POLÍCIA
Sindicância da Brigada Militar conclui que não houve racismo no caso do motoboy preso após ser agredido em Porto Alegre
Ele e o morador do bairro Rio Branco foram indiciados por lesão corporal; o motoboy ainda vai responder por desobediência
Última atualização: 23/02/2024 17:09
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul realizou, na tarde desta sexta-feira (23), uma coletiva de imprensa em conjunto com a Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil (PC) para falar sobre o caso envolvendo o motoboy Éverton Goandete, de 40 anos, e o morador do bairro Rio Branco, em Porto Alegre, Sérgio Camargo Kupstaitis, 71.
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Conforme o subchefe da Polícia Civil, delegado Heraldo Chaves Guerreiro, no inquérito concluído na quinta-feira (22), os dois homens foram indiciados por lesões corporais leves. Éverton, no entanto, também foi indiciado por desobediência.
Pelas acusações de racismo durante a abordagem, a Brigada Militar abriu uma sindicância para apurar o caso. A conclusão, divulgada na coletiva, foi de que os policiais militares não cometeram racismo contra Éverton.
O caso
Na tarde do último sábado (17), Éverton estava parado em uma rua do bairro Rio Branco, na capital gaúcha, enquanto trabalhava como motoboy, quando Sérgio, que mora em um dos prédios da rua, o agrediu com um canivete na região do pescoço. Os dois começaram uma discussão e Éverton atirou pedras na direção de Sérgio.
O atendimento da BM à ocorrência foi amplamente registrado em fotos e vídeos e ganhou repercussão nacional. Isso, pois, após chamar o socorro por ter sido agredido, Éverton, que é negro, também foi detido e levado para a delegacia no porta-malas da viatura.
O que diz a defesa do motoboy
Confira abaixo a nota do advogado Ramiro Goulart, que representa Éverton Goandete:
"A defesa de Everton Goandete lamenta a conclusão prematura do inquérito e mesmo da sindicância, bem como a ausência de imagens da agressão inicial de Sérgio. O advogado Ramiro Goulart ressalta que o recorte dos fatos tentou desqualificar a resposta de Everton à agressão por ele sofrida, desconsiderando as intenções de Sérgio e Everton, bem como o fato de Everton somente ter se defendido, como disseram as testemunhas, afirmou o criminalista. Neste momento, a defesa aguardará a manifestação do Ministério Público quanto às diligências requeridas."