polícia Distrital de Porto Alegre. Nesta terça-feira (14), foram indiciados: dois homens de 40 e 50 anos (sócios do parque), o operador do brinquedo, de 34 anos, e dois homens de 40 e 44 anos (responsáveis técnicos pelo brinquedo).
Uma das vítimas, com 17 anos na época, chegou a ficar internada por 16 dias no Hospital Unimed, em Novo Hamburgo. Ela sofreu fraturas graves em ambas as pernas e na coluna e precisou passar por duas cirurgias, realizadas no mês de outubro. “A análise de lesões permanentes ou incuráveis dependem de exames complementares um ano após o evento”, diz o delegado. Já a outra menina foi atendida no Hospital de Pronto Socorro da capital e liberada no mesmo dia.
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O laudo do Instituto-Geral de Perícias aponta que uma “falha humana” causou o acidente no dia 6 de outubro de 2024. A perícia indicou, ainda, que houve a substituição da válvula pneumática original do brinquedo (peça que atua nas travas) e isso possibilitou o acidente, pois a peça original não permite que o brinquedo entre em funcionamento sem estar totalmente travado, mas a peça substituída permite, fazendo com que o operador deva verificar individualmente cada trava. “O brinquedo sofreu alterações em suas configurações originais sem a devida aprovação ou supervisão técnica exigida pelas normas da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas]”, relata o delegado.
O brinquedo não era novo quando foi adquirido pelo Park Tupã. Ele foi fabricado em 2001. O parque adquiriu ele há cerca de dois anos e mandou para manutenção na própria fábrica, em São Paulo. Desde julho, o brinquedo, que possui cadeiras e vira de cabeça para baixo, começou a ser usado.
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“Devido às alterações das configurações originais, a segurança dos usuários dependia exclusivamente da inspeção manual do operador antes de iniciar o brinquedo. Assim, o operador falhou ao não verificar corretamente o travamento das guias de contenção das vítimas”, explica Nahan.
A reportagem tentou contato com os responsáveis pelo Park Tupã,mas não teve retorno até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
Trava de segurança falhou 15 dias antes do acidente com as adolescentes
No final de setembro do ano passado, segundo a Polícia, o brinquedo já havia apresentado uma falha, pois a trava de segurança abriu durante o funcionamento. Na ocasião, o operador foi avisado e desligou o brinquedo antes dele entrar em pleno funcionamento.
No acidente com as adolescentes, a trava de segurança dos dois bancos onde estavam as adolescentes abriu e elas caíram quando o brinquedo estava em funcionamento. Um vídeo gravado por um jovem mostra o momento em que as pessoas são surpreendidas pelo acidente e uma delas comenta: “Caiu uma guria”.
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Vídeo mostra o momento de acidente
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