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INVESTIGAÇÃO

"Se aproveitaram que havia muitas pessoas na rua": O que se sabe sobre ataque a tiros próximo a local de votação

Testemunhas já foram ouvidas na tentativa de esclarecer ataque que acabou com um morto e outros três feridos

Publicado em: 07/10/2024 às 14h:38 Última atualização: 07/10/2024 às 15h:27
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A semana começou com o intuito de esclarecer o ataque a tiros que deixou um homem morto e outras três pessoas feridas no domingo (6), em plena área de votação em Canoas.

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Homem de 37 anos acabou executado a tiros próximo ao local de votação neste domingo (6)



Homem de 37 anos acabou executado a tiros próximo ao local de votação neste domingo (6)

Foto: Paulo Pires/GES

Foi no final da manhã de domingo que um grupo armado executou uma série de disparos ao passar pela Rua Pará, no bairro Niterói, área em frente a Escola Estadual Guanabara, onde ocorria votação.

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Além do homem que não resistiu aos ferimentos, havia uma adolescente de 15 anos que acabou sendo atingida na perna. Ela foi socorrida e encaminhada para a emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças, onde permanece em observação.

Segundo o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, o delegado Arthur Hermes Reguse, a jovem não corre risco de morte. Inclusive já foi ouvida pela Polícia.

“Continuamos ouvindo testemunhas e já pegamos depoimentos dos três feridos que acabaram internados após o ataque”, aponta. “Felizmente, nenhum corre risco e todos puderam contar à polícia o que sabem.”

Além da menor, havia outra mulher e um homem, igualmente baleados superficialmente, durante o ataque, confirma o delegado. Isso porque, ao que parece, os bandidos atiraram a esmo.

“Eles tinham um alvo que acabou morto, mas as testemunhas apontam que chegaram de carro e abriram fogo de qualquer jeito, como se estivessem atirando a esmo e sem se preocupar em quem atingiam”, observa.

Sem relação

Devido ao processo eleitoral, muito se disse que o atentado cometido no bairro Niterói estaria relacionado ao pleito, no entanto, a polícia fez questão de deixar claro não haver nenhuma relação entre o crime e as urnas.

“Desde o começo da investigação, tudo indicava que não havia nenhuma vinculação com crime eleitoral e nem em virtude das eleições”, frisa. “Os criminosos se aproveitaram que haviam muitas pessoas na rua para atacar”.

No local, os policiais encontraram cápsulas diversas de pistolas calibre 9 milímetros, que costumam caracterizar os ataques promovidos por facções criminosas contra grupos rivais.

“Foi uma execução, não resta dúvida”, observa. “Eles queriam eliminar um alvo e conseguiram, porém, poderia ter matado outras pessoas durante o ataque, já que havia muita gente se deslocando para votar no momento do crime.”

Policiamento reforçado

Mirando a segurança nas eleições, havia centenas de Policiais Militares (PMs) destacados pela Brigada Militar (BM) para atuar nas áreas de votação. Isso acabou não coibindo os criminosos a agir.

Comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), o tenente-coronel Ivan Clóvis Alves lamentou o assassinato organizado por uma facção criminosa em meio ao ato democrático.

Equipes da Força Tática chegaram rapidamente ao local do crime e varreram a área em busca de suspeitos, entretanto, nenhum suspeito acabou preso durante as buscas na área. “Foi uma disputa por tráfico que acabou em morte”, lamentou.

O crime cometido no bairro Niterói foi o segundo homicídio anotado em outubro em Canoas. O primeiro aconteceu na semana passada. A cidade vinha de um hiato de 15 dias sem crimes hediondos.

Segundo o comandante, Canoas registra uma redução dos homicídios em 2024 é de 29% no comparativo com 2023. Foram 48 mortes de janeiro a setembro, conforme os números da Secretaria Estadual de Segurança.

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