CORRUPÇÃO
Servidores municipais são denunciados por vazar informações para traficante sobre operações policiais em Sapiranga
Ao todo, cinco pessoas participavam do esquema de corrupção. Entre os envolvidos está uma servidora cedida para a delegacia da cidade e um traficante
Última atualização: 24/08/2024 14:59
Dois servidores municipais e mais três pessoas, entre elas um traficante, envolvidos em pagamento de propina para vazar informações sobre ações policiais e de fiscalização em Sapiranga foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Conforme o órgão, os crimes são de corrupção ativa e passiva e ocorreram entre os dias 11 e 17 de abril de 2024 e a denúncia foi oferecida ao Judiciário em 14 de agosto pela promotora de Justiça Priscilla Ramineli Leite Pereira.
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De acordo com ela, em razão dos vazamentos de informações sigilosas, operações policiais e da prefeitura foram frustradas, sem atingir seus objetivos. Os servidores — uma funcionária da Prefeitura de Araricá, que foi cedida à Delegacia de Polícia de Sapiranga, e um servidor do Setor de Fiscalização da Prefeitura de Sapiranga — recebiam valores de um traficante, que atualmente está preso, para vazar informações da Vara Criminal da Comarca.
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Segundo a denúncia, geralmente se tratavam de avisos sobre cumprimento de mandados de prisão, e busca e apreensão, além de ações de fiscalização.
Conforme a promotora, a servidora cedida à Delegacia de Polícia de Sapiranga, mantinha contato com seu namorado — também denunciado — para este repassar informações a um outro denunciado, um autônomo. Este homem era o responsável por intermediar a venda de informações com o traficante. Os dados sigilosos eram repassados pessoalmente e, em pelo menos um dos casos, foi pago R$ 5 mil por meio de Pix pelos avisos. Foram comprovados um total de 12 fatos delituosos.
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“A polícia desvendou um esquema grave de corrupção por meio do qual a servidora vazava informações para um perigoso traficante local. Com isso, se apurou que ele também corrompia um agente municipal de fiscalização, já que o traficante tinha um bar, que também era ponto de tráfico, e solicitava informação prévia sobre fiscalizações. Desta forma, o MPRS representou pela prisão preventiva de todos os envolvidos, o juízo de 1º grau deferiu a prisão, mas os denunciados obtiveram habeas corpus no 2º grau e estão respondendo ao processo em liberdade. O Ministério Público espera uma tramitação célere nesse grave caso de corrupção”, ressalta a promotora.
Além disso, foi solicitado à Justiça a perda dos cargos públicos e reparação de dano moral — R$ 5 mil por pessoa — a ser destinado ao Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), presidido pelo MPRS.