O julgamento de seis pessoas acusadas de sequestrar e assassinar um casal idosos começou nesta quinta-feira (12) no Fórum de Taquara. O crime foi cometido em 2014. Na época, as vítimas foram sequestradas, mantidas em uma residência no interior de Rolante, mortas e, posteriormente, queimadas.
Os réus foram denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e, agora, são julgados pelo Tribunal do Júri. A previsão de duração é de dois dias.
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Asfixiados e carbonizados
Em 2 de fevereiro de 2014, os seis réus, sendo quatro homens e duas mulheres, foram até a residência de Antonio Celestino Lummertz e Lonia Gabe em dois carros, em Linha Faxinal de Dentro, no interior do município de Vale do Sol, e sequestraram as vítimas.
Lummertz e Lonia foram levados a uma casa no interior de Rolante, mantidos em cativeiro até a madrugada de 8 de fevereiro, quando foram assassinados. Os criminosos asfixiaram a mulher durante o sono, enquanto o idoso foi capturado ao se levantar para se deslocar ao banheiro, sem a perna mecânica que precisava para se locomover.
Os dois foram colocados dentro da carcaça de uma geladeira, que estava no pátio da residência, e carbonizados. Depois, os restos mortais foram deixados à beira de uma estrada que liga Rolante a Santo Antônio da Patrulha, próximo à praça de pedágio.
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Despistando a polícia
Na época, o desaparecimento das vítimas estava sendo investigado pela Polícia Civil em Vale do Sol. Para despistar as autoridades e os familiares, os réus começaram a dar notícias falsas, que davam a entender que Lummertz havia matado a esposa e fugido para Mato Grosso.
Motivação para o crime
Lummertz era testemunha de um homicídio qualificado, praticado por uma das seis pessoas denunciadas, em Torres. Para tentar reverter a condenação, uma das mulheres planejou as mortes, com ajuda dos outros cinco réus.
Enquanto estava no cativeiro, o idoso foi obrigado a escrever uma carta inocentando a mandante da acusação. Nela, ele ainda assumiu a suposta autoria do assassinato da esposa. Além disso, Lummertz foi obrigado a gravar um vídeo em que falava o que estava escrito no bilhete.
Depois, ele foi levado a um tabelionato em Osório, onde foi coagido a reconhecer firma de um documento em que declarava tanto ter escrito a carta quanto gravado o vídeo, tudo por livre e espontânea vontade. O reconhecimento em firma é quando o tabelião atesta que a assinatura de um documento pertence à pessoa.
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Acusações
Os acusados respondem por dois homicídios quadruplamente qualificados, com os agravantes de: motivo torpe e assassinato por meio de asfixia, que impossibilita as vítimas de se defenderem, assegurando vantagem, além da ocultação de outros crimes.
O MPRS explica que eles também são acusados de sequestro e cárcere privado, tortura, falsidade ideológica, ocultação e destruição de cadáver e furto qualificado.
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