Serial killer? Caso da nora que matou família do marido com veneno só se compara a canibais do século 19; entenda

Serial Killer, individuo que comete crimes com frequência, seguindo um modus operandi. Conforme a Polícia Civil, a investigação referente as mortes de quatro pessoas da mesma família após o consumo de alimentos envenenados, se trata de um caso claro de assassinatos em série.

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A suspeita de envenenar produtos alimentícios (farinha, leite…) com arsênio, substância proibida desde 2005 no Brasil, é Deise Moura dos Anjos, 42 anos. Em entrevista concedida na última semana, o delegado de Torres, Marcos Vinícios Veloso, afirmou estar convencido de que a mulher é uma serial killer.

Veloso explica que além das quatro mortes confirmadas, três delas após a ingestão de um Bolo de Reis no dia 23 de dezembro, em Torres (veja abaixo) e outra em setembro, após o sogro consumir leite envenenado, Deise pode ter tentado matar outras pessoas. Inclusive, o pai da suspeita, que teve a morte constatada por cirrose, pode ter sido outra vítima.

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A Polícia Civil não confirma, mas o corpo do homem também pode ser exumado, assim como aconteceu com o sogro. Na época do falecimento a causa foi uma infecção, após a exumação foi confirmada a alta presença de arsênico, substância proveniente do arsênio.

“Ela pesquisou, comprou, recebeu e usou o veneno para matar as vítimas. Foi meticulosa”, afirmou o delegado Cleber dos Santos Lima, responsável pelo Departamento de Polícia do Interior (DPI).

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que garrafas levadas por Deise ao hospital, quando foi visitar a sogra, Zeli dos Anjos, 61 anos, passaram por perícia. O líquido foi descartado por familiares ao perceber que o lacre estava rompido.

Comparação com o Crime na Rua do Arvoredo

Na mesma coletiva, o secretário da Segurança Pública do Estado (SSP-RS), Sandro Caron, comparou os crimes cometidos por Deise com as mortes na Rua do Arvoredo, durante o século 19, em Porto Alegre.

Na ocasião, um casal (José Ramos e Catarina Pausel) foram responsáveis por ao menos seis mortes na atual Rua Coronel Fernando Machado, no Centro Histórico da capital. As vítimas eram atraídas por Catarina e esquartejadas por Ramos, que transformava a carne em linguiça.

A história da Rua do Arvoredo pode ser conferida em livros: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo (David Coimbra) e Os Canibais da Rua do Arvoredo (Tailor Diniz).

Vítimas

Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, e Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos (Irmãs de Zeli).

Tatiana dos Anjos, 43 anos (Filha de Neuza).

Paulo Luiz dos Anjos (Marido de Zeli e sogro de Deise).

Sobreviventes: 

Marido de Maida (não identificado).

Neto de Neuza e filho de Tatiana (10 anos).

Zeli dos Anjos (61 anos).

Nota da defesa: 

"As declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso, assim a Defesa aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação.

A Defesa já realizou requerimentos e esclarecimentos no inquérito judicial, referentes aos andamentos da investigação, aguarda neste momento decisão judicial."